A arquitetura de um sistema autonômico é formada basicamente de elementos autonômicos, que se comunicam e interagem entre si, fazendo uso de capacidades de auto-gerenciamento. Os elementos autonômicos cumprem suas funções autônomas, por meio da execução de ações especificas e ante situações e alterações do ambiente. Estes elementos podem ser divididos em dois sub-elementos: o gerenciador autonômico e o elemento gerenciado. Cada gerenciador autonômico é responsável por monitorar um ou mais elementos gerenciados de forma que o componente que está sendo gerenciado obtenha uma melhor qualidade no serviço prestado. A Figura 1 mostra um elemento autonômico.
Figura 1 – Arquitetura de um Elemento Autonômico (KEPHART, 2003). Fonte: Kephart, 2003.
O elemento gerenciadopode ser qualquer recurso ou dispositivo presente na rede (banco de dados, discos, roteadores, servidores, impressoras dentre outros). No elemento gerenciado há a presença de dois componentes essenciais na administração do elemento gerenciado: os sensores e os executores. Os sensores são responsáveis pela coleta de informações de um elemento. Já os executores são responsáveis pela modificação do estado de um elemento (DOLPHINE, 2006).
O gerenciador autonômico possui quatro fases que são: Monitoramento, Análise, Planejamento e Execução (MAIA, 2006).
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Monitoramento: Nesta fase é feita a coleta de dados por meio dos sensores. Essas informações são enviadas ao conhecimento (ou base de conhecimento) para análise. Esta fase possibilita ao elemento autonômico conhecer tanto o elemento gerenciado componentes quanto o ambiente.
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Análise: Nesta fase há a comparação das informações coletadas na fase de monitoramento com as informações desejadas, informações estas armazenadas na base de conhecimento. Essa comparação visa a detecção de possíveis problemas e modificações no sistema prevendo, dessa forma, situações futuras e necessidade de mudanças.
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Planejamento: Com base nos resultados da análise e as mudanças detectadas, o planejamento traça estratégias de reconfiguração do sistema.
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Execução: Nesta fase, as estratégias traçadas na fase de planejamento são implementadas por meio dos executores. As informações referentes a essa nova configuração são armazenadas na base de conhecimento.
A Figura 2 mostra um exemplo de Sistema Autonômico. A configuração apresentada na Figura 2 (um gerenciador para cada dispositivo) não é regra em sistemas autonômicos. O modo de disposição dos gerenciadores em relação aos dispositivos e/ou recursos, deve ser feita por meio de levantamento de informações de arquitetura e serviços que a rede disponibiliza. Outra questão que deve ser levada em conta refere-se ao overheadque a comunicação entre os gerenciadores vai gerar para a rede. Assim, para conciliar esses parâmetros e possibilitar a implementação de gerenciamento autonômico nas redes, é fundamental uma análise dos recursos disponíveis.
Figura 2 – Exemplo de um sistema autonômico. Fonte: Própria
A nível de hardware esses gerenciadores podem ser dispositivos dedicados dotados de processadores ARM ou mesmo softwares especializados que fazem detecção e correção de erros.
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