Uma pequena queixa com relação ao teclado é que ele não possui a tecla Shift direita, o que o torna um pouco desconfortável para quem é canhoto. No Linux é possível resolver isso usando o xmodmap, que permite remapear outra tecla, atribuindo a ela a função de tecla shift direita.
O procedimento padrão para isso é usar o comando “xev” para descobrir o código da tecla (um número de vai de 0 a 255) e editar o arquivo .xmodmap dentro do seu diretório home, especificando como as teclas devem ser remapeadas.
No meu caso, decidi usar a tecla ” |” como shift, já que ela está bem na posição dele. O teclado tem outra tecla ” |” ao lado do P, de forma que ela não vai fazer falta. Esta segunda tecla não estava sendo reconhecida usando o layout de teclado US Internacional de 105 teclas padrão, então aproveitei para mapeá-la também. O código da primeira tecla ” |” é 94 e o da segunda é 51. Com isso, o meu arquivo .xmodmap ficou assim:
keycode 51 = backslash bar
keycode 94 = Shift_R
add Shift = Shift_R
Como eu não uso e não gosto da tecla Caps Lock, aproveitei para desativá-la, adicionando também a opção:
Algumas distribuições carregam o arquivo .xmodmap automaticamente e outras não. No segundo caso você só precisa adicionar o comando “xmodmap ~/.xmodmap” em algum arquivo de inicialização que seja carregado ao fazer login no sistema.
Como a tela tem apenas 480 pixels de altura, é muito comum que janelas e menus de configuração não caibam na tela e parte das opções, sem falar nos botões fiquem ocultos. A dica nesses casos é usar a tecla Alt para mover as janelas para fora dos limites da tela. É bem simples, basta pressionar a tecla Alt, clicar sobre a janela e, mantendo o botão do mouse pressionado mover a janela como desejado. Mantendo a tecla Alt pressionada, você pode mover a janela livremente, para fora dos limites da tela.
Outra dica é que no KDE você pode colocar a janela de qualquer aplicativo em modo de tela cheia, maximizando assim o espaço disponível clicando com o botão direito sobre a barra de título e usando a opção Avançado > Tela Cheia. Para retornar ao modo janela, pressione Alt+F3.
Continuando, é possível também reduzir o consumo de memória no Linux em cerca de 50 MB desativando a aceleração 3D do chipset de vídeo.
Como comentei na primeira parte da análise, o chipset GMA 900 utiliza memória compartilhada, alocando até 128 MB de memória para o vídeo, de acordo com o uso. No Linux a memória reservada para a placa de vídeo aparece no relatório gerado pelo comando “free“, como se fosse memória alocada para uso do Kernel. Desativar o 3D faz com que o chipset de vídeo passe a alocar apenas a memória necessária para atualizar a tela, o que reduz o uso de memória do sistema consideravelmente.
Para isso, basta abrir o arquivo “/etc/X11/xorg.conf” e comentar as linhas Load “dri” e Load “glx”, dentro da seção “Module” do arquivo:
Load “dbe”
Load “ddc”
# Load “dri”
Load “extmod”
Load “freetype”
# Load “glx”
Load “int10”
Load “type1”
Load “vbe”
EndSection
Pressione Ctrl+Alt+Backspace para reiniciar o vídeo e rode o comando “free” e você verá que a memória utilizada pelo sistema cairá em cerca de 50 MB.
Outra opção é desinstalar de uma vez o pacote com os módulos 3D do X. No caso das distribuições derivadas do Debian (incluindo o Ubuntu/Kubuntu) o pacote é o libgl1-mesa-dri. Removendo os módulos, a aceleração 3D também deixa de ser ativada e você poderia reativar quando desejado instalando novamente o pacote:
No caso da instalação padrão do Kurumin 7 que fiz, tenho 122 MB de memória ocupada com a aceleração 3D ativada e 71 MB com ela desativada (depois de um boot limpo), bem diferente dos 180 MB + 170 MB de swap do Windows XP:
Uma distribuição Linux cuidadosamente otimizada poderia facilmente consumir abaixo dos 50 MB, mesmo utilizando o KDE, o que deixaria mais de 200 MB de memória disponível para os aplicativos e permitiria que o Classmate funcionasse tranquilamente sem utilizar uma partição swap.
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