Como funcionam os coolers da Kryotech

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Como funcionam os coolers da Kryotech

Hoje em dia, os coolers vem ganhando importância. Cada vez mais de falam em coolers com base de cobre, coolers com base de alumínio, nível de ruído, dissipação térmica e até dados mais técnicos, que alguns anos faziam parte apenas do vocabulários dos engenheiros, passaram a fazer parte das conversas nos fóruns e rodas de amigos.

É interessante, como um dispositivo que surgiu como mero coadjuvante, na época do 486, possa ter tornado-se uma figura tão ilustre. Os coolers de 3 ou 5 dólares deram lugar a modelos muito mais caros e hoje em dia tem gente que gasta mais no cooler do que no processador.

O cooler realmente é um dispositivo essencial para qualquer processador atual, principalmente para os Athlons e Pentium 4. Não que eu concorde que valha à pena gastar 70 dólares num cooler, apenas por que ele tem base de cobre, mas enfim, esta é a deixa para o artigo de hoje 🙂

Além dos coolers tradicionais, que são compostos por um dissipador de metal e um exaustor, podem ser citados também os wattercoolers, que utilizam líquido para resfriar o processador Na maioria dos modelos, temos uma pequena mangueira que leva o líquido até o waterblock, que é a parte que fica sobre o processador, absorve o calor gerado por ele e em seguida passa por uma serpentina de metal, onde é esfriado por um conjunto de exaustores. Depois de refrigerado, recomeça-se o ciclo.

Apesar de não ser um sistema barato e dependendo da qualidade do produto, nem sempre seguro, os wattercoolers costumam ser um pouco mais eficientes que os coolers tradicionais. Mas, existe uma terceira categoria de coolers, que são ainda mais eficientes.

Imagine um cooler capaz de resfriar seu processador até 40 graus negativos. Seria o suficiente para congelar o seu dedo em segundos. Este tipo de cooler utiliza uma tecnologia chamada Vapor Phase Refrigeration, que apesar de muito cara para ser usada em um simples cooler, garante overclocks que seriam impossíveis usando um cooler comum.

A Kryotech é provavelmente a única empresa que atualmente se dedica a produzir este tipo de cooler em escala comercial. Por sinal, recentemente a SyS lançou um sistema baseado no SuperG2, o produto atual da Kryotech, chamado de Cold-Fusion, equipado com um Athlon de 1.4 GHz que graças ao super-cooler, mantém-se estável a 1.866 GHz.

O detalhe é que só o cooler custa mais de 1000 dólares, não é algo que você compraria para usar em casa, mas não deixa de ser interessante.

O sistema baseia-se no mesmo princípio da geladeira, mas com vários aperfeiçoamentos. Veja, uma geladeira retira o calor do compartimento interno comprimindo e descomprimindo um gás, que pode ser o CFC (aquele que conhecemos tão bem…) ou o HFC (o mais ecologicamente correto). O gás passa por um compressor e sob-pressão, passa pela serpentina atrás da geladeira. A pressão faz com que o gás perca calor e volte ao compartimento interno a temperaturas abaixo de zero.

A grande diferença entre os coolers da Kryotech e uma geladeira comum, é a potência do compressor. Ao invés de simplesmente comprimir o gás, a pressão exercida é suficiente para fazer com que o gás se aproxime do estado de condensação. Este quase líquido vai para um condensador, uma grande serpentina de cobre, com vários exaustores. Ao passar pelo condensador, o gás perde calor e finalmente passa para o estado líquido. Como estes gases tem um ponto de condensação muito baixo (é por isso que à temperatura ambiente eles são gases 🙂 é conseguido um líquido com temperatura abaixo de 40 graus negativos.

Este líquido super frio passa então pelo componente que é instalado sobre o processador (chamado KryoCavity) baixando gritantemente a sua temperatura, até a marca dos 40 graus negativos, prometidos pela Kryotech. Ao absorver o calor do processador, o líquido passa novamente para o estado gasoso, recomeçando o ciclo.

Como disse, o princípio é o mesmo da geladeira que você tem em casa, mas com vários aperfeiçoamentos que permitem instalar este sistema num PC com segurança.

Veja uma ilustração do Cold-Fusion da Sys:
gdh1(Copyright Sys Technology)

A baixa temperatura ajuda no overclock, pois quanto menos calor, menor é a resistência que os elétrons encontram ao trafegar pelo processador. Isto torna o sinal muito mais estável, permitindo alcançar frequências bem mais altas.

Este fenômeno explica a necessidade de em alguns casos, aumentar a voltagem do processador para conseguir fazer um bom overclock. Conforme a frequência de operação aumenta, o processador passa a gerar mais calor. Quanto mais alta é a temperatura, mais resisêntecia os elétrons encontram, tornando o sinal cada vez mais instável. Aumentando um pouco a voltagem é possível estabilizar o processador, mas, em troca, será gerado ainda mais calor. Você precisará então de um cooler mais potente, diminuirá a vida útil do processador, etc. etc.

Mantendo o processador a baixas temperaturas, é possível conseguir overclocks muito maiores, sem precisar aumentar a voltagem e sem comprometer a vida útil do processador. O risco nesse caso seria apenas de o sistema parar de uma hora pra outra, um Athlon @ 1.866 GHz poderia se queimar muito rápido sem o super cooler.

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