Temos um total de 7 slots: um AGP 4x, 4 slots PCI de 32 bits e mais dois slots PCI de 64 bits e 66 MHz, que estão aí com o objetivo claro de oferecer suporte para uma placa Ultra320 SCSI e uma placa Gigabit Ethernet:
Apesar de ainda prestar bons serviços, o bom e velho PCI de 32 bits é um limitador para várias tecnologias, pois apesar do barramento teórico ser de 133 MB/s, na prática a velocidade de transmissão fica em torno dos 80 ou 90 MB/s e ainda por cima é dividida entre todos os dispositivos PCI que estiverem sendo utilizados.
Os slots de 64 bits e 66 MHz resolvem este problema, por proporcionarem um barramento de dados mais rápido e desvinculado do PCI de 32 bits. Um slot de 64 bits e 66 MHz (533 MB/s) é o mínimo para aproveitar todo o potencial de uma placa Ultra 320 SCSI, ou uma placa dual Ultra160 SCSI e é recomendável para o uso de uma placa Gigabit Ethernet, embora existam várias placas em versão PCI 32 bits.
Este teste divulgado pela universidade de Northern de Iowa compara o desempenho de várias placas Gigabit Ethernet, espetadas em slots PCI de 32 bits, 64 bits de 33 MHz e 64 bits de 66 MHz: http://www.cs.uni.edu/~gray/gig-over-copper/
Nos resultados divulgados, as placas espetadas em slots de 32 bits ficaram sempre na casa dos 200 megabits reais, enquanto as placas espetadas em slots de 64 bits (33 ou 66 MHz) ficaram sempre mais ou menos empatadas, variando entre 400 e 940 megabits, de acordo com o chipset da placa e o tamanho dos pacotes de rede utilizados no teste. A velocidade de transmissão das placas foi superior utilizando valores de MTU altos, 6000 ou até 9000 (nas placas que ofereciam a última opção) enquanto com os pacotes de 1500 bytes, default no Windows o desempenho não passou dos 500 megabits.
Enfim, se você pensa em utilizar uma placa Gigabit Ethernet ou uma controladora SCSI, os slots de 64 bits serão de muita ajuda. Mas, se você ainda se contenta com os periféricos de 32 bits, eles serão um impecilho, já que com o uso da controladora USB incluída no pacote você ficará com apenas três slots PCI vagos, o suficiente apenas para um modem, placa de som e uma segunda placa de rede.
Não é possível utilizar os slots de 64 bits para espetar placas PCI de 32 bits, pois os slots utilizam uma tensão mais baixa, 3.3V, contra os 5V dos slots de 32 bits. Algumas placas PCI de 32 bits já suportam 3.3V, estas placas possuem dois chanfros, indicando que são compatíveis tanto com os slots de 5V quanto com os de 3.3V. Estas placas na maioria dos casos funcionarão se espetadas nos slots de 64 bits, mas não sempre.
Este problema seria amenizado caso a Tyan aproveitasse o chip de áudio AC’97 incluído no AMD 760 MPX para oferecer áudio onboard, o que permitiria dispensar uma placa de som externa e ficar com um slot PCI livre. O som onboard aumentaria um pouco o custo da placa (por causa dos conectores e trilhas extras), mas eu creio que seria um bom negócio.
Este é mais um caso onde onboard não é sinônimo de componente de baixa qualidade. A rede onboard da Tiger usa um vistoso chipset 3com, que oferece um desempenho e utilização do processador consideravelmente melhores que o dos chipsets Realtek utilizados em muitas placas mãe e nas placas de rede mais baratas.
Numa situação normal uma placa de rede 3com não seria necessariamente uma boa escolha, já que o custo é muito mais alto que uma simples Realtek 8139, mas como neste caso a placa já vem integrada na placa mãe, só nos resta agradecer 🙂
Este chipset de rede é automaticamente instalado no Windows XP, mas é preciso fornecer os drivers incluídos no CD no Windows 98 ou 2000. No Linux o chipset é reconhecido sem problemas, mesmo nas distribuições antigas e nos disquetes para instalação via rede.
Nada de novo aqui, temos as portas do mouse e teclado, o conector da rede onboard, os dois encaixes para as portas USB, além das portas seriais e paralelas:
Ao contrário de outras placas com o MPX, na Tiger ambas as portas USB foram mantidas ativas. Mas, ainda existe o bug de última hora, descoberto no chipset AMD 760MPX, que pode fazer com que alguns dispositivos USB não funcionem adequadamente ou mesmo tornar o sistema instável caso usados. Como a palavra “instabilidade” não combina com nenhuma placa mãe destinada a workstations e servidores, a Tyan incluiu no pacote uma controladora USB externa, com 4 portas USB, que pode ser usa em substituição, ou como um complemento das portas USB onboard.
A controladora USB é automaticamente detectada pelo sistema operacional, inclusive no Linux. A excessão é o Windows 95a e o Win 95 OSR/2 que não trazem suporte nativo a USB, tornando necessária a instalação dos drivers que acompanham a placa.
A má notícia é que a controladora USB ocupa um dos quatro slots PCI disponíveis, deixando ainda menos espaço para placas de expansão caso usada.
Atualização: Recentemente foi lançada uma nova revisão da Tiger MPX, que já utiliza uma versão do AMD 760 MPX com o problema nas portas USB corrigido. Nestas placas as portas USB funcionam perfeitamente, por isso, não é mais incluída a controladora externa, como na placa analisada aqui.
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