Autonomia e detalhes sobre o processador

Assim como em outros celulares 3G, a autonomia do 6120 não é das melhores. As especificações falam em 216 horas de autonomia em modo standby e 3 horas de conversação. Entretanto, ao usar o celular como modem ou ao utilizar o Fring, Google Maps, ou outros aplicativos que transmitam um volume considerável de dados, ela acaba durando ainda menos.

O principal motivo é que consumo elétrico nas redes 3G é muito mais elevado do que ao transferir dados via EDGE ou GPRS. Isso faz com que a bateria dure menos de duas horas ao transferir dados continuamente (como ao baixar um ISO no notebook usando a conexão do celular).

Este problema da autonomia afeta todos os aparelhos 3G da safra atual. Independentemente do fabricante ou do modelo, praticamente nenhum consegue ultrapassar a marca das duas horas de transferência de dados contínua usando a rede 3G, incluindo o iPhone 3G. Não se trata de um defeito de projeto ou de falta de otimizações, mas simplesmente o fato de que em uma rede 3G existe mais trabalho a fazer e mais bits a transmitir. É justamente por isso que incluí a necessidade de uma bateria substituível na minha lista de pré-requisitos da primeira parte da análise. 🙂

Para uso normal, ou seja, fazer algumas ligações, rodar aplicativos leves e ouvir uma ou duas horas de música por dia, a bateria vai durar em média dois dias. Entretanto, para uso intensivo, acaba sendo necessário carregar todos os dias. Um amenizante é que a bateria é completamente carregada em pouco menos de duas horas (se você carregar enquanto o medidor ainda apresentar dois riscos, o tempo cai para cerca de uma hora) e é facilmente substituível, permitindo que você carregue uma bateria extra.

Além do carregador de tomada, que acompanha o aparelho, existe a opção de comprar um cabo USB, o Nokia CA-100, que é vendido como acessório. Ele não é exatamente a solução ideal para o problema, que seria o 6120 poder ser simplesmente carregado através do cabo mini-USB já usado para transferência de dados, mas de qualquer forma é a opção mais prática dentro das opções disponíveis, principalmente você carrega o celular junto com o notebook:

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O cabo USB permite também que você utilize uma das inúmeras baterias externas para dispositivos USB que estão disponíveis no mercado, o que soluciona o problema da autonomia. Uma dica: não caia no conto dos carregadores solares made in China; eles são conversa para boi dormir.

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Caso esteja curioso, o Freescale MXC300 usado no 6120 é uma réplica quase idêntica do TI OMAP 2420, usado no Nokia N95. A única grande diferença é que o OMAP 2420 inclui um acelerador gráfico dedicado, enquanto no MXC300 as funções 3D precisam ser implementadas via software. Como resultado, o desempenho do 6120 em jogos 3D é bastante inferior, embora ainda seja suficiente para rodar títulos mais simples, como o Snake 3D que vem pré-instalado:

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O MXC300 é (assim como outros chips usados em celulares) um SoC (system on a chip), ou seja, é a combinação de um processador central e diversos outros componentes em um único chip, incluindo um processador ARM11, um chip DSP, transmissores para as faixas de freqüência suportadas e interfaces para diversos outros componentes. Caso esteja curioso, aqui está um diagrama de blocos do chip:

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Este nível de integração é necessário para manter o consumo elétrico em níveis aceitáveis. Basta ter em mente que um celular com uma bateria Li-Ion de 860 mAh dispõe de pouco mais de 3 watts de energia (que correspondem ao que um notebook mediano consome em apenas 5 minutos) para realizar todas as suas funções até a próxima recarga.

É por isso que ainda não existem smartphones baseados em processadores x86. Mesmo processadores de baixo consumo, como o Atom possuem um consumo elétrico muito alto, que faria a bateria durar apenas uma ou duas horas.

A Intel está trabalhando no Moorestown, uma versão atualizada do Atom, com mais componentes integrados e um consumo elétrico mais baixo, que deve estar disponível a partir de 2010, visando justamente entrar no mercado de smartphones. Apesar disso, a batalha vai ser dura, já que mesmo com as melhorias, o Moorestown terá um consumo elétrico mais alto que os chips usados atualmente.

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