Suporte no Linux

Em primeiro lugar, recomendo que você utilize uma distribuição recente, pois versões antigas do Kernel possuem muitos problemas com relação ao suporte a ACPI, recursos do BIOS e outras funções do note, que já passaram a ser suportadas sem problemas nas versões atuais. A minha sugestão é que não tente usar nenhuma distribuição com uma versão do Kernel inferior ao 2.6.17.

Wireless: A placa “Broadcom Dell Wireless 1390 WLAN” incluída não é bem suportada pelo driver “bcm43xx” (destinado a oferecer suporte às placas Wireless da Broadcom), por isso é necessário configurar a placa usando o ndiswrapper. O primeiro passo é descarregar o módulo e abrir o arquivo “/etc/modprobe.d/blacklist” e adicionar a linha “blacklist bcm43xx” no final do arquivo, para que o driver bcm43xx deixe de ser usado, dando espaço para o Ndiswrapper. Você pode também usar os comandos abaixo:

(este segundo comando precisa mesmo ser executado diretamente logado como root, não funciona usando o sudo).

Em seguida, é preciso baixar o driver para o Windows XP no site da HP (procure pelo “Driver de LAN Sem Fios Broadcom” dentro da página de download de drivers para o nx6325). No meu caso baixei o arquivo “sp36684.exe”.

Este é um arquivo auto-instalável, por isso o “.exe”. Para poder usá-lo no Linux, precisaremos primeiro descompactar o arquivo usando o comando “cabextract”. Ele não vem pré-instalado na maioria das distribuições, por isso o primeiro passo é instalar o pacote “cabextract” usando o gerenciador de pacotes. No Ubuntu/Kubuntu/Debian você usaria:

Com ele instalado, você pode desempacotar o driver usando o comando:

O Ubuntu não vem com o ndiswrapper pré-instalado, por isso antes de continuar você precisará ligar o note na rede cabeada e instala-lo usando o comando:

A partir daí, você pode ativar o driver usando o comando:

(na pasta onde o driver foi desempacotado)

Se preferir, você pode carregar o arquivo “bcmwl5.inf” usando o programa “ndisgtk”, que substitui o comando de modo texto. No Ubuntu/Kubuntu você pode instalá-lo usando o comando:

Depois de instalado, será incluído o ícone “Windows Wireless Drivers” no menu “Sistema > Administração”. Ele é bem simples de usar: clique no “install new driver”, indique o driver Windows que será carregado. Clicando no “Configure Network” você abre o network-admin, onde pode configurar os parâmetros da rede:

Finalizando, ative o ndiswrapper usando o comando:

Nesse ponto a luz azul do botão referente ao wireless se acenderá e você poderá configurar a rede wireless normalmente. Para que a configuração torne-se definitiva, adicione a linha “ndiswrapper” no final do arquivo “/etc/modules”, ou use o comando:

Em caso de dúvidas sobre como configurar a rede wireless no Linux, consulte o meu guia:
https://www.hardware.com.br/guias/configurando-wireless/

Em geral, esses três comandos são suficientes para se conectar a uma rede wireless com encriptação WPA:

(este cria o arquivo de configuração, você só precisa executá-lo uma vez)

(este faz a conexão. Ele precisa ficar rodando continuamente. O “eth1” é a placa de rede)

(configura a placa de rede via DHCP)

Eles podem ser colocados em algum arquivo de inicialização, como o /etc/rc.local, para que sejam executados automaticamente durante o boot. Vale lembrar que o primeiro comando só precisa ser executado uma vez.

Dica: O maior problema em utilizar o ndiswrapper é que o driver trava caso a placa wireless seja colocada em modo de economia de energia, o que acontece automaticamente depois de algum tempo de inatividade. Quando isso acontece, o driver fica travado e a placa não transmite mais dados até que você reinicie o micro. Não adianta nem tentar desativar e reativar o ndiswrapper.

Apesar disso, existe uma solução muito simples para o problema: basta impedir que a placa entre em modo de economia de energia, mantendo a conexão sempre ativa. A forma mais simples de fazer isso é usar o comando “ping” para enviar pacotes para um endereço qualquer a cada 15 segundos. Abra um terminal e rode o comando:

(o google.com pode ser substituído por outro endereço qualquer)

Para que ele seja executado automaticamente durante o boot, resolvendo o problema definitivamente, use os dois comandos abaixo, que criam um script dentro da pasta /etc/rc5.d:

Continuando, temos a configuração dos demais dispositivos.

Rede: Apesar de ser um chipset recente, o BCM5788 Gigabit usado pela placa de rede é suportado pelo módulo “tg3”, presente no Kernel. Você não deve ter problemas em nenhuma distribuição minimamente recente, que utilize o Kernel 2.6.15 ou superior, mas de qualquer forma, em caso de problemas de detecção, basta carregar o módulo manualmente: “modprobe tg3″.

Som: Apesar de utilizar o mesmo chipset do Acer 5050, o HP nx6325 não possui os mesmos problemas de compatibilidade relacionados ao som que ele. Isso reforça a minha tese de que os problemas no caso do Acer 5050 são causados por bugs no BIOS da Acer e não por incompatibilidade por parte do hardware. No caso do nx6325 o som funciona diretamente em qualquer distribuição recente, através do módulo “snd_hda_intel”. Apesar do “Intel” no nome, este é na verdade um módulo genérico, que dá suporte a placas de som onboard compatíveis com o padrão HDA de diversos fabricantes.

Teclas de atalho: Os botões para aumentar e diminuir o volume do som e a tecla mute, são ativados por padrão no Ubuntu/Kubuntu a partir da versão 7.04, mas você pode ativá-los manualmente em outras distribuições usando os comandos:

Você pode colocá-los no final do arquivo “/etc/bash.bashrc” (que é lido quando você abre um terminal) ou no arquivo “.xmodmap“, dentro do seu diretório home. No caso da segunda opção, você deve criar também o arquivo “.xprofile” (também no seu diretório home), contendo o comando:

Ele faz com que o arquivo .xmodmap, contendo os comandos para ativar as teclas seja lido durante a abertura do ambiente gráfico.

Leitor de cartões: O leitor de cartões da Texas usado é compatível com o Linux, embora o suporte ainda seja um pouco incipiente e limitado a cartões SD e MMC (por enquanto sem suporte a cartões memory stick). A receita para usá-lo é rodar os três comandos abaixo:

Ao colocar o cartão será criado o device “/dev/mmcblk0p1” (para a primeira partição no cartão), que pode ser montado usando os comandos tradicionais:

Algumas distribuição já estão começando a incluir regras do udev e/ou scripts de detecção de forma a montar os cartões automaticamente, assim como no caso de pendrives USB, mas na maioria dos casos ainda é necessário fazer isso manualmente.

O leitor de impressões digitais ainda não é bem suportado, mas existem projetos com relação a isso em andamento, incluindo um módulo de autenticação, que permitirá que você o use para fazer login no sistema (assim como no Windows) e um módulo para o Sane, que permitirá que ele seja usado como um scanner e assim integrado a outros programas. Você pode acompanhar o status dos projetos no: https://wiki.ubuntu.com/FingerprintAuthentication. Um driver experimental está disponível no: http://www.qrivy.net/~michael/blua/upek-bsp.html

Touchpad: Assim como outros notebooks, o nx6325 utiliza um touchpad Synaptics, com funções especiais, incluindo o “tap” (onde um toque sobre o touchpad equivale a um click do botão) e o scroll usando a barra lateral. Ele é detectado automaticamente na maioria das distribuições, mas você encontra os passos para configurá-lo manualmente nessa dica; https://www.hardware.com.br/dicas/configurando-mouses-touchpad-funcoes-especiais.html

Caso esteja curioso, a saída do lspci no nx6325 é:

Concluindo, o nx6325 se mostrou uma boa opção dentro da idéia de notebook de baixo custo, já que oferece boas possibilidades de upgrade e uma boa compatibilidade no Linux.

O principal ponto fraco é a tela. Existem modelos do nx6325 com tela de 1400×1050, o que oferece uma área útil muito maior, mas eles são bastante raros. Para alguns uma tela fosca de 1024×768 pode ser até preferível a uma tela wide, já que oferece uma área maior, mas para a maioria as telas wide acabam sendo melhores.

De qualquer forma, o nx6325 é um modelo bastante sólido, que possui uma qualidade de construção superior à da maioria dos modelos de baixo custo, por isso, comprar um abaixo da faixa dos R$ 2.000 acaba sendo um bom negócio.

Uma observação importante é que existem muitos notebooks refurbished da HP no mercado, geralmente modelos importados que entram no país de forma ilegal. Além da possibilidade de defeitos ser maior, eles não possuem garantia no Brasil (ou não possuem garantia alguma), por isso é importante evitá-los. Procure pelos modelos de distribuição nacional, que possuem garantia de 12 meses e vem com teclado abnt2. Com as reduções nas alíquotas para os notebooks de baixo custo, a diferença de preço se tornou muito pequena.