Instalação e configuração

Todas as edições do Salix OS estão disponíveis para download na forma de imagens ISO que cabem em um CD. A instalação pode ser feita pelo CD, a partir de uma instalação existente do Linux ou do Windows usando uma imagem em uma partição existente do HD ou a partir de um pendrive. Não há suporte a instalações via rede ou automatizadas, como com o kickstart do Red Hat.

Embora um instalador gráfico moderno tenha sido incluído no Salix Live, ele não está presente na série 13.1.x, que continua usando um instalador baseado no do Slackware 13.0. As edições comuns e instaláveis do Salix OS usam um instalador ncurses (em texto) semelhante ao do Slackware. Embora pareça meio fora de moda, eu prefiro esse estilo de instalação, que geralmente é mais flexível e configurável, e funciona bem em quase qualquer hardware. No computador desktop eu fiz a instalação pelo CD, e no netbook instalei a edição com o Xfce a partir de uma imagem no SSD. A edição com o LXDE foi instalada via pendrive, usando o UNetbootin de acordo com as instruções simples fornecidas no wiki do Salix OS.

O Salix OS precisa de no mínimo 840 MB de espaço para instalar um sistema básico sem o X. A instalação completa ocupa 2,5 GB. Se levarmos em conta aplicativos adicionais e atualizações, uma instalação típica do Salix OS toma uns 3 GB.

O instalador e a documentação estão em inglês. Embora a maioria das ferramentas e aplicativos criados para o Salix OS incluam uma grande variedade de traduções, o instalador é claramente monolíngue – o que é estranho para uma distribuição europeia. Nenhum outro idioma é suportado.

Ao iniciar o instalador, o usuário é recebido com uma tela introdutória em texto sem formatação. Para a maioria dos usuários com sistemas modernos (processador Pentium II ou melhor), é só apertar enter e carregar o kernel padrão para começar a instalação. O sistema huge.s, para computadores mais antigos, também está disponível. Também é possível passar parâmetros especiais ao kernel para inicializar o sistema.

Depois que o instalador é carregado, ele pergunta se o mapeamento de teclas deve ser mantido como inglês dos Estados Unidos, ou se é para mudar para outro. O Salix OS oferece duas opções de instalação: a instalação automática “limpa” todo o HD e usa as opções padrão, enquanto a instalação tradicional faz várias perguntas ao usuário. Não tenho como testar a instalação automática nos meus computadores, então só vou descrever o processo de instalação interativa.

A etapa seguinte é o particionamento do disco, que fica a cargo do cfdisk. Depois, o instalador pede a você que especifique pelo menos partições para swap e para o sistema de arquivos raiz. Se quiser, você pode definir parâmetros adicionais, digitando o nome de cada ponto de montagem a ser usado. O sistema de arquivos padrão é o ext4. Na instalação, também há suporte para ext3, ext2, ReiserFS, JFS e XFS. Usei o ext4 nos dois sistemas e não tive problemas.

O Salix OS oferece três tipos de instalação: sistema completo, instalação básica com o núcleo do sistema, X.org e ambiente desktop (Xfce ou LXDE, dependendo da edição) sem aplicativos e a instalação essencial, que é mínima e não inclui o X. O wiki traz instruções para a inclusão do X nessa instalação. Ao contrário do Slackware, o Salix OS não oferece a opção de escolha de pacotes individuais ou grupos de pacotes durante o processo de instalação. Isso torna a instalação mais simples, porém menos personalizável. Depois da instalação dos arquivos do sistema, o instalador também oferece a opção de criar um pendrive inicializável e de uso de um console comum ou com frame buffer.

O LILO é o único gerenciador de inicialização oferecido durante a instalação. O GRUB está disponível no repositório e pode ser instalado posteriormente. O instalador oferece a configuração automatizada do LILO e a capacidade de editar o arquivo de configurações do gerenciador de inicialização no modo avançado. Nos meus testes, o processo automático geralmente não consegue detectar outras distribuições Linux, incluindo outras instâncias do Salix OS e do Slackware.

Os próximos passos são configurar o fuso horário, escolher o padrão do numlock durante a inicialização e decidir se o SCIM (usado por idiomas asiáticos) deve ser habilitado. Interessante uma ferramenta que só é usada com idiomas asiáticos ser oferecida em um instalador que só é exibido em inglês. Depois disso vem a configuração da senha de root e de um ou mais usuários. O instalador oferece a opção de criar e configurar por completo todos os usuários que você quiser. O computador reinicia e pronto, instalação concluída.

O arquivo de configuração do X não foi incluído no processo de instalação. O Salix OS entra direto na interface gráfica. O instalador não oferece nenhuma opção para modificar esse comportamento. Nos meus sistemas atuais, a detecção automática de hardware que hoje faz parte do X.Org funcionou bem. Não seria o caso do meu velho e falecido laptop Toshiba, que tinha placa de vídeo Trident CyberBlade XPi. Usuários com sistemas mais antigos ou com placas de vídeo que não tenham suporte nativo precisam forçar a inicialização em nível de execução (runlevel) 2 e rodar o xorgsetup. Se isso não der certo, vai ser necessário criar um arquivo xorg.conf.

O instalador também não oferece opções para a configuração da rede. Se você tiver uma placa de rede Ethernet com fio suportada pelo kernel do Linux e usar o DHCP, terá uma conexão funcional imediatamente após a instalação. Acontece que seu sistema vai ganhar o improvável nome de “darkstar”. Caso use um endereço IP estático, ou prefira configurações diferentes do padrão para sua rede com fio, será necessário usar o netconfig via linha de comando, como no Slackware. Embora inclua um ótimo conjunto ferramentas gráficas para administração, o Salix OS não tem uma ferramenta com interface gráfica para configurar a rede. Por outro lado, ele tem uma para mudar o nome do host e o domínio (por padrão, darkstar.example.net) e para incluir entradas no arquivo /etc/hosts.

De modo geral, o Salix OS não oferece muitos drivers proprietários, nem os empacota para inclusão no repositório. No desktop, o velho driver nv foi instalado para minha placa NVIDIA; o nouveau não está incluído no Salix OS. Drivers proprietários de placas de vídeo da NVIDIA também não foram incluídos. O mesmo vale para placas de rede sem fio. A placa Broadcom BCM4312 do meu netbook não é detectada nem suportada pelo Salix OS como em outras distribuições. Em ambos os casos, eu tive que baixar os fontes dos drivers do upstream, compilar meus próprios pacotes se quisesse gerenciá-los pelo gerenciador de pacotes, e instalá-los.

Ao contrário de diversas distribuições derivadas do Slackware, o Salix OS não oferece um kernel personalizado, ficando com o mesmo do Slackware. Não por acaso, assim como no Slackware, é uma boa mexer na configuração do kernel. Os kernels hugesmp.s e huge.s dão suporte a uma ampla variedade de hardware por padrão, além de serem bem grandes. Para ter o hardware suportado na forma de módulos do kernel, como acontece na maioria das distribuições, instale o kernel genérico do Slackware e crie uma imagem de disco de RAM inicial (um arquivo initrd) na linha de comando com o mkinitrd. A seguir, edite manualmente a configuração do LILO (ou do GRUB) para fazer uso de um dos dois kernels genéricos (com ou sem suporte a SMP) e do recém-criado arquivo initrd. O kernel padrão funciona bem para a maioria das pessoas, então essa etapa talvez não seja necessária.

A instalação correu tranquila no desktop, mas não no netbook. O Salix OS 13.1 sofre do mesmo problema que eu relatei nas minhas análises do openSUSE 11.2 e do Pardus Linux 2009, fazendo o instalador travar. Mais especificamente, no Salix OS o instalador trava em:

Triggering udev events: /sbin/udevadm trigger

Como eu já sabia, a placa de rede sem fio Broadcom 4312 não é compatível com o módulo b43 do kernel e nem com o módulo ssb, do qual o b43 depende. Parece que a placa de rede entra em conflito com o módulo ssb e faz o sistema travar. Algumas distribuições, como o Ubuntu e a maioria de seus derivados, conseguiram detectar as placas Broadcom problemáticas e evitar o problema. O Slackware 13.1 não conseguiu, e nem o Salix OS 13.1.x.

O jeito é passar o argumento ssb.blacklist=1 para o instalador ao kernel para que a instalação siga normalmente. Felizmente o instalador permite a inclusão de parâmetros do kernel na configuração do LILO, e dá para fazer o sistema inicializar corretamente após a instalação. O problema parece afetar vários modelos de placas Broadcom em uma ampla variedade de netbooks e notebooks, incluindo modelos Acer, Compaq, Gateway e HP.

Desktop Xfce 4.6.1 do Salix OS 13.1.1

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