A linha ULV da Intel consiste em processadores de baixo consumo, destinados a notebooks ultra compactos. Enquanto um Celeron M de 1.4 GHz consome 22 watts, o Pentium M ULV que equipa o Vaio usa tensão de apenas 0.924V e consome apenas 5 watts! Além de aumentar brutalmente a autonomia das baterias, isso ajuda bastante na questão do aquecimento. Embora seja muito compacto e silencioso (você precisa literalmente colar o ouvido no note pra ouvir o ruído do cooler), a temperatura do processador fica, na maior parte do tempo entre 51 e 53 graus.
Para economizar energia, o cooler é ativado apenas quando a temperatura do processador ultrapassa os 50 graus. Por isso, a menos que use o notebook num local muito frio, nunca cairá abaixo disso. O máximo que consegui atingir, ao assistir um DVD com as entradas de ar parcialmente bloqueadas, foram 65 graus. Esta é uma marca bem tranqüila, pois, segundo as especificações, o Pentium M ULV suporta até 100 graus.
A temperatura externa do gabinete fica em torno dos 40 graus na maior parte do tempo. O notebook nunca chega a ficar muito quente, apenas “morno”. O projeto usa 3 entradas de ar separadas, que ajudam a ventilar outros componentes e reduzem a possibilidade de que todas as entradas sejam bloqueadas simultaneamente, como ao usar o notebook sobre o colo, por exemplo. O fato do cooler ficar a maior parte do tempo desligado também é um fator que reduz a necessidade de manutenção, já que o dissipador acumula menos sujeira.
Graças aos 2 MB de cache, o desempenho do processador não é tão ruim quanto parece à primeira vista, mas ainda assim estamos falando de um dos processadores mais lentos do mercado, desenvolvido com o objetivo de ser econômico e não o de ser um campeão de desempenho. A performance é mais do que adequada para navegar, assistir DVDs e rodar aplicativos de escritório, porém deixa a desejar se você pretende jogar ou rodar aplicativos mais pesados, incluindo o VMware.
Mais um componente que deu sua cota de contribuição na miniaturização foi o HD. Ao invés de utilizar um HD de 2.5″ tradicional, o TX670P usa um Fujitsu MK6006GAH de 1.8″, que possui cerca de 2/3 do tamanho e quase metade da espessura. Além de menor, este HD consome quase 40% menos energia que um HD de 2.5″ tradicional:
O problema é que este HD é também sensivelmente mais lento que a média. Como o objetivo é consumir pouca energia, ele trabalha a apenas 4200 RPM o que, combinado com o menor diâmetro dos discos, resulta numa desvantagem considerável. O cache de dados de apenas 2 MB também não ajuda, já que caches de 8 MB já são o padrão na maioria dos modelos atuais.
Penas para efeito de comparação, o FUJITSU MHV2040BH de 5200 RPM usado no HP NX6310 que analisei em agosto, mantém 33 MB/s de taxa de transferência no teste do hdparm (hdparm -t), enquanto o HD do TX670P mantém apenas 21 MB/s no mesmo teste, uma desvantagem de mais de 35%.
Outro problema é que o HD não é facilmente substituível. Não existe acesso a ele pela parte externa do gabinete. Para chegar até ele, você precisa desmontar o notebook.
Um ponto positivo, que minimiza a questão do desempenho do HD é que este modelo já vem com 1 GB de RAM de fábrica. Mais memória significa que o sistema usará menos memória swap e terá mais espaço para fazer cache de disco, reduzindo o número de acessos ao HD. O TX vem com 512 MB de memória soldados diretamente à placa mãe e o único slot de expansão populado por um pente de 512 MB. A única possibilidade de upgrade é substituir o pente por um de 1 GB, ficando com 1.5 GB no total.
Os engenheiros da Sony se empolgaram um pouco com a questão da miniaturização ao projetar o drive de DVD. Ele é um drive bastante compacto, o que permitiu manter a espessura original sem precisar remover o drive, como no Toshiba Portege R200, por exemplo. Melhor ainda, apesar da miniaturização, temos um gravador de DVD, com suporte a mídias dual-layer. O drive lê CDs a 24x, DVDs a 10x, grava mídias CDR a 24x e grava mídias DVD+R a 4x.
O problema é que o botão para abrir a bandeja do drive é realmente minúsculo, provavelmente o menor da história da informática :-P. Você precisa usar a ponta da unha para conseguir pressioná-lo:
Ao usar o Windows, o drive pode ser usado também pressionando o botão ao lado do botão liga/desliga. Este mesmo botão também reativa o drive caso você o tenha desligado dentro das opções de economia de energia.
Combinando a tela, o HD de 1.8″, o processador e um sistema bastante agressivo de gerenciamento de energia, a Sony conseguiu chegar a um dos notebooks mais econômicos em termos de consumo elétrico do mercado. Reduzindo um pouco o brilho da tela, desligando o transmissor wireless e ativando o gerenciamento de energia para o processador, o consumo elétrico total do notebook oscila entre apenas 8 e 9 watts! Só para efeito de comparação, um monitor de LCD de 15″, para desktops consome sozinho cerca de 35 watts, 4 vezes mais do que o notebook inteiro.
No Linux, é possível acompanhar o consumo através do comando “cat /proc/acpi/battery/BAT1/state“. Aqui vai um screenshot para você não dizer que é história de pescador 🙂
No momento do screenshot, o notebook estava consumindo 8623 miliwatts, ou seja, apenas 8.6 watts de energia, menos que uma lâmpada fluorescente.
Apesar do tamanho reduzido do laptop, a Sony optou por usar usar uma bateria de 6 células (similar às encontradas em notebooks maiores), construída com células de alta capacidade. Graças à isso, a bateria possui uma capacidade total de 58 mWh (7.8 Ah a 7.4V), que, segundo a Sony, resulta numa autonomia de até 7 horas.
Lembre-se de que a capacidade da bateria é obtida multiplicando a capacidade em Ah pela tensão usada. A maioria das baterias de notebook tem 4.4 ou 4.8 Ah, porém usando tensão de 10.8V. Fazendo as contas, você vê que a capacidade real é praticamente a mesma. Esta bateria da Sony equivale em capacidade a uma bateria de 5.2 Ah a 10.8V.
Nos meus testes, consegui 3:45 horas assistindo a um DVD (na verdade quase dois 😉 e 6:15 navegando através da rede wireless e lendo textos em PDF. Deixando o notebook ocioso, com a tela ligada, consegui atingir 6:50 horas, uma marca impressionante.
Existe ainda a opção de usar a bateria extendida vendida pela Sony. Esta é uma bateria de 10 células, com 96 mWh, que oferece uma autonomia pouco mais de 50% maior que a da bateria padrão. Ou seja, com ela seria possível, em teoria, superar a marca das 10 horas de autonomia, suficiente para usar o note durante todo um dia de trabalho, sem descanso. Esta bateria custa US$ 230 nos EUA, mas é um ítem difícil de encontrar aqui no Brasil:
Deixe seu comentário