Depois dos reviews anteriores, muitos cobraram também uma análise sobre aparelhos com o Windows Mobile. Surgiu então a idéia de fazer um review do HTC TyTN II, que combina um bom volume de recursos, incluindo um teclado QWERT, suporte a 3G, câmera de 3 MP e receptor GPS, o que o torna um forte concorrente dentro da lista de candidatos de quem está procurando um aparelho baseado no Windows Mobile. Vamos então aos detalhes:
Peso: 190 g
Tela: QVGA (240 x 320), 65 mil cores, 2.8″
Memória: Flash de 256 MB para o sistema e aplicativos (138 MB livres), 128 MB de RAM
Armazenamento: Cartões microSD de até 8 GB
Rede: GPRS, EDGE e UMTS/HSDPA (3G)
Sistema: Windows Mobile 6 (build 18125.0.4.2)
Câmera de 3.15 MB (2048×1536) + câmera secundária para chamadas com vídeo
Wi-Fi 802.11b/g + Bluetooth v2.0
O HTC TyTN II é também conhecido com HTC Kaiser, que é o nome código do projeto. A primeira vista, ele parece apenas um Pocket PC avantajado, com a tradicional tela sensível ao toque e os botões de atalho:
… mas, assim como em tantos outros casos, as aparências enganam. Um mecanismo interno esconde um o teclado deslizante, que ao ser aberto muda a orientação da tela para o modo de paisagem:
A mudança na direção da tela é automática, feita por um switch presente no mecanismo de abertura. Isso permite que você use o teclado quando precisar escrever, ou para navegar usando a tela em modo landscape, e use o aparelho fechado para tarefas rápidas.
A mudança entre os dois estados não é exatamente instantânea. O sistema demora de 2 a 4 segundos para redesenhar a tela ao abrir ou fechar o teclado, de acordo com os aplicativos abertos, mas a demora acaba não atrapalhando tanto, já que você também demora um ou dois segundos para girar o aparelho.
Uma vez aberta, a tela pode ser inclinada em um ângulo de até 120 graus. Isso permite que o aparelho seja apoiado sobre a mesa, como se fosse um mini-notebook. Isso permite que você use o TyTN II apoiado sobre superfícies planas, sem que precise se curvar para ver a imagem da tela. Este é um daqueles recursos que podem parecer supérfluos a princípio, mas que realmente melhoram a usabilidade:
O mecanismo de abertura da tela é surpreendentemente resistente, todo feito de alumínio. Este é um fator que contribuiu para aumentar o peso e o volume do aparelho, mas em compensação afasta qualquer dúvida com relação à durabilidade do mecanismo. A ligação entre as duas partes ainda é feita usando um cabo flat, mas ele fica bem protegido dentro das partes metálicas. Mesmo que você abra a tela de forma mais brusca, o stress vai ser absorvido pelas dobradiças metálicas, sem afetar o cabo.
O fato de ter aumentado as dimensões e o peso do aparelho faz com que o teclado seja ao mesmo tempo o grande diferencial e o principal defeito do TyTN II. Para quem usa o smartphone como ferramenta de comunicação, escrevendo e-mails e textos longos, editando documentos, preparando apresentações e assim por diante, o teclado completo é um pré-requisito e justifica qualquer aumento no peso. Entretanto, para quem não precisa digitar muito, o teclado acaba se tornando um elefante branco.
Isso explica por que a HTC tem investido nos dois segmentos, produzindo tanto aparelhos com teclado deslizante, quanto os aparelhos da linha Touch, que são mais leves e utilizam a interface TouchFlo, que permite navegar entre as funções usando diretamente os dedos. O touch original não possui teclado, dependendo exclusivamente de teclados onscreen (existem diversas opções além do teclado padrão do Windows Mobile) e também o Touch Dual, um meio termo, que inclui um teclado numérico:
Voltando ao TyTN II, o chip GSM vai em um compartimento atrás da tela. O encaixe é simples, basta abrir e encaixar diretamente o chip, sem precisar abrir nenhuma trava adicional:
Apesar da posição permitir trocar o chip sem precisar remover a bateria, um sensor faz com que o aparelho se desligue automaticamente ao abrir o compartimento, evitando o risco de danificar o aparelho ao trocar o chip com ele ligado. Ou seja, ainda não é dessa vez que você vai ter um aparelho que suporte a troca do chip sem precisar desligar.
Um observador mais atento vai notar a falta dos conectores para o carregador e para o fone de ouvido, já que o TyTN não inclui nenhum dos dois. A assim como em outros modelos da HTC, o TyTN II usa um conector mini-USB unificado, que agrupa as funções de carregamento, porta de dados e fone de ouvido:
Por um lado, isso facilita bastante, pois você pode carregar o aparelho em qualquer PC ou notebook, carregando apenas um cabo mini-USB. O próprio carregador do TyTN II pode ser usado para carregar mp3players e outros dispositivos, o que reduz o volume de bugigangas que você precisa carregar. A idéia de usar o conector micro USB para o carregamento é uma melhoria tão óbvia que até mesmo a Nokia deu o braço a torcer e adotou a idéia no N96.
Por outro lado, a idéia também tem seus inconvenientes. O primeiro deles é que você não pode usar o carregador AC enquanto está usando o cabo de dados para sincronismo e transferência de arquivos. Nas configurações de energia, você encontra uma opção para ativar o carregamento através da porta USB mesmo quando o tráfego de dados está ativo, mas o carregamento é muito mais lento.
Outro inconveniente é que o mesmo conector é usado também pelo fone de ouvido, o que impede que você use o carregador enquanto está ouvindo música (a menos que resolva comprar um fone bluetooth). Você vai precisar também de um adaptador mini-USB > 3.5 mm se quiser trocar o fone que acompanha o aparelho por um convencional:
Este adaptador é relativamente raro no Brasil, mas pode ser encontrado em lojas como o http://www.htcdepot.com ou no Ebay (pesquise por “htc adaptor”) por de 7 a 9 dólares.
Continuando com as apresentações, o botão liga/desliga, junto com o botão de atalho para a câmera foram posicionados do lado direito, enquanto o slot para cartões micro-SD foi posicionado próximo à porta mini-USB:
Os botões frontais são montados sobre uma membrana móvel, por isso possuem um certo “molejo”, se deslocando cerca de 1 mm ao serem pressionados, uma característica aparentemente intencional. À frente dos botões, temos o slot para cartões mini-SD, escondido sobre um protetor emborrachado, a porta mini-USB e também o botão de reset:
Do lado esquerdo temos duas funções que são bastante usadas dentro da interface do Windows mobile: a roda, usada para chavear entre opções e rolar páginas e o botão “Ok”, que é usado para fechar janelas e diálogos de confirmação. Esta posição permite que eles sejam usados também com teclado aberto, usando o dedo do meio (sim, aquele usado para fazer sinais feios… >:). Concluindo, o terceiro botão é um atalho para a discagem por voz:
Ao contrário do que pode parecer a primeira vista, a tampa traseira é removível, dando acesso à bateria e ao conector da antena auxiliar do GPS:
Deixe seu comentário