Larrabee, Fusion e Tegra, eis algumas das novas tecnologias que nos dias de hoje, chamam a atenção. Quando o Larrabee será lançado (ou melhor dizendo, quando deixará de ser adiado)? E o Fusion, porque ainda mal temos notícias? Já a plataforma Tegra está aí, além da existência de diferentes produtos realmente interessantes. Mas, ao olhar para o passado, nos deparamos com avanços tecnológicos que prometiam revolucionar o mercado, mas que por razões diversas – da óbvia à incompreensível – tiveram recepções diferenciadas pelo mercado…
Plataforma Tegra: os IGPs da nVidia dão vida nova a muitos gadgets
Mas no final, deram certo! Então, vamos conhecer algumas delas?
CPUs multi-core
Há alguns anos (2004), a Intel lançou o Pentium D, a primeira CPU dual-core, que na prática são dois dies Pentium 4 (Presscott), juntos em um mesmo encapsulamento. Se o aumento da capacidade de processamento era limitada em vista da máxima velocidade em que podiam alcançar (3.0 GHz) e da alta complexidade dos chips, então porquê não duplicá-la através do uso de 2 núcleos ao invés de um? Embora a proposta da Intel tenha dado certo nos anos seguintes (culminando com o lançamento dos Core Duo e Core 2 Duo), algumas dificuldades foram evidentes: além da alta dissipação térmica (embora seja mais por culpa da antiga arquitetura), os softwares da época não eram otimizados para o processamento paralelizado. Hoje em dia, a maioria esmagadora dos processadores comercializados são multi-core e o suporte ao processamento paralelizado via software evoluiu consideravelmente.
CPUs econômicas
O que esperar de um processador que dissipa mais de 95 Watts? Para muitos deve fazer sentido, visto que potência e consumo andam de mãos dadas. No entanto, alguns fabricantes teimavam em desenvolver processadores de baixo consumo, voltados especialmente para sistemas onde ampliar a autonomia da bateria era essencial. Surgiram então, processadores como o Crusoe e o Geode, de consumo na ordem de apenas 1 Watt! Mas não deram certo, em virtude da baixa potência, além dos demais que surgiram que também carregaram esta limitação. Porém, ninguém poderia esperar que, mesmo tendo pouca potência, uma CPU de baixo custo e baixo consumo poderia fazer fazer tanto sucesso como o Atom! Hoje em dia, mais de 90% dos netbooks são equipados como CPUs Atom, além de diversos outros dispositivos da categoria dos UMPCs. Ou será que o seu sucesso deu-se por surgirem no momento certo?
Monitores LCD
Embora fossem considerados a “revolução” da computação e do entretenimento, os monitores LCDs até então não eram bem-vistos pelos aficcionados da computação gráfica. Altíssimo custo, resoluções pouco flexíveis, baixa fidelidade de cores, imagens opacas e sem vivacidade, além do tempo de resposta alto, eis os aspectos negativos que indicavam a morte prematura dos primeiros monitores LCDs. No entanto, com o amadurecimento da tecnologia e a oferta de produtos mais em conta, ninguém mais quer ver os antigos “tijolões” os quais chamados monitores CRTs. De agora em diante, só telinhas anoréxicas!
Extensão 64 bits
4 GB de memória RAM. Ainda que seja uma quantidade generosa para a maioria dos desktops atuais, a limitação no endereçamento de 32 bits torna frustante as experiências com sistemas e aplicações que necessitassem de grandes quantidades de memória. Ainda que algumas tecnologias possibilitassem o uso de páginas de 4 GB para aumentar a quantidade de memória como o PAE (Physical Address Extension), o desempenho era comprometido, pois o chaveamento entre as páginas tomava muito tempo, prejudicando o acesso. Para variar, as instruções de 64 bits providos pela intel no Itanium fracassaram, devido à existência de poucos softwares 64 bits. Então, veio as instruções x86-64, desenvolvidas pela AMD, com retrocompatibilidade garantida para a velha geração dos softwares escritos em 32 bits, que acabaram ganhando o mercado.
Placa-mãe com tudo onboard
Assim que saíram as primeiras unidades com áudio, vídeo e rede embutido, os entusiastas e aficcionados faziam questão de adquirir modelos de placas-mãe “offboard” e comprar as placas de expansão extras, para garantir de que seus sistemas pudessem oferecer as melhores experiências possíveis, sem os já conhecidos engasgos, instabilidades e travamentos causados pelo uso de dispositivos integrados. Mas, felizmente, as soluções onboard evoluíram de tal maneira nos dias atuais, que dificilmente alguém pensaria em instalar uma placa de som dedicada ou uma interface de rede extra. Placas de vídeo ainda continuam a existir, mas só para aplicações específicas, como a execução de jogos e outras aplicações gráficas. E olha que para certos mercados, as CPUs também virão “onboard”, por assim dizer!
Placa aceleradora gráfica
Lá pelos idos de 1995, uma empresa chamada Matrox lançou um produto interessante para o mercado de jogos: a placa aceleradora gráfica Matrox Impressium. Embora prometesse gráficos mais suaves e realísticos, as suas pobres especificações, a existência de limitações e a ausência de suporte por parte dos desenvolvedores de jogos na utilização de suas competências em renderização 3D, acabaram por sepultar o empreendimento. Mas a ideia surgiu e outros fabricantes concorrentes lançaram seus produtos baseados em suas experiências negativas, como também APIs gráficas para garantir a compatibilidade dos futuros jogos. Hoje em dia, o mais simples IGP possui capacidade de aceleração 3D e suporta as principais APIs gráficas do mercado.
Extensões multimídia
Numa época em que os PCs desktops com recursos multimídia começava a definir uma nova classe de usuários domésticos (1995), as CPUs não eram bem assim “eficientes”, no processamento de instruções multimídia. Então, a Intel resolveu tomar a dianteira e lançar as instruções MMX para a sua linha de processadores Pentium. Infelizmente, os ganhos de desempenho são modestos, se considerarmos os esforços empreendidos no desenvolvimento de programas compatíveis com estas instruções, o que resultou no fracasso inicial da Intel. No entanto, a AMD também lançou as suas instruções especiais 3D Now!, que foram recebidas relativamente bem no mercado. A seguir, vieram as instruções SSE, que por sua vez se mostraram bastante promissoras, seguidas pelas SSE2, SSE3, SSE4… E o resto, já sabem: qualquer CPU lançada hoje em dia precisa suportar pelo menos a grande maioria dos conjuntos de instruções criados a partir daí.
Co-processador matemático
Em tempos bastante antigos (era 386/486), os co-processadores matemáticos eram unidades especiais de cálculos que facilitavam a vida das CPUs, possibilitando executar tarefas que exigiam o processamento de cálculos matemáticos intensos, como as fórmulas de planilhas e outras aplicações com softwares de engenharia (naqueles tempos, coitado daquele que adquirisse um 486 SX). Depois que este componente foi integrado ao processador, por muito tempo esta necessidade deixou de ser comentada, até o momento em que a nVidia e a ATI se depararam com as novas possibilidades de uso de suas GPUs e IGPs em cálculos matemáticos, dada as suas capacidades de execução paralelizada e a sua natural inclinação para os números.
O que mais esperar dos avanços tecnológicos que, embora à primeira vista não pareçam promissores e consequentemente não têm a tão esperada boa receptividade do mercado, acabam se tornando fundamentais no em sua evolução natural? Se acham que eles falam por si próprio, estão enganados: se não fosse a determinação e o empenho das empresas que o criaram, certamente não estariam disponíveis entre nós.
Por Ednei Pacheco <ednei.pacheco [at]gmail.com>
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