Assim como no 1002-HA, é usado um HD magnético de 160 GB em vez do SSD. Como comentei na análise anterior, essa é na verdade uma mudança positiva em relação ao Eee 900/901, onde (para cortar custos) eram usados dois SSDs: um menor (e mais rápido) de 4 GB e um segundo SSD de 8 ou 16 GB, construído usando chips de memória Flash mais lentos (porém mais baratos) para reduzir custos. Assim como em um HD com duas partições, a ideia era que o SSD de 4 GB fosse usado para instalar o sistema e o outro fosse usado exclusivamente para armazenar arquivos, tarefa onde a baixa velocidade de gravação não atrapalhasse muito.
O grande problema com essa abordagem era que o desempenho do sistema ao instalar aplicativos na segunda unidade caía bastante. Ao usá-la para armazenar o cache do Firefox, por exemplo, o sistema demora dois ou três segundos adicionais para carregar as páginas, que correspondem justamente ao tempo que demora para conseguir armazenar os dados temporários no SSD, problema que era resolvido ao mover a pasta para a unidade primária ou para um ramdisk.
Tento isso em mente, a mudança para o HD mecânico acabou sendo na verdade positiva do ponto de vista do desempenho. Os SSDS podem ser muito rápidos quando bem implementados, mas os SSDs usados pela Asus no Eee eram realmente muito lentos e prejudicavam o desempenho.
Ao contrário da crença popular, a diferença de consumo em utilizar um HD de 2.5″ e um SSD não é muito grande. O Seagate ST9160310AS do 1008HA consome 2 watts durante as operações de leitura e gravação e apenas 0.2 watts em standby, o que é bastante aceitável considerando a capacidade da bateria.
Em se tratando de um netbook de 1500 reais, o HD magnético acaba sendo uma opção melhor, já que oferece bem mais espaço e um consumo elétrico apenas marginalmente maior. Uma desvantagem é o peso (já que o HD magnético pesa cerca de 60 a 80 gramas a mais), mas no caso do 1008HA o peso extra foi compensado por reduções em outros componentes.
Assim como outros netbooks baseados no 945GSE, o 1008HA vem de fábrica com um único módulo SODIMM DDR2 de 1 GB, mas é possível substituí-lo por um módulo de 2 GB. O principal obstáculo é que a versão ULCPC do Windows XP que vem pré-instalada é limitada a 1 GB de memória e vai se recusar a reconhecer o segundo. Para utilizar os 2 GB, você vai ser obrigado a migrar para uma distribuição Linux ou para outra versão do Windows.
O processador é o mesmo Atom N280 de 1.66 GHz encontrado no 1002HA e em outros modelos. Ele é baseado na plataforma Diamondville e faz par com o velho chipset 945GSE/ICH7M (o 945GSE inclui o controlador de memória DDR2 e o chipset de vídeo Intel GMA950, enquanto o ICH7M inclui as controladoras SATA e os demais circuitos de I/O), que é uma versão de baixo consumo do chipset 945GC. Ele é na verdade um chipset antigo (lançado em 2005), que acabou servindo como uma opção de baixo custo custo e baixo consumo para uso nos netbooks.
Pressionando Fn+Espaço você pode ativar o modo “High-Performance”, onde é feito um overclock leve no processador, que passa a operar a 1.7 GHz. O pequeno aumento é acompanhado pela desativação de outras opções relacionadas ao gerenciamento de energia, que resultam em outros ganhos incrementais de desempenho, às custas de uma redução na autonomia. Infelizmente este é um recurso implementado via software, por isso funciona apenas no Windows.
Outra observação é que no 1008HA o clock do chipset de vídeo é reduzido para apenas 133 MHz (outros modelos de netbooks usam o chipset a 166 MHz e placas para desktop o usam a 400 MHz), o que reduz ainda mais o já fraco desempenho do GMA950. A redução não afeta perceptivelmente o desempenho em 2D, mas não espere conseguir rodar jogos. A redução no clock resultou em uma queda considerável no consumo do chipset, o que é um dos fatores por trás da boa autonomia da bateria.
Como a dissipação térmica do Atom e do chipset é bastante baixa e ambos utilizam um volume reduzido de circuitos de apoio se comparado a outras plataformas atuais, os fabricantes têm conseguido produzir placas-mãe com dimensões reduzidas, o que tem ajudado a manter os netbooks com tamanhos aceitáveis, apesar do uso de baterias maiores e de HDs magnéticos.
No caso do Eee 1008 a Asus conseguiu atingir um novo patamar de miniaturização, ocupando menos de um quarto da área interna, com uma área menor que a de uma placa mini-ITX:
Leia também:
Deixe seu comentário