O Slackware 13.0 continua sendo um Linux à moda antiga. Apesar de algumas melhorias na nova versão, especialmente na área de suporte a wireless, o Slackware continua sendo mais adequado para usuários do Linux que saibam o que estão fazendo e que se sintam à vontade na linha de comando – ainda que o site oficial afirme o contrário. Os únicos novatos no Linux que devem considerar o Slackware são aqueles que realmente querem aprender como o Linux funciona internamente e que estão dispostos a arregaçar as mangas. Se seu objetivo for esse, aprender como as coisas funcionam, dificilmente você vai achar opção melhor do que o Slackware.
Até os usuários avançados vão perder bastante tempo instalando e configurando adequadamente o Slackware. A dependência de fontes de terceiros ou dos desenvolvedores dos programas para a obtenção de pacotes de aplicativos populares é um problema. A falta de um sistema de gerenciamento de pacotes com verificação de dependências é imperdoável em 2009.
Já me disseram que eu não entendo a filosofia do Slackware. Pelo contrário, eu entendo sim. Entender e concordar são duas coisas diferentes. Acredito que muitos usuários vão entender os pontos fortes e fracos do Slackware. Compará-lo a outras distribuições que fazem as coisas de um jeito diferente é algo válido em análises, assim como avaliar as afirmações de seus distribuidores. O Slackware não cumpre a promessa de “simplicidade e facilidade de uso“, ao menos no que tange à definição ou entendimento convencional de usabilidade..
Por outro lado, em algumas das áreas que eu considero mais importantes ao avaliar uma distribuição Linux, como na estabilidade, na confiabilidade e no desempenho, o Slackware está entre as melhores distribuições do mercado. Nessas áreas, seria difícil discordar dos fãs do Slackware que afirmam que ele é omelhor. O Slackware também proporciona aos usuários controle absoluto sobre o que entra no sistema e como as coisas são configuradas. Cabe a você decidir quais são suas prioridades e pesar as vantagens e desvantagens do Slackware.
Seus pontos fortes criaram uma pequena indústria de distribuidores derivados que prometem um sistema Linux com a confiabilidade e o desempenho do Slackware somados à facilidade de uso. Distribuições como GoblinX, VectorLinux, Zenwalk e Wolvix cumprem essa promessa. Para mim, o Slackware é uma base fantástica sobre a qual se pode construir uma distribuição de alto nível.
O Slackware continua sendo o Slackware. Ele está presente nesse cenário há muito tempo, e tem um grupo muito fiel de seguidores. É uma distribuição para especialistas ou para aqueles que têm no Linux um hobby, e não para a maioria dos usuários, sendo particularmente avessa àqueles que querem que as coisas simplesmente funcionem. Se eu recomendo o Slackware? Para novatos, de um modo geral, eu não recomendo. Para usuários experientes do Linux, depende do que você procura em uma distribuição. Confiabilidade e estabilidade são as coisas que sempre me fazem voltar a testar o Slackware. Infelizmente, o trabalho exigido para mantê-lo acaba me fazendo mudar de distro.
Créditos a Caitlyn Martin – http://distrowatch.com
Tradução por Roberto Bechtlufft <info at bechtranslations.com.br>
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