O touchpad é levemente áspero, mais ainda assim confortável. Além dos dois botões e das barras de scroll, ele possui um botão direcional, que também permite rolar a tela e movimentar para os lados. Ele é interessante para quem não consegue se acostumar a fazer scroll usando o touchpad e quer algo mais “valha guarda”. Realmente é um toque interessante.
No painel frontal você encontra, além dos conectores para fonte, microfone e entrada de audio, dois switchs. Um deles é para ativar e desativar o transmissor da placa wireless e o segundo tem um logo que sugere a presença de um transmissor bluetooth. Ele na verdade não serve para nada, pois este modelo não possui o transmissor bluetooth.
O switch está presente apenas por que o 2423WXCi usa a mesma carcaça do Acer 3222WXMi, um modelo mais caro, baseado na plataforma Centrino e que possui bluetooth. Isto tem seu lado bom, pois podemos ter certeza que a carcaça utiliza o mesmo material usado nos modelos mais caros, sem redução de custo.
Embaixo temos duas aberturas, uma para acesso ao HD e outra para acesso aos pentes de memória e à placa wireless. Um ponto negativo deste modelo (e em inúmeros outros modelos atuais) é que você não tem acesso ao cooler do processador por um compartimento embaixo do note. Para chegar até ele, você precisa desmontar o note, retirando o teclado e a placa mãe. Isso dificulta um pouco na hora de fazer a limpeza preventiva do cooler.
A bateria é um modelo de 6 células, com 4000 mAh a 11.1v. Isso significa que a bateria dura cerca de 2 horas caso o notebook consuma 22 watts (o que é mais ou menos a média deste modelo ao assistir a um Divx, sem usar o CD-ROM nem a placa wireless), 1:20 caso consuma 33 watts (o que está próximo do máximo observado ao assistir um DVD com o brilho da tela no máximo) ou quase 3:00 caso o consumo fique em torno de 15 watts (algo que você atinge ao usar o note apenas para tarefas leves e deixar o brilho da tela no mínimo).
Nos nossos testes, conseguimos atingir próximo de 3 horas deixando o note ocioso (mas com a tela ligada o tempo todo, com o brilho no mínimo) mas apenas 1:20 ao assistir a um DVD, com o transmissor wireless ligado. Na vida real, a autonomia fica entre 2:00 e 2:30, de acordo com o uso. A recarga da bateria demora pouco mais de duas horas, o que também é uma boa marca.
Não existe muito a dizer sobre a bateria, pois quase todos os notebooks com processadores Celeron de 1.4 ou 1.5 GHz usam baterias de 6 células de 4000 ou 4200 mAh. Ela está dentro da média. Como estamos falando de uma bateria Li-Ion, você não precisa se preocupar com o efeito memória. A bateria inclui um processador interno, que corta a energia antes da bateria se descarregar completamente e quando as células estão carregadas, o que inspira poucos cuidados.
Caso vá deixar o notebook sem uso por muito tempo, deixe a bateria com de 40a 50% da carga e evite deixar a bateria muito tempo completamente descarregada. É aconselhável também fazer um ciclo completo de carga e descarga uma vez por mês para calibrar o cálculo de autonomia, também realizado pelo processador interno.
No Linux, você pode ver as especificações técnicas da bateria usando o comando:
Para ver a carga atual da bateria (sem depender do ícone do lado do relógio) e o consumo atual do note, use o comando:
Continuando, esta é uma maquina considerada portátil, pesa 2.38 KG. O peso, aliado ao tamanho da tela, faz com que ele possa ser carregado para diversos lugares confortavelmente. Ele é um meio termo entre os notes ultra-portáteis, como os Averatec com tela 12″ e os Asus W5 e notes maiores, com tela de 15″ ou mais.
Outro detalhe negativo neste notebook é que, apesar de bonito, o acabamento prateado da carcaça tente a desgastar com o tempo na área em volta do touchpad. Isso acaba desvalorizando um pouco o note numa eventual venda. Este não é um problema específico deste modelo, mas um detalhe geral em quase todos os notebooks e mouses que utilizam um acabamento semelhante.
O plástico usado na carcaça não é especialmente resistente. O material é relativamente fino e fácil de riscar, o que inspira cuidados na hora de transportar. Ele fica atrás do plástico rígido usado nos HP NX e nos Lenovo ou da fibra de carbono do Asus M5, mas fica bem à frente do magnésio usado nos Averatec 3200, por exemplo.
No geral, este notebook é um modelo bastante equilibrado. O Celeron não é um processador especialmente rápido, mas também não é nenhum abacaxi. A tela não é a melhor do mercado, mas possui um bom contraste e luminosidade, ele é bastante compacto, mas não chega a ser um ultra-portátil, etc. Por outro lado, ele também não possui nenhum defeito grave, o que o transforma numa boa opção de notebook de baixo custo.
Ele é recomendável para quem procura algo acessível para usar no dia-a-dia, para rodar programas de escritório e acessar a internet. Não é indicado para quem precisa de muito desempenho, ou pretende rodar games ou aplicações 3D pesadas, devido ao vídeo onboard.
Uma última observação fica por conta da memória: este modelo vem de fábrica com apenas 256 MB, o que é pouco para os padrões atuais e contra-produtivo num notebook, por causa do uso de swap e conseqüente redução na autonomia das baterias e maior desgaste do HD. Ao comprar, procure uma loja que já o ofereça com 512 MB, como este que recebemos para o teste, ou que faça um preço camarada no upgrade. Dê preferência a um único pente de 512 MB, assim você fica com o segundo slot livre para futuramente expandir para 1 GB.
Um ponto positivo deste notebook é o bom suporte no Linux. Desde que você utilize uma distribuição recente é possível fazer todos os recursos funcionarem, inclusive as teclas de atalho e o modem onboard.
Em primeiro lugar, temos a configuração do vídeo. Este notebook usa uma tela wide de 1280×800. O Ubuntu 6.06 e o Kurumin 6.1 alpha 2 (em diante) já detectam a resolução automaticamente durante o boot, mas em versões mais antigas você pode precisar ajustar a resolução manualmente.
Nas versões anteriores do Kurumin, basta dar boot usando a opção “kurumin screen=1280×800” na tela de boot. Em outras distribuições, você precisa ajustar dois parâmetros dentro do arquivo “/etc/X11/xorg.conf“, onde vai a configuração do vídeo.
Em primeiro lugar, é necessário que a linha “Driver” (perto do final do arquivo), especifique o driver “i810”, como em:
Driver “i810”
(muitas distribuições detectam o vídeo incorretamente, usando o driver “vesa”)
Logo em seguida, vem a linha que especifica as resoluções. Se a tela está usando 1024×768, ela estará assim:
Modes “1024×768” “800×600” “640×480”
Substitua o “1024×768” por “1280×800”, como em:
Modes “1280×800” “800×600” “640×480”
Depois basta reiniciar o X, pressionando “Ctrl+Alt+Backspace” para que a alteração entre em vigor.
Em qualquer distribuição com o X.org, o suporte a 3D também deve funcionar automaticamente, dentro das limitações do chipset, naturalmente.
Temos em seguida a configuração da placa wireless. Ele utiliza uma placa, o Airforce One 54g, com o chipset Broadcom BC4318.
Existem duas formas de fazer a placa wireless funcionar. A primeiro é ativá-la usando o próprio driver do Windows XP, incluído no CD de drivers (que também está disponível para download no site da Acer), através do Ndiswrapper. No Kurumin, você pode carregar o driver usando o menu de configuração de placas wireless. Para outras distribuições, você pode usar as dicas do Guia de placas Wireless:
https://www.hardware.com.br/guias/modems-wireless-linux/
Dentro da pasta com os drivers, existem dois arquivos .inf, o “bcmwl5.inf” e o “bcmwl5a.inf”. O bcmwl5a não consegue ativar o transmissor da placa, mas o “bcmwl5.inf funciona perfeitamente. Você pode até mesmo se conectar a redes com encriptação via WPA, usando o wpa_supplicant:
https://www.hardware.com.br/artigos/wpasupplicant/
A segunda opção é utilizar o driver nativo para placas broadcom. O problema é que ele só está disponível através do Kernel 2.6.17. O Ndiswrapper funciona muito bem nesta placa, por isso não existe muita urgência em atualizar. Por enquanto, o suporte ao driver Broadcom nativo ainda está incompleto no wpa_supplicant, de forma que você não conseguirá se conectar em redes WPA. Neste casos, você pode recorrer ao Ndiswrapper.
A principal deficiência do Celeron M em relação ao Pentium M é a falta de recursos sofisticados de gerenciamento de energia. Você até pode reduzir a freqüência de operação do processador usando o cpufreq-set (no Kurumin você pode usar o botão “Ajustar freqüência do processador”, dentro do painel de suporte a hardware), mas a redução no consumo de energia é muito pequena. No caso deste notebook, as únicas formas de realmente economizar energia são reduzir o brilho da tela e desativar o transmissor da placa wireless.
Outra questão é o suporte a ACPI, sobretudo o monitor de bateria. Ele funciona perfeitamente no Ubuntu 6.06, que utiliza um Kernel 2.6.15, bastante atualizado, mas não funciona em distribuições com versões mais antigas do Kernel, incluindo o Kurumin 6.0 e a maioria das outras distribuições atuais.
No caso do Kurumin, você pode instalar o Kernel 2.6.17 (ou mais recente) disponível no site do Kanotix, seguindo a dica que publicamos há algum tempo atrás:
https://www.hardware.com.br/dicas/atualizando-kernel-kurumin.html
Uma vez atualizado o Kernel, basta reiniciar e o medidor de bateria aparecerá automaticamente. Outra opção é esperar pelo Kurumin 6.1, que já virá com o Kernel 2.6.17 por padrão ;).
Até mesmo o modem, que costuma ser o grande suplício dos usuários Linux, funciona diretamente, usando o driver para modems Intel Ac97, disponível no alsa. Para ativá-lo, siga esta dica:
https://www.hardware.com.br/dicas/instalando-softmodems-linux-junho-2006.html
Aqui está a identificação do modem, como aparece no kppp:
Uma coisa interessante, no Ubuntu os atalhos do teclado funcionaram automaticamente, além deles funcionarem, quando se usa, por exemplo, o atalho do volume aparece uma caixa na tela, que mostra o volume atual.
As teclas de atalho são detectadas através do driver “acerhk”, que você pode baixar no:
http://www2.informatik.hu-berlin.de/~tauber/acerhk/
Ele é um módulo de Kernel, que uma vez ativado faz com que as teclas sejam vistas pelo sistema. A partir daí, você pode definir funções para elas usando a dicas para configurar teclados multimídia que publicamos a algum tempo: https://www.hardware.com.br/dicas/configurando-teclados-multimidia.html
Caso tenha curiosidade, esta é a saída do comando “lspci”, que mostra todos os dispositivos usados:
A placa de rede cabeada e a placa de som foram detectadas automaticamente nas várias versões do Kurumin e no Ubuntu 6.06 que testamos. Nada de especial a dizer sobre o suporte às duas. Simplesmente funciona :).
Os notebooks da Acer vem de fabrica com alguns softwares instalados, o conjunto de softwares é batizado de Empowering Technology, nada muito elaborado, somente alguns utilitários.
Entre eles temos o eData Security Management. Com ele é possível criptografar arquivos no disco rígido de um jeito muito simples. Na primeira inicialização é necessário colocar uma senha padrão para a criptografia e uma senha de supervisor (para usar caso você esqueça a senha usada na criptografia). É extremamente simples de criptografar um arquivo, só é necessário clicar com o botão direito e ir em criptografar.
Também temos o eLock Management, um utilitário simples para colocar uma senha para o acesso à dispositivos removíveis, drives ópticos e o drive de disquetes.
Depois vem o ePerformance Management, um utilitário que promete otimizar o desempenho do notebook. É possível programa-lo para que ele otimize a memória ram a cada 5 minutos, meia-hora ou uma hora. O software parece cumprir o que promete, utilizando somente o OpenOffice, após ativar a otimização de memória o uso passou de 236MB para 180MB. Dentro do mesmo programa existe um pequeno script que checa se o computador está usando memória swap e avisa se um upgrade de memória é necessário. Temos também a otimização do espaço no disco rígido, com ele é possível limpar os arquivos temporários, cookies e mais alguns arquivos que podem ser apagados periodicamente. O software também promete uma otimização na velocidade, é possível habilitar a otimização da velocidade da inicialização, do desligamento e da rede, além da desfragmentação de disco.
O ePresentation Management simplesmente serve para ajustar a resolução da saída d-sub caso você use o notebook ligado em um projetor para fazer uma apresentação.
Existe também o eSettings Management, na parte de segurança ele permite colocar uma senha no BIOS e uma senha para inicializar o notebook, caso você tenha um SmartCard. Na parte do gerenciamento do BIOS é possível configurar a ordem dos dispositivos que o sistema procura na inicialização e habilitar o FastBoot, coisas que poderiam ser feitas na tela da BIOS. Por último temos um pequeno utilitário que mostra as especificações do hardware do sistema.
O ePower Management é o mais útil dos softwares, ele lhe permite customizar os perfis para economia de energia, especificando a freqüência do processador, o brilho do LCD e mais alguns detalhes de cada perfil, como habilitar ou não o transmissor wireless, o slot PC-Card e a rede. Também é possível configurar o que acontece ao fechar a tampa do notebook, configurar um alarme para bateria fraca e etc..
Além dos softwares da própria Acer, vem instalado o NTI Backup NOW!, que permite programar o computador para fazer backups de determinados arquivos automaticamente e o NTI CD e DVD Maker, que servem para gravar CDs e DVDs. Embora o note que recebemos inclua um drive combo, que não grama DVDs, outros modelos similares da Acer incluem gravador de DVD.
Existem algumas teclas de atalho que já vem configuradas. Ao lado do botão de power existem quatro botões, um para acionar o software de correio eletrônico, outro para o navegador, um para o Acer eManagement, o conjunto de softwares da Acer e por último um botão que pode ser customizado pelo usuário.
Além desses botões existem alguns no meio do teclado que podem ser usados juntamente com a tecla FN, entre eles botões para ajustar o brilho do LCD, o volume do som, colocar o som no mudo e mais alguns outros.
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O Alexandre Muller escreveu questionando a afirmação sobre a falta de gerenciamento avançado de energia no Celeron M:
“Segundo o artigo Celeron Mobile não suporta mudança de clock. E isto é falso. Eu tenho um Celeron Mobile no meu notebook (de marca diferente desse) e eu consigo colocar quase que 10 faixas de frequencia nele, desde 150 Mhz até 1300 MHz.”
Esclarecendo, na verdade o que é falso é a frequência informada pelo cpufreq-info ao tentar forçar a redução do clock no Celeron. Você pode forçar a redução de clock usando o comando “cpufreq-set”, como em “cpufreq-set -f 175000” (que força o processador a trabalhar a 175 MHz). O comando é executado sem erros e usando o comando “cpufreq-info” ele realmente informa que o processador está trabalhando a 175 MHz
Porém, esta informação é irreal. Na verdade o que acontece é que o processador continua funcionando na frequência máxima, porém inclui ciclos de espera entre os ciclos usados para processar instruções. Ou seja, no Celeron M, o que o comando faz é simplesmente limitar artificialmente o desempenho do processador, sem com isto reduzir de forma substancial o consumo. Ao forçar uma frequência baixa, como no exemplo, seu notebook vai ficar extremamente lento, mas vai continuar esquentando quase da mesma maneira e a carga da bateria durando praticamente o mesmo tempo.
Você pode comprovar isso de duas maneiras. A primeira é simplesmente verificando o consumo com o processador na frequência normal e com a frequência reduzida (com o note desligado da tomada) usando o comando:
A segunda é abrir o navegador e fazer uma busca por algo como “celeron-M” energy saving”. Um link que vai direto ao assunto é o:
http://www.mobilityguru.com/2004/03/09/does_everything_have_to_be_a_centrino/page3.html
Considerando a grande diferença de preço entre os notebooks baseados no Celeron e no Pentium M, ele não deixa de ser uma opção interessante. Porém, é importante ter em mente suas limitações.
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