Vamos para um dos pontos primordiais de qualquer distribuição Linux: o gerenciamento de pacotes. No Mandriva, é feito pelo urpmi, para gerenciar os famosos RPM. Contudo, você não precisa por os dedos em comandos. Como visto acima, é feito pelo próprio painel de controle do Mandriva, na aba “Gerenciamento de software”. Vamos começar pela atualização: clicando em “Visualiza atualizações disponíveis…”, abre-se uma tela com todos os pacotes e patches disponíveis. Assim como nos outros sistemas em RPM, não é preciso baixar todo o pacote quando há versão nova, como nas distribuições Debian. O sistema se encarrega de baixar o delta ou o patch, por exemplo, fazendo o download de em média 1 MB ao atualizar o Firefox. Como disse na análise do openSUSE, “quando um aplicativo muda de versão, somente alguns arquivos são modificados, então o delta trata somente de atualizar estes”. Os patches trabalham da mesma maneira, tratando de substituir somente os arquivos afetados pelo bug. Como não tinha atualizações para fazer, não apareceu nenhum pacote:
Indo para a opção “Visualiza softwares que podem ser instalados…”, abre-se uma tela semelhante, muito amigável, onse posso, por exemplo, procurar por programas do KDE digitando “kde” na caixa de procura e selecionando opções que eu desejo, como procurar nas descrições:
Também posso ir pelas categorias. Por exemplo, querendo instalar um programa de mensagem instantânea, fui em Redes, depois em “Mensagens instantâneas”, me mostrando as opções disponíveis. Para ver a descrição, basta clicá-lo, e marcando-o, o sistema trata da instalação. Vale lembrar que há muitos programas nos CD ou DVD de instalação do Mandriva. Também é possível desinstalar os programas por esta tela, marcando os que possuem uma “bolinha” verde ao lado para a remoção.
Navegando para a parte de repositórios, nos deparamos com uma tela simples, listando as fontes adicionadas e os botões de configuração. Note que não aparece vários na lista pois acabei pulando essa parte na instalação do sistema:
Vamos ver como se adiciona um. Clique em “Adicionar”, e uma tela lhe pedirá se deseja adicionar os repositórios de atualização do Mandriva ou os normais, contendo programas:
Depois disso, ele inicia uma tela com qual mirror deseja operar. Obviamente, escolhi o do Brasil, pela proximidade e apoio:
Após isso, ele vai baixar a lista de pacotes automaticamente. você pode fazer isso clicando e “Atualizar”, na tela principal. Também é possível adicionar repositórios personalizados, os não-oficiais, indo em “Adicionar personalizado”:
Aqui é possível colocar o nome do repositório, a URL e configurações como usar para atualização, etc.
Os repositórios são divididos em categorias. Veja esse texto extraído do MandrivaBrasil.org, uma excelente comunidade de suporte (http://www.mandrivabrasil.org/site/content/view/13/29/1/2/):
- main: contém os pacotes da distribuição, ou seja, os mesmos que existem nos CDROMs/DVD. Se você tem um acesso permanente à internet e não gosta de ficar trocando o CD toda hora, marque esta mídia e desmarque as mídias correspondentes aos CDROMs ou DVD.
- contrib: pacotes de contribuintes, não oficiais e sem suporte, mas costumam ser muito bons e conter diversos programas úteis. Aconselhamos o uso desta mídia especialmente em desktops.
- updates: contém as atualizações oficiais dos pacotes. Sempre escolha esta!
- jpackage: pacotes de programas feitos em linguagem java.
- plf-free: pacotes que não podem ser distribuidos mundialmente pois uma lei dos Estados Unidos da América (DMCA) não permite, como a libdvdcss2, que possibilita a leitura e reprodução de DVDs criptografados (caso da maioria dos DVDs comerciais).
- plf-nonfree: pacotes de programas proprietários mas distribuídos gratuitamente como Opera, drivers da Nvidia e ATI, codecs do Real Player, etc.
- club.club_x86-32_2006: contém os aplicativos livres do Mandriva Club, como por exemplo o OpenOffice.org 2.0, versões mais atualizadas do Gnome, mono, wine, postgresql, firefox, etc do que as oficiais da distribuição, etc.
- club.commercial_x86-32_2006: contém aplicativos proprietários do Mandriva Club, como drivers da Nvidia e ATI, drivers de winmodems, Acrobat Reader, Real Player, etc.
Os pacotes disponíveis nesses dois repositórios é o que basicamente distingue a versão Powerpack da versão Free do Mandriva Linux. Embora a grande maioria desses programas possa ser baixado e instalado por outros métodos no Mandriva Free, a comodidade da disponibilização em repositórios acessíveis ao urpmi compensa o valor pago pela associação ao Mandriva Club, ainda mais quando a instalação for feita em mais de um computador.
Ainda há mídias não oficiais de comunidades de usuários e desenvolvedores independentes. Podemos citar, por exemplo, o Seer Of Souls(http://seerofsouls.com/) e a MandrivaClub.nl (http://www.mandrivaclub.nl/) (comunidade de usuários holandeses do Mandriva Linux)
Note que o Mandriva também possui repositórios extras como o openSUSE, portanto, pode-se instalar programas que não estão nos repositórios oficiais. Mas para isso você deve ir ao fórum em português, a comunidade MandrivaBrasil.org (http://www.mandrivabrasil.org), ou procurar na documentação do MandrivaClub (http://club.mandriva.com). Entretanto, você viu que, não é nada complicado mexer com os RPMs no Mandriva.
Conclusão
O Mandriva, assim como todas as distribuições já enraizadas, é muito robusta, personalizada e prática. Possui um instalador fenomenal, um painel de controle “mamão com açúcar”, é relativamente leve, organizado e fácil de mexer. Porém, um dos pontos que poderia ser melhorado é a questão de ter repositórios com pacotes extras (e sempre atualizados) disponibilizados no próprio site do Mandriva (como o BuildService do openSUSE), sem precisar ficar correndo atrás para instalar programas adicionais.
É uma distro recomendável tanto para iniciantes, que não vão sentir dificuldade alguma, quanto para avançados que não querem perder tampo arrumando coisa daqui ou dalí. Ela tem seu próprio estilo, tanto na funcionalidade quanto no visual azulado, baseado no Ia Ora, sendo até injusto comparar com outras distros. Seu foco é a facilidade de uso, e praticidade; é flexível servindo para inúmeras ocasiões, porém, peca um pouco em seu painel de controle não ter opções mais avançadas disponíveis – o ponto positivo disso é a objetividade do painel.
Outro ponto é a instalação dos drivers da nVidia, bastando ativar os repositórios plf-nonfree e instalando-o como pacote, sem precisar compilar nada. Além disso, a distro possui um suporte espetacular ao português brasileiro, como nunca havia visto.
Uma distribuição que eu instalaria para uma pessoa que nunca viu o Linux em sua vida, já que também possui suporte para diversos formatos de mídia nativamente.
Resumindo, excelente 😀
Se você deseja conhecer ainda mais sobre esta distro, inscreva-se no curso “Conhecendo o Linux, no dia-a-dia“, de minha autoria.
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