A internet abriu margem para que muitas pessoas pudessem se inserir em uma grande variedade de assuntos, permitindo que o consumidor possa ficar mais atento na hora de determinar se uma compra é válida ou não. Porém, somos altamente influenciáveis em todos os sentidos, e quando se refere ao marketing que as empresas empregam em seus produtos essa constatação torna-se ainda maior.
Um novo capítulo dessa tal influência de mercado, começa a ser intensificada nos componentes de hardware, que eu chamo de “epidemia dos LEDs” em tudo que você imaginar. Como você já bem deve saber existem diversos tipos de público quando nos referimos a usuários de computador, passando do cara que não pretende investir muito aos entusiastas que podem e gastam verdadeiras fortunas para montar a configuração dos sonhos.
Um tipo de público que a grande maioria dos fabricantes costuma direcionar seus esforços atualmente é o tal gamer, aquele cara que como eu e você gosta de curtir umas belas horas de jogatina, seja em consoles ou no PC. Mas em termos comerciais a grosso modo, os produtos direcionados aos gamer são aqueles que contam com uma grande valorização na estética, e claro que em muitos casos apresentam especificações matadoras.
Porém, a avaliação das especificações ainda é um assunto destinado a um tipo de usuário mais exigente, e como hoje em dia a chancela gamer está muito ampla, o cara que não detém certos tipos de conhecimentos mais técnicos, também está inserido nesse segmento (ainda mais com essa onda de e-Sports), e obviamente está sedento por esses tais produtos.
Vamos para um exemplo prático, os headsets. A grande maioria dos gamers, acaba optando por fones com virtualização de 5.1 ou 7.1 canais, que em sua esmagadora maioria apresenta uma qualidade sonora muito inferior aos modelos estéreo de marcas que são referência na produção de fones que privilegiam o seu contato com o som. Porém, o fator estético, e o caminhão de artifícios que algumas empresas utilizam no marketing de seus produtos, acaba elevando o patamar de um produto que é puro e simples um produto visual. E claro que isso está atrelado a própria preguiça do consumidor preguiçoso, que não quer ter o trabalho de realmente determinar o que vale o seu investimento.
Daqui para a frente esses truques só irão aumentar, ou melhor, a epidemia dos LEDS irá contaminar ainda mais pessoas. Se antigamente LEDs eram utilizados para crescer os olhos de algumas pessoas que estavam interessadas em periféricos como mouse, teclado, headsets e e fans, agora a porteira está aberta de vez, com uma enxurrada de lançamentos de placas-mãe com sistemas de iluminação controladas por aplicativo, que permite que o usuário modifique e crie diversas combinações de cores.
Isso é bom ou ruim? Ao meu ver, ambos, é bom, porque para os usuários que realmente gostam de investir na customização, como os modders por exemplo é um up a mais, e também permite um contato mais fácil com os periféricos ambientes menos iluminados, porém o lado negativo também deve ser levado em conta. Primeiro que o fabricante irá querer cobrar mais caro sobre o produto, já que é um item extra (porém extremamente descartável) e em segundo lugar abre margem para mais usuário enganados, assim que fabricantes de componentes de baixa qualidade começarem a adotar de forma mais agressiva LEDs em linhas de produtos gamers mas que na verdade conta com qualidade paraguaiana.
A epidemia aos poucos está começando a contaminar de forma mais ampla outros componentes como placas-mãe, fontes de alimentação e memórias RAM. No caso das placas-mãe, neste primeiro momento somente modelos de fabricantes de peso como a ASUS e a MSI estão adotando este novo modelo de negócio, porém caso haja realmente uma popularização, veremos diversas placas de marcas ruins enfiando LEDs em tudo para atrair o usuário que não faz a avaliação pelo lado técnico e sim pelo cosmético.
MSI X99A Gaming Pro Carbon
AVEXIR Core Series
ADATA XPG Dazzle
Se no caso das placas-mãe o número de marcas de baixa qualidade é relativamente pequeno, vamos para outro componente, a fonte de alimentação. As fontes devido ao seu baixo custo de produção contam com uma imensidão de fabricantes por aí, alguns tão “caras de pau” que colocam na caixa que tal modelo conta com a certificação 80 PLUs. E como esse atributo virou parâmetro para qualidade, engana facilmente o tal comprador menos atento.
Com essa epidemia de LEDs, muitos fabricantes que tentam vender fontes ruins como se fossem de boa qualidade podem conquistar o aspirante a gamer que está pensando em fazer um upgrade em seu PC apenas pela “dança das luzes”. Ah, e só para não deixar passar, já há fonte de alimentação com LEDs. A primeira a trazer esse recurso é a Toughpower DPS G RGB 1250W Titanium, da Thermaltake, que além da sua certificação 80 PLUS Platinum, e os 1250W de potência, oferece ao usuário a possibilidade de personalização através de LEDs, em um esquema de 256, cores que podem ser configuradas através de um aplicativo.
Thermaltake Toughpower DPS G RGB 1250W Titanium
Embora seja bem legal que recursos vistos em componentes de ponta aplicados por marcas de renome sejam também empregados por fabricantes que possuem um público alvo que pretende investir menos, é bom redobrar o seu nível de atenção, já que no caso dos LEDs muitos irão querer fazer um belo reajuste no preço, vendendo um produto como se fosse mais “poderoso” em relação ao desempenho, mas que na verdade é apenas um fusca com algumas labaredas pintadas na lateral.
@WRPlaza
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