A Gigabyte P55-UD3P

A P55-UDP3 (http://br.giga-byte.com/Products/Motherboard/Products_Overview.aspx?ProductID=3233) é uma placa de médio custo baseada no P55. Ela custa na faixa dos US$ 180 no exterior, o que a coloca na faixa dos 600 a 800 reais aqui no Brasil; consideravelmente mais caro que as placas baseadas no P45/LGA755, mas ainda mais barato do que placas como a GA-EX58-UD5, baseada no X58:

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É improvável que tenhamos placas de baixo custo baseadas no P55 devido ao custo do chipset. O máximo que se pode esperar dos fabricantes são algumas placas na faixa dos US$ 100 (300 a 400 reais no Brasil), mais ou menos na mesma faixa de preço das placas atuais baseadas no chipset P45. Dentro da linha da Gigabyte, a placa que mais se aproxima dessa marca é a P55M-UD2, uma placa micro-ATX que é vendida por US$ 110 no exterior.

Diferente dos processadores baseados no Bloomfield, os Core 15 e i7 soquete LGA-1156 utilizam um controlador de memória dual-channel, o que desobriga os fabricantes de oferecerem placas com 6 soquetes. Em vez isso, eles podem escolher entre oferecer placas com 4 ou 6 slots, de acordo com a conveniência.

Em qualquer um dos dois casos, são suportados módulos de até 4 GB e até 16 GB de memória total (limitações introduzidas pelo controlador de memória embutido no processador e não pela placa), de forma que a principal vantagem de uma placas com 6 slots é a possibilidade de usar 12 GB de RAM utilizando 6 módulos de 2 GB, que são atualmente os mais comuns e baratos. Por outro lado, mais soquetes significam mais trilhas que encarecem o custo da placa, fazendo com eles fiquem relegados às placas mais caras.

Diferente dos Core i7 9xx, os processadores baseados no Lynnfield oferecem suporte oficial aos módulos DDR3-1333, com a possibilidade de usar frequências mais altas ao fazer overclock. Entretanto prevalece o limite de tensão de 1.65v imposto pela Intel, o que limita o uso de módulos DDR3 antigos, que precisam de tensões mais altas para operarem à frequência nominal.

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Como comentei nos artigos anteriores, o i7 marca também o fim da linha para os módulos DDR2, que continuam em uso apenas nas placas soquete 775 e AM2+. Embora os módulos DDR3 ainda sejam mais caros, a diferença está caindo e os preços devem atingir a paridade em algum ponto de 2010.

A P55-UD3P usa um regulador de tensão de 8 fases (8+2), que é um meio termo entre o regulador de 4 fases usado na P55M-UD2 (a mais simples dentro da linha) e o brutal regulador de 24 estágios usado na P55-UD6. Os MOSFETS receberam um par de dissipadores de alumínio, interligados por um heat-pipe:

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A diferença entre 8 e 24 fases pode parecer grande no papel, mas na prática o número de fases faz uma grande diferença apenas em overclocks extremos. A menos que você use o Dynamic Energy Saver (ou outra função similar) o uso de mais fazes aumenta o consumo elétrico da placa-mãe (sem falar no aumento no custo da placa), por isso este é um caso em que mais nem sempre é melhor.

De uma maneira geral, as 8 fases da P55-UD3P já são mais do que suficientes mesmo em overclocks generosos. O Lynnfield é um processador razoavelmente econômico e não precisa de tensões muito altas para suportar boas margens de overclock, de forma que o uso de 24 fases é realmente excessivo. Placas mais simples utilizam reguladores com apenas 4 ou 6 fases e também funcionam perfeitamente.

Diferente do que temos na P55-UD5 e P55-UD6, a P55-UD3P utiliza uma configuração híbrida para os slots PCI Express, onde as 16 linhas oferecidas pelo processador são ligadas ao primeiro slot e o segundo slot recebe apenas 4 linhas, roubadas do chipset P55 (o “x16, x4” que aparece nas especificações), o que explica o “PCIEX4” decalcado no segundo slot:

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Apesar do Lynnfield utilizar um controlador PCIe 2.0, a Intel optou por utilizar um controlador PCIe 1.x no chipset P55 para não precisar atualizar o parramento DMI que interliga os dois. Com isso, o segundo slot possui uma banda de apenas 1 GB/s (equivalente à de um slot AGP 4x), o que limita severamente o desempenho de qualquer placa 3D de médio ou alto desempenho instalada nele. Essa configuração é também o principal motivo da placa oferecer suporte apenas ao CrossFire e não ao SLI, já que (além da cobrança da taxa de certificação) a nVidia não oferece suporte a configurações assimétricas para os slots PCIe.

Continuando, as 6 portas SATA azuis na placa correspondem às portas SATA 300 oferecidas pelo chipset P55, as mesmas encontradas em todas as placas baseadas nele. Elas oferecem suporte a RAID 0, 1, 5 e 10.

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As duas portas brancas são ligadas a um controlador JMB362, incluído no chip “Gigabyte SATA 2” presente ao lado. Estas duas portas são independente das 6 portas ligadas ao chipset e suportam apenas os modos RAID 0 e 1 (e JBOD) entre os dois HDs:

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O chip inclui também o controlador PATA usado pela porta IDE e um segundo controlador JMB362, que é usado pelas duas portas eSATA disponíveis no painel traseiro:

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Uma curiosidade é que na P55-UD6 (onde estão disponíveis 4 portas eSATA) duas das portas suportam também a conexão de periféricos USB, através de um conector híbrido, que inclui os pinos da porta eSATA na face superior e os 4 pinos da porta USB na face inferior:

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Voltando à UD3P, a placa inclui também um chip ITE IT8718F-S, que é o responsável pelas portas COM, LPT e FDD disponíveis no canto da placa. Ele inclui também o controlador responsável pelas funções de monitoramento de temperatura e rotação dos coolers ligados às saídas da placa mãe:

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Diferente de muitas placas da safra atual, que utilizam apenas dois slots PCI, oferecendo no lugar um número maior de slots PCIe x1, a UD3P oferece 4 slots PCI e apenas um slot x1, prevendo que a maioria utilizará os slots para placas de legado. Caso precise de mais de um slot PCIe, você pode usar o segundo slot x16 para a conexão de qualquer placa x1, x4 ou x8.

O painel traseiro inclui 10 portas USB (que se somam às 4 portas para o painel frontal incluídas no corpo da placa), saídas S/PDIF para cabo coaxial e óptico, as duas portas eSATA e os tradicionais conectores de áudio, rede e teclado/mouse. Note que assim como em outras placas recentes, é usado um conector PS/2 híbrido, que suporta tanto a conexão de teclados quanto de mouses, em vez de conectores separados (presumindo que você use ou um mouse, ou um teclado USB):

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Assim como outras placas da série Ultra Durable, a UD3P inclui o Dual-BIOS, com dois chips idênticos de memória Flash (B_BIOS e M_BIOS), onde o primeiro armazena a cópia de trabalho do BIOS (que pode ser atualizada normalmente), enquanto o segundo armazena uma cópia de backup, protegida contra gravação, que é usava em casos de problemas com o primeiro. Isso elimina a possibilidade de eventuais problemas durante os upgrades de BIOS, o que é sempre uma boa notícia.

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Quem é das antigas vai lembrar da época em que os chips de BIOS eram grandes e tinham apenas 512 KB. Além de muito menores, os chips atuais armazenam 4 MB, com espaço live para uso futuro, como armazenamento de informações de diagnóstico e outras funções que os fabricantes decidam implementar.

É possível também usar o espaço livre nos chips para guardar pequenos arquivos e outras informações (criando um TXT com informações diversas que não é perdido ao formatar o HD, por exemplo) usando o Smart Recovery, que faz parte da suíte de softwares da Gigabyte.

Concluindo, temos um pequeno chip TPM escondido entre o segundo slot PCIe e o segundo PCI:

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Este chip é usado pelo “Smart TPM”, um recurso de encriptação oferecido pela Gigabyte em várias placas da safra atual. Ele permite encriptar os dados do HD e criar um sistema de bloqueio e desbloqueio automático, baseado no uso de um pendrive, ou de um celular com Bluetooth (usando um transmissor Bluetooth USB).

Ao ativar o sistema, o PC é automaticamente bloqueado quando você despluga o pendrive, ou quando você se afasta dele levando junto o celular. O conceito é interessante, já que permite que o dispositivo seja usado como uma espécie de chave de acesso.

Por outro lado, ele levanta as preocupações típicas com relação à perda dos dados caso o pendrive/celular seja roubado e em essência não é diferente de outros sistemas de encriptação que já são usados a mais tempo, além de ser baseado em um software disponível apenas para Windows, o que limita a utilidade prática.

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