O carnaval de cores das distribuições Linux

O carnaval de cores das distribuições Linux

Na concepção de interfaces para os ambientes desktops e as suas bibliotecas, “aprendi” a adotar o cinza e o azul escuro como as cores ideais para esta classe de softwares. Inclusive, até passei a associar o azul puro aos travamentos e outros problemas do gênero! No entanto, parece que o universo das distribuições GNU/Linux tendem a optar por práticas totalmente inovadoras, ao adotar combinações de cores – até consideradas “inapropriadas” – como a base para a sua identidade visual! Por exemplo, alguns aqui gostam dos tons preto e laranja/marrom do Ubuntu?

O moderno Ubuntu e o seu tema padrão “Ambiance”.

O moderno Ubuntu e o seu tema padrão “Ambiance”.

Bem, acho que estava enganado. A riqueza de cores e efeitos visuais, combinadas com boas temáticas, não só embelezam o ambiente gráfico, como também o tornam mais interessante para obter uma ótima experiência de uso. Quando o Ubuntu foi lançado, também odiei aquele visual marron-alaranjado; no entanto, reconheci que as cores usadas davam realmente uma identidade visual interessante para a distribuição, ao mesmo tempo que não eram tão “enjoadas” assim de se ver. Gostem ou não, o Ubuntu é reconhecido como uma distribuição única, em boa parte devido às suas cores! Mas bem que ele poderia ser mais “sóbrio”…

A temática do Ubuntu em sua primeira versão (4.10).

A temática do Ubuntu em sua primeira versão (4.10).

Embora o Ubuntu possa ser considerada uma das distribuições mais extravagantes no quesito cores, há tempos as distribuições tradicionais vêm adotando muitas cores personalizadas. À começar pelo SuSE, o próprio logotipo da distro é ilustrado com um camaleão, um animal bastante conhecido pelo fato de sua pele (ou escamas) ter a capacidade de realizar a mudança de cor. No entanto, a cor oficial do SuSE – assim como a sua variante OpenSuSE – é o verde, o qual se destaca em um ambiente gráfico moderno como o GNOME.

O OpenSuSE, instalado em um netbook.

O OpenSuSE, instalado em um netbook.

Observem que em ambos os casos, a barra de tarefas e os menus do ambiente adotaram padrões de cores mais escuros, como o cinza-escuro (Ubuntu) e o preto (SuSE/OpenSuSE). Para aqueles que estavam acostumados com o cinza-claro ou o bege, esta é mais uma daquelas modificações que causam um grande impacto, onde muitos usuários acabam repelindo-a, por estarem habituados aos padrões tradicionais de cores. O engraçado é que, desde que me entendo por entusiasta do Software Livre, tanto o KDE quanto o GNOME sempre tiveram um jeito assim… acinzentado e sem vida! Mas como eu disse, tiveram…

O KDE (4.2) do Kubuntu, personalizado.

O KDE (4.2) do Kubuntu, personalizado.

Repetindo, as temáticas personalizadas dão uma identidade visual importante para as distribuições. Entretanto, há ambientes gráficos que há um bom tempo, primam pelas cores cinza e azul como padrão, tal como é o caso do KDE. E à partir da versão 4, a integração da temática com os recursos de usabilidade oferecidos, além da adoção das cores já mencionadas, tornaram o KDE parecido entre as diferentes distribuições GNU/Linux. A primeira vista, se observarem os screenshots do Kubuntu e o compararem com a Mandriva ou qualquer outra distribuição popular, compreenderão (mais ou menos) o que estou falando.

Mandriva: se não fosse o menu principal e o papel de parede personalizados, talvez não conseguiríamos diferenciá-la do Kubuntu...

Mandriva: se não fosse o menu principal e o papel de parede personalizados, talvez não conseguiríamos diferenciá-la do Kubuntu…

Nem todas as distribuições adotam um visual personalizado, ou ao menos, não personalizam-na à ponto de tornar distinto o mesmo ambiente gráfico, se compararmos diferentes distribuições. É o caso do Slackware, que adota o KDE padrão e do Debian, que faz apenas algumas simples modificações no GNOME (como um papel de parede personalizado). Em ambas, poderemos notar uma maior leveza no carregamento do sistema e na inicialização! Embora possamos atribuir grande parte de sua velocidade aos poucos serviços que inicializam (estes geralmente essenciais), a personalização do ambiente gráfico também confere uma carga de processamento extra, que felizmente se passa quase por desapercebida em virtude das poderosas CPUs e GPUs modernas.

Debian Squeeze: em destaque, a tosca decoração padrão do GNOME e o papel de parede personalizado...

Debian Squeeze: em destaque, a tosca decoração padrão do GNOME e o papel de parede personalizado…

Felizmente, os ambientes gráficos modernos permitem a modificação dos temas e suas cores. No Ubuntu (e certamente nas demais distribuições), o GNOME oferece a ferramenta System ? Preference ? Apearance, onde poderemos não só substituir o tema utilizado, mas também customizar pequenos detalhes estéticos de um determinado tema escolhido, tornando-o diferenciado e mais agradável, se comparado ao perfil original. Além da personalização dos temas, a escolha do papel de parede e a customização das fontes escolhidas, também darão uma nova vida ao seu desktop. Ou não…

Mas, se as opções de temas disponíveis no Ubuntu (ou as suas distribuições preferidas) não agradarem, que tal fazer uma visitinha ao site GNOME-Look.org e dar uma olhada nos temas disponíveis? Não só encontraremos novos temas alternativos, mas uma série de novas artes que certamente deixarão o seu ambiente desktop bem assim… diferenciado! Mas não se empolguem: caso exagere no “embelezamento” da sua área de trabalho, com certeza ela não será algo assim tão “agradável” de se ver. Já os usuários do KDE, também encontrarão no KDE-Look.org uma coletânea de artes interessantes e de forma análoga, à encontrada no portal voltado para o GNOME.

O site Gnome Looks.org.

O site Gnome-Look.org.

Pessoalmente, dificilmente faço grandes customizações visuais em meu ambiente de trabalho, optando por mantê-lo o mais próximo possível do tema original. Entretanto, faço muitas alterações em seus elementos visuais, buscando uma maior simplicidade e melhor usabilidade, dentro daquilo que considero o mais agradável para mim (afinal de contas, o desktop é meu). E o mais importante: sempre opto por deixar o plano de fundo totalmente negro ou até mesmo utilizar um papel de parede bonito, desde que possua tonalidades escuras. Abaixo, segue o screenshot do meu desktop:

Eis, a simplicidade ao extremo do meu ambiente de trabalho! ;-)

Eis, a simplicidade ao extremo do meu ambiente de trabalho! 😉

Mas agora, estaremos diante do GNOME 3 e toda uma nova filosofia de trabalho. Além dele trazer novos perfis de cores e elementos visuais, a sua usabilidade estará intimamente ligada às personalizações feitas pelas principais distribuições disponíveis no mercado. Como será o look-and-feel destas distros? O quanto “comprometerão” o bom-senso? Não sei…

Mas uma coisa é certa: a coisa vai ficar preta, literalmente! &;-D

Por Ednei Pacheco <ednei.pacheco [at] gmail.com>

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