O problema relacionado à duração da bateria no M001 e outros tablets da mesma safra não é derivado de algum bug de software, mas sim devido à falta de suporte à funções avançadas de gerenciamento de energia por parte do processador, como temos disponíveis nos SoCs para smartphones. O mais peculiar é que o sistema vem configurado por default para desligar a tela depois de apenas um minuto, o que causa uma grande aporrinhação, mas não faz praticamente nenhuma diferença do ponto de vista da autonomia. O melhor é simplesmente configurar o sistema para continuar ativo o tempo todo, já que a duração da bateria praticamente não muda.
Tendo em vista que esta é uma deficiência do hardware, existe pouca chance de que qualquer atualização posterior de firmware venha a melhorar a situação de maneira perceptível. Uma possível esperança é o SetCPU, que permite ajustar a frequência de clock do processador, o que pode ser usado para reduzir a frequência enquanto o tablet estiver ocioso ou sendo usado para tarefas leves, prolongando a carga da bateria, assim como é feito nos notebook.
Na versão atual (2.02) ele ainda não funciona no Eken M001, mas ele não deixa de ser uma esperança para o futuro, conforme versões atualizadas sejam lançadas. Ele pode ser baixado gratuitamente no http://forum.xda-developers.com/showthread.php?t=505419 (registro gratuito necessário). Para que ele funcione, é necessário também baixar o arquivo de texto com as frequências para o M001 e copiá-lo para o diretório raiz do cartão de memória: http://www.mogrith.com/storage/external/setcpu.txt. Ao abrí-lo pela primeira vez, escolha a opção “Custon Frequencies” no final da lista, que lê o conteúdo do arquivo.
Para quem prefere uma solução mais na base da força bruta, uma opção é comprar uma segunda bateria e ligá-la em paralelo com a primeira (como feito pelo blastexx do slatedroid: http://www.slatedroid.com/eken-m001-modding/3933-succesful-battery-mod.html), aproveitando que existe espaço vago dentro do case. Este é um procedimento bem simples, já que basta acomodar a segunda bateria e usar três pequenos pedaços de fio para que o conector da segunda bateria se encaixe na ponta do da primeira:
Com duas baterias, a autonomia dobra, bem como o tempo de carga. Infelizmente o M001 usa uma bateria própria de 7.4V (duas células em série). Você pode encontrar as baterias por cerca de US$ 15 no Ebay, basta pesquisar por “Eken M001 Battery”. Um cuidado importante é que ambas as baterias devem ser carregadas separadamente antes que sejam combinadas, caso contrário a diferença de carga pode fazer com que a bateria descarregada superaqueça ou mesmo exploda.
Outro hack popular é o uso de teclados e mouses USB, o que pode ser feito através de uma simples mudança no cabo de dados, indicada no http://www.slatedroid.com/eken-m001-modding/2137-make-usb-host-cable.html. Por ser baseado em um kernel Linux, o Android é capaz de reconhecer diversos tipos de dispositivos, incluindo aí os teclados e mouses. Tudo o que é necessário fazer é adaptar a pinagem do cabo de dados para que a porta USB passe a operar em modo host e usar um adaptador fêmea/fêmea, ou fazer diretamente a junção com outro cabo USB, emendando os fios nas posições corretas:
Concluindo, o M001 possui muitas limitações, que são compartilhadas pelo M002, M003, etc. que são muito similares a ele tem termos de software e construção, mudando apenas a aparência e em alguns casos o processador usado. Se ele custasse 300 ou 400 dólares ele poderia ser considerado uma bomba, já que possui muitas falhas. Entretanto, ao levar em conta o preço, ele passa a parecer bastante atrativo, já que oferece acesso às funções básicas de um tablet (leitura de e-books, navegação web, etc.) a um custo muito baixo.
A grande consideração é que ele só é interessante por preços próximos aos 90 dólares originais. Você pode arriscar comprá-lo na DealExtreme por US$ 96 ou em alguma outra loja online que ofereça algum preço similar, já que a possibilidade de ele ser taxado na alfândega é relativamente pequena e, mesmo que aconteça, você não deve pagar mais do que 120 reais em impostos.
Entretanto, se for para pagar R$ 500 ou 600, como ele está sendo vendido em algumas lojas, ele se torna definitivamente um mal negócio. Para quem não tem pressa, o melhor é continuar a esperar pelo aparecimento de tablets de segunda geração, com características mais adequadas.
Um bom tablet deve possuir no mínimo um processador ARM11 de 600 MHz (com um DSP auxiliar para decodificação de vídeos e de preferência também um acelerador 3D), suporte a gerenciamento avançado de energia (para que a duração da bateria em stand-by seja efetivamente longa) e uma bateria que suporte pelo menos 5 horas e uso contínuo.
Outro fator essencial é o uso de tela capacitiva. A interface do Android é visivelmente otimizada para elas e o sistema se comporta de forma bastante irregular quando usado em telas resistivas, com tarefas simples, como digitar textos ou rolar menus de opções se transformando em fontes de frustração.
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