Com tantas funções, a escolha do smartphone ideal tem se tornado cada vez mais difícil, já que você não está escolhendo apenas um gadget, mas sim vários deles simultaneamente. É muito fácil errar na dose e pecar pelo excesso, gastando muito mais do que seria necessário, ou pela falta, comprando um aparelho limitado ou imprático de usar.
Começando do básico, os smartphones disponíveis no mercado podem ser divididos em quatro famílias: os baseados na plataforma Symbian, baseados no Windows Mobile, os baseados no PalmOS e os BlackBerryes, que utilizam um sistema operacional próprio. A eles se somam o iPhone, que roda um sistema operacional próprio e os futuros modelos baseados no Android.
O PalmOS já foi o sistema operacional mais usado em palmtops. Com o início da era dos smartphones, a Palm lançou a linha Treo, baseada no PalmOS 5.0 (Garnet), que acabou sendo o último major release dentro da plataforma. Devido a um conjunto de problemas internos, o desenvolvimento do PalmOS está praticamente parado desde 2004, o que torna o futuro do sistema bastante incerto. A Palm continua lançando novos modelos baseados em versões levemente atualizadas do Garnet, mas os 4 anos sem grandes atualizações pesam sobre o sistema, fazendo com que ele seja deficiente em diversas áreas. Uma frase que definiria o atual estado do PalmOS seria: “o último que sair apague as luzes”. 🙂
Os dois principais aparelhos baseados na plataforma que ainda estão disponíveis no mercado são o veterano Treo 680 e o recém lançado Palm Centro:
Em seguida temos o Windows Mobile, sucessor do Windows CE e do Pocket PC. Assim como o PalmOS, ele começou como um sistema operacional destinado a palmtops e evoluiu ao longo dos anos, passando a ser usado em smartphones. Ele é o preferido por muitos devido à certa similaridade com as versões do Windows para desktops e devido à integração com o Outlook e outros aplicativos da Microsoft. Ele é mais pesado e por isso restrito aos aparelhos com mais poder de processamento, mas, mesmo assim, é usado em um número surpreendentemente grande de aparelhos e conta com uma boa coleção de softwares.
Em seguida temos os BlackBerryes que, assim como o iPhone, rodam um sistema operacional próprio. O BlackBerry nasceu na década de 1990 como um pager bidirecional, em uma época em que os celulares ainda eram incomuns, e evoluiu rapidamente ao longo dos anos, tornando-se um sistema bastante sólido. Embora possam ser usados para falar, escutar músicas e tirar fotos, como qualquer outro aparelho, o forte dos BlackBerryes é a comunicação, e-mail e troca de mensagens, área na qual tanto o sistema quanto os aparelhos se sobressaem. Isso explica a popularidade entre executivos e profissionais móveis.
Concorrendo com as duas plataformas temos o iPhone, que apesar de ser o mais novo, tem crescido em popularidade. O iPhone 3G tem obtido tanta exposição que dispensa maiores comentários. Os pontos fortes são a interface e a boa disponibilidade de aplicativos, que são comercializados através da Apple App Store. Embora não tenha teclado, ele oferece uma forma conveniente de entrada de texto usando um teclado onscreen, que funciona bem graças à combinação de boa sensibilidade da tela e otimizações no software.
Finalmente, temos o Symbian, que apesar de não ser tão badalado é atualmente o sistema mais usado em smartphones, sobretudo em aparelhos da Nokia, LG, Samsung, Motorola e Sony-Ericsson. Embora ainda seja um sistema operacional proprietário, ele conta com um bom conjunto de aplicativos e a Nokia (que recentemente comprou a Symbian e absorveu o desenvolvimento do sistema) planeja abrir todo o código-fonte e transferir o desenvolvimento para uma fundação neutra, que coordenará o desenvolvimento das futuras versões.
Enquanto a mudança não acontece, a família Symbian é dividida em duas plataformas, parcialmente incompatíveis. De uma lado temos o S60, desenvolvido pela Nokia (e encontrado também em aparelhos da LG, Samsung e alguns outros fabricantes) e o UIQ, encontrado em aparelhos da Sony-Ericsson e da Motorola. Entre os dois, o S60 é o mais usado, simplesmente porque a Nokia possui mais de 30% mercado global de aparelhos. A principal vantagem do S60 é que ele é relativamente leve, principalmente se comparado ao Windows Mobile (que seria seu concorrente direto) permitindo que ele seja usado em aparelhos mais compactos.
Como uma possibilidade para o futuro temos o Android, desenvolvido pelo Google. Ele é um sistema operacional open-source (http://code.google.com/android/), que pode vir a se tornar a plataforma dominante entre os smartphones ao longo dos próximos anos.
Com a abertura do Symbian, o Android terá um páreo duro pela frente, mas o sistema tem um bom potencial e pode vir a surpreender. Os primeiros aparelhos baseados no sistema devem chegar ao mercado no final do ano.
A primeira leva de aparelhos não deve ser muito atrativa, afinal eles serão uma espécie de laboratório de testes, mas com o grande volume de desenvolvedores que a plataforma tem atraído, pode ser apenas questão de tempo até que ele conquiste uma boa fatia do mercado. Se ficou curioso sobre o sistema, leia meu artigo de abril sobre ele:
https://www.hardware.com.br/artigos/google-android/
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