A Asus foi a primeira a investir pesadamente no ramo dos netbooks e, durante algum tempo, colheu os frutos do investimento, com o Eee 701 e mais tarde o Eee 900 gozando de um quase monopólio do mercado durante os primeiros meses. Não demorou para que os outros fabricantes percebessem o potencial de venda dos netbooks e passassem a lançar seus próprios modelos. Da Acer à Samsung, passando pela Dell, HP, MSI e dezenas de outros integradores menores, todos correram para não perder o barco.
O resultado de tudo isso é que a Asus acabou perdendo a liderança das vendas, vitimada principalmente para o Acer Aspire One, que chega a ser vendido por US$ 250 no exterior.
Vendo as vendas caírem, a Asus resolveu investir no desenvolvimento de novos modelos, literalmente atirando para todos os lados, com desde lançamentos de baixo custo (como o Eee 900, que chega a ser vendido por menos de R$ 1000 aqui no Brasil) até modelos mais caros, como o N10, que inclui um chipset nForce 9400M integrado.
Entre os dois extremos está o Eee PC 1002HA, que é o tema da análise de hoje:
Ele foi cedido para review pela equipe da Hardstore Informática (http://www.hardstore.com.br/), que é uma antiga parceira do site. Como sempre, nossos agradecimentos. 🙂
O principal destaque do 1002HA é o design. O plástico dos modelos anteriores foi substituído por um case de alumínio anodizado, com detalhes em cromo. O design lembra bastante o do antigo Asus M5, com um visual bastante sólido, sem os excessos que marcam alguns produtos da Asus.
Ele é quase do mesmo tamanho que o Eee 1000HA, mas é mais leve (com, 1.2 kg) e mais fino, sem o “calombo” da bateria, que foi movida para um compartimento interno:
Entretanto, a redução teve um preço. Em vez de utilizar uma bateria Li-Ion de 4 células de 7.2V e 5800 mAh, como a encontrada no Eee 900, a Asus optou por utilizar uma Li-poly de duas células, com apenas 4200 mAh, o que corresponde a uma redução de quase 28% na capacidade.
A mudança na localização da bateria permitiu que o conector VGA, juntamente com o de rede fossem movidos para a parte traseira, juntamente com a saída de ar do exaustor (uma mudança bem-vinda) e do leitor de cartões (não tão bem-vinda assim):
Como em outros netbooks, o Eee 1002HA utiliza um único módulo de memória DDR2. Ele vem com 1 GB de fábrica e você pode atualizá-lo para até 2 GB, substituindo o módulo. Como de praxe, é possível encontrar lojas que já o vendem com o módulo de 2 GB, o que acaba sendo um upgrade aconselhável, considerando o pequeno acréscimo no custo.
A tela é um LCD de 10″ com iluminação por LEDs, que mantém os tradicionais 1024×600 mas é levemente menor que o usado nos modelos da série 1000, que utilizam telas de 10.2″. Diferente de outros notebooks, ela utiliza acabamento fosco, que é uma característica positiva nesse caso, já que elimina as reflexões.
Telas com acabamento glossy são interessantes em notebooks maiores, onde você pode ficar com a tela mais na vertical, evitando as luzes do ambiente, mas não são tão interessantes nos netbooks, onde você olha a tela em um ângulo mais longe do ideal.
O 1002 HA é também um dos primeiros modelos da série a incluir um transmissor Bluetooth 2.1 integrado (um Azureware AW-BT253), eliminando a necessidade de usar um transmissor externo.
Pode parecer estranho que com tantas opções de transmissores USB baratos (você pode comprar um por US$ 3 ou até menos no dealextreme.com, por exemplo) a maioria dos portáteis ainda venham sem Bluetooth, mas na verdade é que os transmissores Bluetooth internos são ainda bem mais caros, devido ao baixo volume de produção, chegando a custar mais de 10 dólares para os fabricantes:
Isso criou um ciclo vicioso, em que os fabricantes ficam receosos em adicionar o transmissor interno, com medo de que o aumento no preço prejudique as vendas e os compradores acabam preferindo os transmissores USB, que por serem produzidos aos milhões, são bem mais baratos.
Outro detalhe com relação aos transmissores bluetooth internos é que eles substituem o módulo do modem discado. Existem módulos que incorporam ambas as funções, mas eles são ainda mais caros e por isso pouco usados.
Outra mudança é o teclado, que passou a utilizar teclas similares às usadas no MacBook. O teclado não é ruim, mas exige um certo período de adaptação, pois o recuo das teclas é menor. Em compensação, o teclado tem 92% do tamanho de um teclado regular e existe um bom espaçamento entre as teclas, o que faz com que ele seja muito mais confortável de digitar do que os teclados miniaturizados dos modelos anteriores:
Esta unidade do review é ainda o modelo importado, que vem com o teclado US-Internacional e com o Windows XP em inglês, mas não deve demorar para a versão nacionalizada começar a chegar as lojas.
Além da versão com o Windows XP, existe também uma versão com Linux, que possui as mesmas especificações. Entretanto, o preço de lançamento das duas versões é o mesmo.
De qualquer maneira, mesmo comprando a versão com o XP, você pode instalar o Ubuntu 9.04 ou outras distribuições recentes sem grandes percalços. Com exceção de algumas das teclas de atalho e do botão para alterar os perfis de gerenciamento de energia, tudo funciona diretamente, incluindo a rede wireless, o gerenciamento de energia do processador (o clock é reduzido para 1.0 GHz nos momentos de inatividade), a aceleração 3D e o Bluetooth. O multitapping do touchpad também funciona, com um toque de três dedos por exemplo, você obtém um clique com o botão direito.
Basta criar um pendrive de boot (ou conseguir um adaptador IDE > USB para espetar um drive de CD externo) e instalar o sistema da forma usual.
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