A grande batalha dos formatos de computador

Hoje em dia, fala-se muito da disputa entre desktops, laptops, notebooks, netbooks, tablets, smartphones e afins, caracterizando o que alguns poderiam chamar de “a grande batalha dos formatos de computador”. Na verdade, é mais o que temos está mais para um grande alinhamento de formatos, já que nenhum deles vai dominar totalmente o mercado, nem desaparecer por completo. Uns são feitos para trabalhos de criação, outros para o lazer e outros para a comunicação. Não há um formato perfeito para tudo.

Muita gente previu o fim dos computadores desktop há alguns anos, mas só em 2010 nós teremos mais de cem milhões de desktops vendidos no mundo. É bem mais fácil carregar os notebooks com a gente, mas os desktops oferecem telas maiores, teclados melhores, um desempenho mais alto e outras vantagens. Quem usa desktops por causa dos aplicativos de produtividade ou dos jogos vai continuar usando desktops, ainda que essa fatia de mercado seja relativamente pequena. Quem só usa o computador para ler email ou jornal não vai mais comprar desktops no futuro. Na verdade, os desktops de massa que temos hoje provavelmente vão se transformar em PCs multifuncionais daqui a dez anos, graças à disponibilidade de hardware poderoso, porém barato e de baixo consumo.

O desktop do século XXI. Design conceitual de Kyle Cherry

Os notebooks estão disponíveis em vários tamanhos, um para cada modelo de utilização. Quem joga quer uma tela grande e uma placa de vídeo poderosa; a turma que gosta de viajar prefere máquinas mais leves, com baterias confiáveis que durem mais tempo e proporcionem um nível de desempenho decente para rodar bem aplicativos de produção. Os notebooks usados apenas para a reprodução de mídia e a leitura de emails provavelmente serão extintos nos próximos anos, já que os netbooks e os tablets são naturalmente mais adequados a esse modelo de utilização. Os profissionais que usam tablet PCs devem acabar migrando para modelos mais modernos. De modo geral, a fatia de mercado dos laptops clássicos vai diminuir, mas não desaparecer.

Lenovo ThinkPad X301

Os netbooks são um fenômeno relativamente novo no mercado de PCs. Esses computadores são voltados principalmente para dois grupos de pessoas: as que só realizam tarefas básicas em seus PCs, para as quais qualquer nível de desempenho já é suficiente; e as que usam o computador para comunicação e entretenimento via internet. O segundo grupo vai acabar preferindo os tablets ou até os smartphones de alto desempenho, enquanto o primeiro vai continuar com os netbooks.

Os tablets já circulam há muitos anos em mercados especiais, em modelos um pouco diferentes dos atuais. Naturalmente, suas muitas limitações de hardware e software não os tornaram populares no mercado de massa, mas tablets como o iPad da Apple e o Streak da Dell são tipos completamente novos de computadores pessoais, em nada parecidos com os modelos do passado. O grande lance dos tablets modernos é o consumo de conteúdo multimídia, o uso de redes sociais e a comunicação. Ninguém vai tentar vender tablets para quem usa aplicativos de produtividade: a falta do teclado é um grande obstáculo. Ainda assim, esperamos que haja uma dramática evolução nas tecnologias que traduzem voz em texto nos próximos anos, tornando possível ditar textos relativamente longos para esses equipamentos. Além do mais, com a evolução das tecnologias de computação em nuvem, até os jogos mais modernos vão poder rodar neles.

Tablet RIM Blackberry Playbook

Há uma coisa que os tablets nunca vão conseguir fazer de maneira eficiente: chamadas telefônicas. Ou seja, ninguém vai conseguir ficar ser um smartphone. E quem não der muita importância ao consumo de conteúdo vai preferir smartphones com telas decentes a tablets. Os smartphones do futuro vão ganhar muito desempenho e diversos recursos graças ao desenvolvimento veloz do hardware e da computação em nuvem, mas dadas as limitações naturais da interface e do tamanho da tela, vai ser mais fácil os smartphones controlarem a máquina de lavar louça do que ajudarem em trabalho real.

A próxima geração de tablets e smartphones vai oferecer CPUs com mais de um núcleo, telas de alta definição e baterias com maior vida útil, o que terá impacto sobre dispositivos para fins específicos, como videogames portáteis, MP3 players, gravadores de voz, câmeras portáteis, leitores de ebooks e por aí vai, mas não sobre PCs para fins gerais. Ainda assim, muitas tarefas que hoje são realizadas em desktops ou notebooks vão ter migrado para os smartphones e tablets daqui a uns dez anos. A grande pergunta é: quanto desempenho será necessário localmente em um dispositivo móvel, e quais tarefas que dependem do desempenho poderão ser “terceirizadas” para a nuvem?

Computador de pulso conceitual Waveface, da Asus

No geral, não teremos um único dispositivo que simbolize a era da “computação online, o dia todo”; haverá uma ampla variedade de dispositivos conectados. Praticamente todos os formatos de PCs que temos hoje vão continuar existindo em 2020, e é provável que outros formatos surjam até lá. Teremos relógios de pulso acessando a internet, computadores integrados às nossas roupas, aparelhos eletrônicos inteligentes e por aí vai.

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