A pasta térmica é um componente fundamental para evitar o superaquecimento do computador, seja ele desktop ou notebook. O superaquecimento é uma das causas mais comuns para diversos problemas que os usuários têm em seus computadores. Dentre eles podemos citar: travamentos, resets aleatórios, baixo desempenho e até mesmo redução da vida útil do equipamento.
A aplicação da pasta térmica no processador é um dos itens que devem ser observados para manter a temperatura do computador em níveis aceitáveis. Neste artigo iremos explicar o que é a pasta térmica, como ela funciona e qual a maneira correta de aplicar.
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O que é a pasta térmica?
A pasta térmica, como o próprio nome sugere, é uma pasta bem viscosa, geralmente de cor branca ou prata. Ela deve ser aplicada entre o processador e a base do cooler. O preço da pasta térmica varia entre R$ 2,50 (potinho com 15g) até R$ 250 nas pastas de melhor qualidade. Mas, no geral, você não precisa gastar muito para comprar sua pasta térmica. Com R$ 20 ou R$ 30 você já consegue comprar uma pasta de qualidade.
Entretanto, o que faz uma determinada marca de pasta térmica custar tão pouco e outras custarem tão caro? Basicamente, a composição. As pastas térmicas comuns são feitas de silicone e óxido de zinco. As mais caras usam materiais mais nobres na composição, tais como prata, cerâmica e nano-alumínio.
Além disso, a composição da pasta térmica afeta a sua condutividade térmica. Quanto maior a condutividade térmica, melhor. Dessa forma, o calor será transferido do processador para o cooler de maneira mais eficiente.
As pastas térmicas são vendidas em três formatos: potinho, bisnaga e thermal pad. Este último é como se fosse um adesivo que você “cola” na base do cooler. Esse tipo é comumente encontrado em coolers de boa qualidade, que já saem da caixa com a pasta térmica aplicada.
Como funciona a pasta térmica
A pasta térmica funciona como um condutor de calor. Você deve saber que a peça responsável por resfriar o processador é o cooler. E aqui vai uma pequena explicação de como o cooler funciona.
Se você prestar atenção, o cooler é formado, basicamente, por duas partes. Uma parte metálica, em geral feita de cobre. E a ventoinha. A base do cooler, que é feita de cobre ou outro metal condutor de calor, fica em contato direto com o processador. Assim, todo o calor gerado pelo chip é transferido para o cooler através da base e das hastes metálicas.
O papel da ventoinha é simplesmente “pegar o calor” da parte metálica do cooler e o expulsar em forma de ar quente. Dessa forma, o processador fica em temperaturas de trabalho aceitáveis. Porém, há um problema nesse sistema de arrefecimento.
A base do cooler e a superfície do processador não são perfeitamente lisas. Há imperfeições minúsculas que não conseguimos ver a olho nu. Essas imperfeições geram lacunas de ar, que prejudicam a transferência de calor do chip para o cooler. Observe a figura abaixo:
É literalmente aí que a pasta térmica entra. Ao aplicarmos a pasta térmica, ela preencherá as lacunas de ar. E como ela é feita de materiais com boa condutividade térmica, o calor gerado pelo processador será facilmente transferido para a base do cooler. E esta é basicamente a única função da pasta térmica em um PC. Simples mas indispensável.
Como aplicar a pasta térmica
Eis um tema que gera polêmica! Há muito tempo eu trabalhei como técnico de informática. Consertava dezenas de computadores e notebooks por mês. Vez ou outra eu precisava reaplicar a pasta térmica de alguma máquina. E, para mim, não tinha muito segredo. Eu sempre espalhava a pasta uniformemente em toda a superfície do processador.
Até que um dia um colega de trabalho, muito mais experiente que eu, me viu fazendo essa marmota e me mostrou a forma correta de aplicar a pasta térmica. Para minha surpresa, ele só “pingou” um pouquinho de pasta térmica no centro do processador. E encaixou o cooler. Mas na minha cabeça isso não fazia sentido.
Eu sabia que a pasta servia para preencher as lacunas de ar entre o processador e a base do cooler. Portanto, o mais lógico seria cobrir toda a superfície com a pasta. Porém, ele me explicou que o calor é gerado no meio do chip. É por isso que só basta aplicar um pouquinho no centro. Eu ainda assim não acreditei.
Para acabar com qualquer dúvida, fizemos os devidos testes. Primeiro, aplicamos a pasta térmica do jeito dele. Instalamos o cooler, fechamos a máquina e fomos medir a temperatura. Nós usamos o programa SpeedFan para medir a temperatura do processador e o Prime95 para estressar todos os núcleos em 100%.
Depois reaplicamos a pasta térmica, mas dessa vez da forma que eu fazia, espalhando por toda a superfície com uma espátula. Aí medimos tudo de novo. Para minha surpresa, aplicar apenas um pingo de pasta térmica no centro do processador foi mais eficiente do que espalhar. A temperatura do chip ficou 2º mais baixa do que quando espalhamos a pasta térmica. Desde então eu só aplico um pouquinho no centro do chip e pronto. Menos do que a quantidade mostrada na figura acima.
Além disso, ao colocar pasta térmica demais, ela pode vazar pelas laterais. Se for uma pasta que contenha prata na composição, ela pode acabar ocasionando um curto-circuito na placa-mãe ou no processador. Portanto, só um pouquinho já é o suficiente.
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