Chegamos então às inevitáveis considerações em relação à tela, que dependendo de suas expectativas pode ser um balde e água fria. Assim como praticamente todos os tablets chineses disponíveis no mercado, o Surfer usa uma tela resistiva, o que é um problema no Android, já que o sistema simplesmente não foi projetado com elas em mente.
Em resumo, as telas capacitivas são muito mais confortáveis de usar (exemplo do iPhone) mas não oferecem muita precisão no toque, uma vez que você precisa usar diretamente os dedos, enquanto as telas resistivas oferecem como vantagem precisão de toque ao usar a caneta ou as unhas. Um exemplo de boa implementação de uma tela resistiva é o velho Nokia N800, que pode ser utilizado confortavelmente como um cliente rdekstop para um PC com o Windows, com a caneta permitindo que você consiga usar a interface (que é cheia de botões e barras de rolagem minúsculas) de forma mais ou menos confortável:
Ao usar uma tela capacitiva, o sistema não pode contar que você clicará no ponto exato em que deseja, já que a ponta do dedo é gigantesca se comparada com a ponta de uma stylus. O resultado é que a interface do sistema precisa ser baseada em elementos grandes e o sistema precisa utilizar um algoritmo de predição para decidir entre acionar a opção A ou a opção B quando o toque é registrado entre as duas. É por isso que no Android os menus de seleção mostram sempre apenas 6 ou 8 opções (ou apenas 3 ou 4 na horizontal), mesmo que os 800×480 da tela permitam exibir muito mais informações.
Ao usar uma tela resistiva em um aparelho com o Android você acaba ficando com o pior dos dois mundos, já o sistema não é capaz de aproveitar o único ponto forte das telas resistivas (a precisão) e você acaba ficando apenas com os inconvenientes. É até possível controlar o tablet usando os dedos, mas você precisa colocar uma certa dose de força para o sistema reconhecer os toques. O mais confortável acaba mesmo sendo usar as unhas, ou a caneta, como nos velhos tempos:
O Android oferece suporte nativo a teclados USB, mas na maioria dos dispositivos o suporte vem desativado por padrão, ou você tem dificuldade em conseguir o cabo. No caso do Surfer o uso do teclado não poderia ser mais simples, pois ele já vem até mesmo com o adaptador. Basta plugar qualquer teclado USB com o aparelho desligado e o sistema o detectará automaticamente durante o boot. Ele é capaz de ativar também mouses USB, mas ele não é utilizável, pois (além da falta do cursor) o Android interpreta todos os movimentos do mouse como ações de swipe, rolando as telas virtuais ao mover o mouse para a direita e esquerda por exemplo.
O teclado acaba sendo bastante útil, pois o tablet pode ser inteiramente controlado através dele, sem depender das teclas de atalho na parte inferior e, na grande maioria dos casos, nem mesmo do touchscreen. Desde que você consiga apoiar o tablet de forma cômoda, é relativamente confortável fazer tudo através dele.
A tecla “End” no teclado equivale à tecla power, a tecla menu abre o campo de pesquisa, a F1 corresponde à tecla Menu, enquanto a tecla “Home” faz voltar à tela inicial (ou acessar a lista de aplicativos abertos caso pressionada por mais de um segundo). O direcional tem a mesma função do trackball encontrado em alguns modelos, permitindo navegar entre as opções e o Enter permite selecionar. É uma forma diferente de interagir com a interface que ao usar o mouse, mas quem é das antigas vai gostar da ideia de fazer tudo usando o teclado.
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