Mandrake 10.0 Community

Por:
Introdução

Este documento visa falar um pouco sobre o Mandrake 10.0 Community da Mandrake Soft. Seu comportamento nos hardwares testados, nos objetivos visados e nas diferentes formas de instalação do mesmo.

Aviso aos navegantes: Este é um artigo um tanto diferente dos anteriores, pois foi escrito por mim (Tiago Cruz) em conjunto com o novo administrador do LinuxRápido (Lucas Willian), portanto não se assustem 🙂

–$ (Lucas)
Editei este artigo em conjunto com o meu amigo Tiago, pois também decidi colocar o Mandrake 10.0 Community como meu servidor de VPN, em substituição a um Conectiva Linux 7.0 com kernel 2.2.x que estava muito “defasado”
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Baixando e preparando o terreno

O download foi feito pelo meu amigo do ForumGdH, Kalicrates, que baixou e queimou as ISOs em um CD para mim.

–$ (Lucas)
Baixei as isos da internet, via bitorrent. Fiquei com as 3 mídias da “Download Edition”
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Fiquei com 03 mídias da “Download Edition” e mais 02 mídias do “Power Pack”, a #4 que é a ‘contrib’ e a #5 cheia de pacotes proprietários

As máquinas utilizadas foram:

Meu desktop caseiro: Asus A7V8X-X, Athlon XP 2000, 256 MB DDR, Maxtor 20 GB 7200 RPM, Radeon 9200 SE. Meu desktop corporativo: PC-Chips M810 LMR, Duron 950 MHz, 128 MB, Samsung 20 GB 5400 RPM.

–$ (Lucas)
Meu servidor de VPN: Athlon XP 1.7+, 512 MB DDR, Maxtor 20 Gb, Seagate Barracuda 80 Gb 7200 RPM, Quantum Atlas SCSI Disc APX2106 9 Gb, Trident 9440.
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Em ambos os casos já tinha uma partição livre esperando o danado para instalar.

–$ (Lucas)
Reparticionei todo o disco Maxtor 20 Gb para suportar o novo Linux, apagando totalmente a partição anterior. Criei uma partição ReiserFS / com 19.6 Gb e uma partição de swap com o restante do espaço.

Os outros dois discos servem para backup (80 Gb) e para os arquivos do Samba (9 Gb), ambos com ext2
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Instalação

Foi tranquila, como de praxe. Só escolhi onde deveria ser instalado a ‘/’ e o ‘/home’. Caso você não consiga bootar com o CD #1, tente com o CD#2 que tem um kernel alternativo para as máquinas problemáticas.

Caso queiram, podem tentar essa alternativa mostrada pelo Kalicrates:

“Eu não deixo a BIOS controlar o processo diretamente, uso o Smart Bootmanager para intermediar: http://btmgr.sourceforge.net/

Nunca uso o gravador de CDs para fazer boot, booto com o disquete do SB, ele detecta todos as fontes de boot, então eu aponto para o leitor de CD-ROM (o CD precisa estar lá é claro) e mando o SB fazer o boot…=)

Pra mim nunca falhou… Experimentem o SB, vocês já baixaram os CDs, gravaram… o que tem a perder? 🙂 “

Em casa, fiz a instalação padrão, não alterei nada. Teclado ABNT/2, mouse 3 botões serial, Monitor genérico reconhecido, até aí nada de diferente das outras distros.

A cópia foi rápida, uns 20 minutos e pediu um pouco dos 03 CD’s… quando pediu o 4º, eu coloquei e ele não aceitou (deve ser devido a ‘gambi’ citada acima) e eu cancelei.

Na empresa, foi um tanto mais demorada porque eu fiz o modo ‘atualização’ que sempre é mais demorado mesmo, fora que a máquina não é lá essas coisas. Aproveitei para dar uma olhada na tradução para o nosso idioma, trabalho que foi muito bem feito principalmente pelo Carlinhos Cecconi (abração velho!).

Reparei também nas mensagens da instalação — é dado um aviso que na versão “Download Edition”, por somente conter programas livres, talvez não funcionem alguns modens (ADSL e RTC) e talvez algumas placas de vídeo (ATI e NVIDIA) pois dependem de drivers proprietários.

–$ (Lucas)
Costumo fazer uma instalação diferente do linux. Eu procuro colocar as isos em outra máquina com o Linux instalado. Monto as isos usando o dispositivo de loop e depois compartilhando-os via NFS. Desta vez, fiz isto utilizando com Conectiva Linux 9.0 que tenho instalado no servidor da empresa. Montei a primeira iso no diretório /iso e o adicionei no /etc/exports, iniciando o serviço de NFS. Antes disso, porém, usei a imagem bootnet.img e gerei os disquetes de instalação e, logo depois usei a imagem que continha os drivers de rede e gravei também em outro disco.

Dei o boot na máquina normalmente. Pressionei F1 para escolher o modo de instalação via texto. Normalmente, o mandrake detectou as duas placas de rede REALTEK RTL8139 e solicitou que eu inserisse o disquete com os módulos para controlar as placas de rede. Inseri o disquete e o Mandrake carregou normalmente o módulo 8139too.ko.

Após esta etapa, o Mandrake solicitou que eu optasse por um dos 3 modelos de instalação via rede disponíveis: o nfs, o http e o ftp. Selecionei o primeiro. Logo após isto, o Mandrake solicitou qual a forma que gostaria que a rede fosse configurada. Dentre as opções, escolhi a opção de inserir um IP Estático, já que achei que seria mais seguro proceder assim. Coloquei um ip reservado da minha rede (192.168.0.8) e configurei o roteador, o DNS e o netmask da rede. Como o roteador e o DNS de minha rede eram a máquina em questão, coloquei nestes dois campos o valor 0.0.0.0, o que fez com que o Mandrake me solicitasse um nome e um domínio ao qual esta máquina pertenceria após a instalação.

Passada esta etapa, chegou o momento de inserir o servidor NFS e o ponto de montagem. Aí houve uma falha fragorosa do Conectiva Linux 9.0. Devido a alguns problemas na compilação do último kernel SMP (sim, meu servidor é biprocessado) atualizado via apt-get, o módulo do NFS apresentou problemas e não estava reconhecendo as solicitações de montagem enviadas pelo servidor. Mesmo o arquivo /etc/exports conter a seguinte linha:

/iso 192.168.0.8(sync,rw,no_root_squash)

O serviço de NFS negava o acesso desta máquina ao ponto de montagem. Este problema foi resolvido com a recompilação do Kernel do Conectiva Linux 9.0 para o kernel 2.4.24.

Decidi, então, copiar todos os RPM’s dos 3 CD’s do Mandrake para o diretório /iso, e proceder uma instalação via FTP. Ao término da cópia, habilitei o serviço no Conectiva Linux 9.0 e criei uma conta de usuário chamada instalação, apontando seu home para o diretório /iso, onde havia colocado todos os arquivos dos 3 CD’s de instalação.

Novamente rebootei o servidor, refazendo todos os passos citados acima, mas desta vez escolhendo a instalação via FTP. O Mandrake iniciou um script em PERL que começou a baixar os arquivos automaticamente do servidor de FTP e procedendo a instalação. Apartir deste momento comecei a descobrir que os CD’s que havia baixado pelo bitorrent estavam danificados. Antes que me xinguem, lhes adianto que verifiquei o Hash MD5 dos CD’s e deu diferente dos valores reais, mas decidi arriscar mesmo assim fazer a instalação. Alguns pacotes importantes estavam ficando de fora, como o gcc, o perl, o python, o libopenssl, e outros…

O Mandrake, quando acontece uma falha de instalação de pacote, exibe uma mensagem que permite que se continue a instalação, mesmo na falta do mesmo. Fui selecionando continuar e a instalação deu-se sem maiores problemas. Faltaram aproximadamente uns 10 pacotes na instalação, mas que pretendo arrumar assim que encontrar uma fonte confiável para usar o urpmi. ~

A instalação demorou cerca de 30 minutos, aproximadamente. Achei bastante rápido, levando em consideração que os arquivos estavam sendo baixados numa rede de 10 Mbps…
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O primeiro boot

Esta foi a grande surpresa (pelo menos para mim): Meu som da A7V8X-X que costuma ser bem problemático foi perfeitamente reconhecido, sem chiados. Apenas aumentei o volume no kmix.

Não obstante, minha Radeon 9200 foi reconhecida corretamente, e o suporte 3D ativado! “É tudo o que eu queria”

Para fazer uma comparação, gastei vários dias tentando ativar o suporte 3D dessa placa em outras distribuições. Cheguei até a alterar partes do código do kernel e seus módulos AGP (!!!) e recompila-lo, sem sucesso. Recomendo a todos que estiverem com esta dificuldade que instalem o Mandrake 10.0.

Voltando, minhas Mp3 tocando normalmente, meus animes rodando sem precisar instalar codec ou player adicional, os jogos 3D nunca antes jogados rodando levinho levinho (antes eu tinha que mata-lo com um ctrl+alt+f2) =)

No escritório, não foi diferente: Todo o hardware reconhecido e configurado automaticamente.

Em casa, o kernel 2.6.3 veio por padrão, junto com o novo KDE 3.2, onde pude notar sua melhoria e velocidade. No escritório, o kernel 2.4 foi mantido junto com meu Gnome 2.4. Uma entrada para o novo kernel foi adicionada no LiLo, mas achei ele mais lento que o anterior, para as mesmas funções básica

Os menus foram reestruturados, o Mandrake Control Center também. Fontes muito bonitas por padrão. Novo ícone no botão iniciar, com o logotipo da MandrakeSoft!

Para um usuário doméstico, está mais do que bom. Meus amigos ficaram boquiabertos e já levaram uma cópia do mesmo: “Pow, no XP para tudo isso funcionar eu tenho que reiniciar umas 10 vezes — uma para o som, outra para o video, outra para o codec, outra para os drivers do chipset, outra para o player, outra para o(s) jogos…”

Ahhh… quando coloquei um CD virgem, o K3B 0.11 abriu e começou um assistente sozinho, muito bom!

–$(Lucas)
Como não instalei nenhum ambiente gráfico no servidor, e desabilitei o som e o USB no setup, não houve novidades para mim naquela telinha preta escrito “router login:”
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Alguns ajustes

Faltava adicionar os CD’s #4 e #5 na base de dados do urpmi:

# urpmi –probe-synthesis –probe-hdlist CD4 removable://mnt/cdrom

Depois é só entrar no ‘mcc’ e instalar mais uma porrada de jogos, desinstalar o totem (não gosto dele, me lembra um outro player ae…), instalar o xmms e seus skins…

Sempre altero também meu /etc/profile.d/alias.sh :

alias ll=”ls -lh”
alias du=”du -h”
alias df=”du -f”

Alterei também meu /etc/lilo.conf, porque gosto da saída dos comandos acima ‘normais’

append=”devfs=nomount[…]”

Bom… agora é só curtir!

–$ (Lucas)

  • Baixei o kernel 2.6.4 e compilei o kernel novamente;
  • Copiei todas as isos (mesmo defeituosas) para o diretório /iso
  • Criei um diretório mntpoint dentro de /iso
  • Criei um script chamado monta.sh, que monta as 3 isos dentro de /iso/mntpoin
  • Removi todas as mídias de instalação via ftp: urpmi.removemedia -a
  • Adicionei as mídias uma por uma novamente:

urpmi.addmedia cd1 /iso/mntpoint/cd1/Mandrake/RPMS

Sou o mais novo usuário feliz do Mandrake.

Comparativo entre o Conectiva Linux e o Mandrake

Acredito que as duas distribuições são excelentes… Entretanto, achei algumas opções no Mandrake muito interessantes, tais como o nível de segurança que quero que meu linux tenha (selecionei a paranóico).

A tradução também está muito completa, o que me deixou extremamente impressionado com a qualidade dos tradutores que estão trabalhando no Mandrake para convertê-lo todo para pt_BR.

No mais, acredito que o apt é muito mais simples do que o urpmi para trabalhar, mas nada que impossibilite o administrador de conseguir fazer tudo que necessita em sua máquina.

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