Tela, armazenamento e bateria

A pequena tela do Classmate utiliza LEDs para a iluminação, no lugar da tradicional lâmpada de catodo frio. Isso é interessante do ponto de vista da durabilidade, pois elimina o uso do FL Inverter, que é a principal fonte de defeitos em telas de LCD. Os LEDs oferecem também uma certa vantagem do ponto de vista do consumo elétrico e com relação à qualidade das cores exibidas (já que oferecem uma luz quase que perfeitamente branca, ao contrário das lâmpadas de catodo frio, que emitem uma luz azulada) e contribuem para tornar a tela um pouco mais resistente, já que a lâmpada de catodo frio é um componente bastante frágil.

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Os ângulos de visão da tela são muito bons para uma tela de LCD, com bem pouca distorção das cores e redução de contraste mesmo em ângulos abertos. Como você pode ver nas fotos, a tela usa um acabamento fosco, o que na verdade acaba sendo bom, pois faz com que a tela seja legível mesmo sob luz solar direta, ao contrário das telas com acabamento glossy, que são muito reflexivas.

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A capa é presa na parte superior por quatro botões de pressão. Se você tiver a curiosidade de removê-la, vai encontrar um leitor de cartões escondido na parte traseira do note:

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Como já comentei, o Classmate utiliza 2 GB memória Flash no lugar do HD. Isso visa sobretudo reduzir o custo de produção, já que um HD possui um custo de produção mais ou menos fixo, independentemente da capacidade, enquanto no caso da memória Flash você pode gastar menos utilizando uma quantidade menor.

Um HD de 2.5″ custa cerca de 50 dólares par os fabricantes. Conforme a tecnologia vai avançando, são produzidos HDs de maior capacidade, mas o custo unitário continua estabilizado no mesmo patamar.

A memória Flash por sua vez, continua caindo de preço, de forma que em situações onde você precisa de pouco espaço de armazenamento, usar memória Flash acaba sendo muito mais barato. Um chip de 2 GB de memória Flash custa atualmente pouco mais de 10 dólares para os fabricantes e é suficiente para instalar a maioria das distribuições Linux, ou até mesmo uma instalação básica do Windows XP.

As especificações do Classmate falam também em modelos com apenas 1 GB, mas acredito que eles não são mais viáveis hoje em dia, pois a diferença entre usar 1 ou 2 GB é muito pequena.

É possível expandir a memória interna do Classmate de duas formas: utilizando um pendrive, ou utilizando um cartão SD.

Os cartões SD são uma forma relativamente barata de expandir a memória interna do Classmate, já que são um pouco mais baratos do que pendrives da mesma capacidade e o desempenho é similar. O principal motivo do leitor ficar escondido é dificultar o acesso por parte dos alunos, já que o principal objetivo é que ele seja usado como expansão do espaço de armazenamento e não para baixar fotos de câmeras digitais, como seria em um notebook tradicional.

O leitor oferece suporte a cartões SDHC (o padrão usado nos cartões com mais de 2 GB), de forma que você pode instalar cartões da capacidade que precisar.

Continuando, a capa é presa na parte de trás por quatro parafusos, de forma que pode ser removida para limpeza ou substituição:

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O Classmate pesa 1.3 kg. Quase metade disso corresponde ao peso da bateria, instalada dentro de um compartimento na parte inferior. Apesar de, em tese, ela ser uma bateria “interna”, não existe nenhuma grande dificuldade em substituí-la:

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Apesar de parecer muito grande em relação ao Classmate, ela é uma bateria Li-Ion de 6 células de 4000 mAh e 11.1V (equivalente à 44.4 watts), igual às usadas na maioria dos notebooks de baixo custo. Na maioria dos notebooks “normais” ela seria suficiente para 90 ou 120 minutos de autonomia, mas no caso do Classmate ela dura em torno de 4 horas, pelo simples fato de o consumo do Classmate ser bem menor, graças à combinação de processador de baixo clock, vídeo integrado, tela de tamanho reduzido e uso de memória Flash no lugar do HD.

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A autonomia é importante, pois se a bateria for suficiente para durar por todo o período de aula, os alunos podem deixar os carregadores em casa, o que evita que o chão da sala de aula se transforme em um emaranhado de fios e extensões.

É importante notar que apesar do consumo do Classmate ser bem inferior ao de um notebook típico, ele é consideravelmente superior ao do OLPC, onde o consumo típico fica entre 3 e 5 watts, menos da metade do consumido pelo Classmate. Isso permite que o OLPC tenha uma autonomia um pouco superior, mesmo utilizando uma bateria de 3 células, o que permite que ele seja mais leve que o Classmate:

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Naturalmente, o OLPC utiliza um processador mais lento, o que justifica parte da redução no consumo, mas ele incorpora outras tecnologias interessantes, como a tela reflexiva e a rede mesh, que contribuem para reduzir o consumo do aparelho e não encontram similar no Classmate. Ou seja, esta é uma área em que ele (o Classmate) ainda pode evoluir.

Continuando, a fonte é bem similar às usadas nos notebooks recentes da Acer e da HP, relativamente pequena e leve. Ela é uma fonte bivolt, que utiliza um conector de força bipolar, aparentemente já prevendo as redes elétricas precárias que enfrentará aqui no Brasil.

Ela fornece uma tensão de 20V e até 3.25 amperes ao notebook, o que é bem mais do que suficiente, considerando que o Classmate consome pouco mais de 10 watts. Seria interessante que a Intel desenvolvesse uma fonte menor (mesmo que como opcional) o que tornaria o conjunto mais portátil.

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Uma das coisas que me chamou a atenção no projeto de hardware do Classmate é a resistência a impactos. Os componentes internos são acomodados no centro da carcaça e existem espaços vagos, destinados a absorverem impactos de todos os lados. Você pode imaginar a carcaça do Classmate como uma grande espaço oco, destinado a proteger os componentes que ficam instalados no centro.

Aqui temos uma foto do interior da tela, que ilustra bem esse conceito. A pequena tela fica bem no centro da carcaça, protegida por uma chapa metálica e cercada por um espaço oco. Isso faz com que a maior parte do impacto seja absolvido pela carcaça, com apenas uma pequena parcela chegando diretamente à tela:

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Outro cuidado foi posicionar a bateria na parte frontal do aparelho e não na base da tela ou no centro, como na maioria dos notebooks. Isso faz com que a frente do notebook (a parte de baixo, quando ele está sendo carregado usando a alça) seja bem mais pesada que o lado da base da tela e ele caia “de pé” com o impacto indo para a carcaça e a bateria e não para a tela e os componentes da placa-mãe, que são mais frágeis. Isso aumenta bastante as chances dele sobreviver sem danos funcionais a uma quadra mais brusca.

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As únicas portas de expansão do Classmate são as duas portas USB e o leitor de cartões. Ele é compatível com drives ópticos, impressoras, scanners, pendrives, gavetas de HD e outros dispositivos USB, assim como um PC tradicional, mas não existem slots PCMCIA ou mini-PCI, como você encontraria em outros notebooks. É importante notar também que ele não possui um modem discado, embora nada impeça que seja utilizado um modem USB.

Tanto a placa wireless, quanto a unidade de armazenamento são integradas diretamente na placa-mãe e a tela utiliza um barramento LVDS interno, de forma que não existe nenhum componente removível dentro do Classmate que possa ser removido e instalado em outro PC. Além de ajudar a cortar custos, isso visa reduzir os casos de roubo, já que não existe a possibilidade de desmontar o Classmate para revender as peças, como em um notebook tradicional.

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