Propriedades da computação autonômica

Para um sistema ser de fato autonômico é preciso possuir algumas características essenciais como:

  • O sistema deve possuir um conhecimento de si próprio, ou seja, conhecer seus dispositivos e componentes bem como as condições de seu funcionamento e do funcionamento de outros sistemas.

  • Capacidade de se configurar de acordo com mudanças externas.

  • Estar à procura de formas de otimizar o seu trabalho.

  • Capacidade de se restaurar após eventos que venham a prejudicar o funcionamento do sistema de maneira que os problemas sejam detectados e soluções sejam aplicadas para que os mesmos sejam corrigidos.

  • O sistema deve, a todo custo, lançar mão de alternativas de proteção que visem a segurança do sistema.

  • O sistema deve ter um bom conhecimento do ambiente que o cerca e, desta forma, fazer uso de políticas que facilitem a interação com sistemas próximos.

  • O sistema deve funcionar desconsiderando a heterogeneidade da rede, isto é, os diferentes dispositivos de diversas plataformas e hardwares devem se comunicar sem obstáculos.

  • O sistema deve antecipar e otimizar os recursos sempre que necessário, ocultando a complexidade da rede e se mantendo transparente ao usuário.

Desta forma, os sistemas autonômicos precisam ter como característica principal, o auto-gerenciamento. Para ser auto-gerenciável o sistema autonômico precisa ter vários atributos sendo que os principais são: Auto-configuração (Self-configuring), Auto-otimização (Self-optimizing), Auto-cura (Self-healing) e Auto-proteção(Self-protecting) (MAIA, 2006).

Auto-configuracao (Self-configuring) é a capacidade do sistema autonômico de modificar-se conforme as mudanças do ambiente de forma automática e dinâmica. A integração, instalação e configuração de dispositivos e softwares devem ser feitos eficientemente. Caso a nova configuração não proporcione para a rede o desempenho esperado, há a possibilidade de restauração da mesma. Este atributo influencia diretamente na manutenção e portabilidade do sistema.

Auto-otimização (Self-optimizing) se refere à capacidade do sistema autonômico de se otimizar a fim de obter melhores recursos e melhor desempenho aperfeiçoando os serviços prestados aos usuários. O sistema sempre deve estar em busca de alternativas e estratégias visando a eficiência em performance e custos. Além da eficiência esta capacidade influencia no funcionamento e manutenção do sistema.

Auto-cura (Self-Healing) ou Auto-resistência é a capacidade do sistema de detectar, diagnosticar e reagir a interrupções. Todo esse procedimento precisa ser feito de modo que a interrupção provocada não afete o funcionamento do sistema. Cada sistema deve fazer a previsão dos problemas e executar medidas que sanem as falhas. A auto-cura é determinante na disponibilidade e confiabilidade do sistema.

Auto-proteção(Self-protecting) se refere a capacidade do sistema de se proteger de efeitos de ataques (hackers, vírus). Esta capacidade envolve dois aspectos: a defesa contra ataques e antecipação de ataques. A defesa contra ataques deve ser feita no sentido de que o sistema se proteja de ataques maliciosos ou falhas que não foram tratadas corretamente pela auto-cura. A antecipação de ataques é feita baseando-se em relatórios de sensores e, com essas informações,
adotar medidas que minimizem os problemas. Esta capacidade influencia na confiabilidade e funcionalidade do sistema.

Além dessas características, Müller (2006, p.7-8) aborda ainda a necessidade, de reflexibilidade, onde segundo o autor:

Um sistema autonômico necessita ter um conhecimento detalhado dos seus componentes, estado atual, capacidade, limites, independência com outros sistemas e recursos disponíveis (MÜLLER, 2006).

Além da reflexibilidade o autor enfatiza, ainda, a adaptação onde o sistema deve possuir a capacidade de monitorar sua performance e seu ambiente e responder as modificações, possibilitando possíveis reconfigurações. Tanto a reflexibilidade quanto a adaptação tem caráter auxiliar, servindo como apoio para as propriedades principais (MÜLLER, 2006).

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