Gigabyte GA-P35-DS3

Gigabyte GA-P35-DS3
Nossa análise de hoje é sobre uma placa já bem conhecida, a Gigabyte GA-P35-DS3, baseada no chipset Intel P35, uma velha conhecida de muitos.

Esta é uma placa de médio/alto custo que oferece um conjunto equilibrado de recursos, o que permite seu uso tanto em PCs de trabalho ou em pequenos servidores, quanto em micros para jogos (desde que você se contente em não usar SLI ou Cross-Fire). A única área em que ela definitivamente não se encaixa é nos PCs de baixo custo, já que ela custa (no Brasil) em torno de 300 reais.

Essa placa me chamou a atenção por três fatores. O primeiro é que ela é montada no Brasil, tem garantia em território nacional e é fácil de encontrar em distribuidores e lojas, diferente de placas de muitos fabricantes, que são encontradas apenas no mercado cinza. Você encontra o selo “Produzido no polo industrial de Manaus” ao lado do soquete do processador, além do tradicional “PCB Made in China” próximo aos slots PCI. Como você pode presumir, o PCB da placa, assim como outros componentes são fabricados na China e em outros países da Ásia e a montagem da placa e o controle de qualidade é feito no Brasil.

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O manual é realmente bem mal traduzido, com em média um erro de tradução, concordância ou gramática a cada três palavras, mas, é em português. 🙂

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O segundo é que ela combina o uso de capacitores de estado sólido e MOSFETs de baixo RDS (o que é interessante do ponto de vista da estabilidade/durabilidade) com boas possibilidades de overclock, o que a torna interessante tanto para aplicações sérias (como workstations e pequenos servidores) quanto para entusiastas. O terceiro fator é que o preço é competitivo com o de outras placas full-ATX, de forma que as vantagens são realmente vantagens e não apenas uma fonte de gasto adicional.

Começando com os aspectos mais óbvios, a placa inclui um grande dissipador passivo sobre a ponte norte do chipset. Se você está montando um micro para trabalho, ou um servidor, esta é uma característica positiva, pois o dissipador passivo elimina a possibilidade de problemas mais adiante por falha na ventoinha. Como é padrão atualmente, o formato do dissipador permite que ele se beneficie do deslocamento de ar gerado pelo processador:

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Esta característica é reforçada pelo uso de um regulador de tensão de 6 fases, capaz de fornecer quantidade mais do que generosas de energia para o processador, o que minimiza os problemas de instabilidade em overclocks mais generosos.

Temos aqui uma foto que mostra o detalhe do circuito regulador de tensão. Cada uma das 6 fases é composta por uma bobina de ferrite (os componentes quadrados com um “R50” decalcado), combinado com alguns capacitores, MOSFETs e outros componentes:

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Se você está chegando agora, aqui está um trecho do meu artigo sobre PCs de baixo consumo, onde apresento o assunto:

Uma fonte ATX fornece tensões de 12V, 5V e 3.3V, sendo que a maioria dos componentes num PC atual utilizam tensões mais baixas, como os 1.5 ou 0.8V das placas AGP, 1.8V dos pentes de memória DDR2 e assim por diante. Os reguladores são os responsáveis por reduzir e estabilizar as tensões fornecidas pela fonte aos níveis corretos para os diversos componentes.

Parte da energia é transformada em calor, de forma que os reguladores estão entre os componentes que mais esquentam numa placa atual. Em muitas placas, eles recebem dissipadores de alumínio e, em alguns casos, até mesmo coolers ativos. O volume e a capacidade dos reguladores de tensão são um quesito importante nas placas “premium”, destinadas a suportarem grandes overclocks.

Os reguladores de tensão são formados por um conjunto de MOSFETs, alguns capacitores, uma bobina e um controlador. Placas antigas utilizavam um único regulador de tensão, mas conforme os processadores foram evoluindo e passando a consumir cada vez mais energia, as placas passaram a utilizar reguladores divididos em “fases”, onde temos vários reguladores de tensão trabalhando em paralelo, formando um sistema capaz de fornecer uma quantidade de energia muito maior e um fluxo mais estável.

Tecnicamente, um regulador de tensão com mais fases é superior, já que o trabalho é dividido entre mais componentes. Isso permite que o regulador desperdice menos energia na forma de calor, ao mesmo tempo em que oferece um fluxo de energia mais estável para o processador.

Placas atuais utilizam reguladores de tensão com 3, 4, 6 ou 8 fases. É fácil descobrir o número de fases do regulador da placa-mãe, pois cada fase é composta por um conjunto idêntico de componentes, que são instalados em série próximo ao encaixe do processador.

Esta placa da foto, por exemplo, utiliza um regulador de tensão com 3 fases. Note a presença de 3 bobinas idênticas, cercadas por MOSFETs e capacitores na parte superior:

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Regulador de tensão de 3 fases (em uma placa da Asus)

Em teoria, uma placa com um regulador de 4 fases pode fornecer 33% mais energia para o processador do que um com 3 fases, e um de 8 fases pode fornecer o dobro que um de 4 fases. Naturalmente, o resultado final depende da qualidade e das especificações dos componentes usados, mas a regra geral é que quanto mais fases, maior é a capacidade de fornecimento da placa.

A principal vantagem de usar uma placa com um regulador de tensão de 6 ou 8 fases, ao invés de uma com um regulador de 3 ou 4 fases, é a garantia de que a placa será capaz de manter um fornecimento estável em situações de stress, como ao fazer um overclock agressivo.

O maior problema é que um número maior de fases faz com que a placa desperdice mais energia nos momentos de baixa atividade. A diferença entre usar uma placa com um regulador de tensão de 8 fases e outra similar, com um regulador de tensão de 4 fases pode chegar a mais de 6 watts enquanto o processador está ocioso.

Não é uma diferença muito grande, mas não deixa de ser um fator a se levar em conta. Se você está comprando um processador de baixo consumo e não pretende fazer grandes overclocks, não existe necessidade de pagar mais caro por uma placa com um regulador de tensão de 8 fases.

Como pode ver, o uso de um regulador de tensão de 6 fases oferece uma pequena desvantagem com relação a placas mais baratas, com reguladores de 3 ou 4 estágios, que é um pequeno aumento no consumo elétrico e, consequentemente, no aquecimento.

Para minimizar o problema, a Gigabyte adotou o uso de MOSFETs de baixo RDS no terminal positivo, low RDS(on). Este tipo de MOSFET é mais caro que os tradicionais, mas oferece a vantagem de oferecer uma resistência mais baixa à passagem da corrente, o que reduz a perda. Com isso, o regulador de tensão de 6 fases acaba sendo quase tão eficiente quanto o regulador de três fases de uma placa mais barata, muito embora conserve seu ponto forte, que é a possibilidade de fornecer mais energia. Temos aqui um close-up de dois dos MOSFETs que fazem parte do circuito regulador de tensão da placa:

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Outro ponto positivo é o uso de capacitores de estado sólido, muito mais duráveis que os capacitores eletrolíticos tradicionalmente usados em placas-mãe.

Os capacitores permitem armazenar pequenas quantidades de energia, absorvendo variações na corrente e entregando um fluxo estável para os componentes ligados a ele. Você pode imaginar que eles atuam como pequenas represas, armazenando o excesso de água na época das chuvas e entregando a água armazenada durante as secas.

Tanto o processador principal quanto a GPU da placa de vídeo e controladores responsáveis por barramentos diversos (PCI Express, AGP, PCI, etc.) são especialmente suscetíveis a variações de tensão, que podem causar travamentos e até mesmo danos. Basicamente, é graças aos capacitores que um PC pode funcionar de forma estável.

Internamente, um capacitor eletrolítico é composto por duas folhas de alumínio, separadas por uma camada de óxido de alumínio, enroladas e embebidas em um eletrólito líquido (composto predominantemente de ácido bórico, ou borato de sódio). O grande problema é que o eletrólito acaba evaporando em pequenas quantidades durante o uso. Como o capacitor é hermeticamente selado, isto com o tempo gera uma pressão interna que faz com que ele fique estufado. Esse é o sinal visível de que o capacitor está no final de sua vida útil. Em alguns casos, o eletrólito pode vazar, corroendo as trilhas e outros componentes próximos e assim causando uma falha prematura do equipamento.

Nos capacitores de estado sólido, a folha de alumínio banhada no líquido eletrolítico é substituída por uma folha de material plástico (um polímero) contendo um eletrolítico sólido de alumínio. Por não conterem nenhum tipo de líquido corrosivo, estes capacitores não são susceptíveis aos problemas de durabilidade que caracterizam os capacitores eletrolíticos.

Os capacitores de estado sólido podem ser diferenciados dos eletrolíticos facilmente, pois são mais compactos e possuem um encapsulamento inteiriço. Temos aqui o destaque de alguns dos capacitores da placa:

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