Processadores de baixo custo da Intel

A estratégia da Intel no segmento de processadores de baixo custo é totalmente diferente. Enquanto a AMD tenta integrar seus processadores mais baratos em uma plataforma unificada, com bom preço e alto desempenho, a Intel aproveita os usuários de computadores baratos para descarregar seus produtos que já estão praticamente obsoletos, pertencentes a uma plataforma que não interessa mais ao segmento principal. Os processadores de baixo custo da Intel hoje são exatamente isso: em sua maioria, CPUs em formato LGA775 com processo de produção de 45 nm. O maior problema dessa plataforma é a separação entre a CPU e o controlador de memória, que fica dentro do chipset nos sistemas LGA775. O chipset e a CPU são conectados pelo barramento FSB, cuja banda insuficiente pode limitar o desempenho do subsistema de memória de forma bastante perceptível.

Mas ainda que a plataforma LGA775 tenha praticamente perdido a importância de outrora, a Intel continua mantendo uma clara separação entre seus produtos, com o intuito de garantir que os processadores principais mais baratos sejam, um dia, descontinuados. É por isso que os processadores Core 2 não se enquadram no segmento de baixo custo, e seus preços continuam acima dos cem dólares, apesar deles já estarem disponíveis há uns bons anos. Portanto, o segmento de baixo custo da Intel inclui apenas CPUs LGA775 Celeron e Pentium, cujas frequências, no entanto, aumentam de tempos em tempos.

Celeron E3000: a família Celeron inclui CPUs dual-core com 1 MB de cache L2 compartilhado e frequências de até 2,7 GHz. É bom destacar que esses processadores suportam barramento de 200 MHz, o que impossibilita o uso de memória mais rápida do que SDRAM DDR2-800 (ou DDR3-800). Apesar disso, essa limitação na funcionalidade é compensada pelo preço muito atraente: a maioria dos modelos Celeron custa menos de 50 dólares.

Pentium E5000/E6000: esta família de processadores LGA775 pode ser encarada como um Celeron melhorado. São CPUs que também têm dois núcleos computacionais, mas todas as suas especificações foram elevadas a um nível mais aceitável. As frequências de clock chegam a 3,33 GHz, a frequência do barramento foi aumentada para 266 MHz e o cache L2 compartilhado subiu para 2 MB. Essa combinação de parâmetros garante que o Pentium esteja pelo menos um passo à frente do Celeron, fazendo desta a família de processadores mais popular da Intel, superando outras do segmento de baixo custo.

Tenho que admitir que a plataforma LGA775 não parece muito convidativa quando comparada ao que a AMD oferece. Não há previsão de lançamento de novos processadores, e pelo visto a plataforma está prestes a se tornar obsoleta. Os processadores Pentium de baixo custo serão substituídos pela futura microarquitetura Sandy Bridge no segundo trimestre de 2011. E no terceiro trimestre, os Celerons LGA775 também vão começar a ser postos para fora do mercado. Sendo assim, qualquer atualização futura da plataforma LGA775 só será possível com a substituição de CPUs Celeron ou Pentium por certos modelos Core 2, já que algumas modificações do Core 2 provavelmente vão ocorrer ao longo do ano que vem. Ainda assim, é importante entender que em termos de custo-benefício, o desempenho dos processadores LGA775 definitivamente não terá como competir com o de novos produtos de gerações mais recentes.

Quanto às poucas vantagens da plataforma LGA775, podemos mencionar o baixo custo, a diversidade e a ampla disponibilidade de placas-mãe, com direito a modelos que apresentam recursos e funcionalidades exclusivas. Além da vasta gama de soluções existentes, há um bom número de opções contemporâneas atraentes. Por exemplo, o LGA775 é a opção mais simples e razoável para um sistema mini-ITX.

Há outro tipo de CPU de baixo custo da Intel que também tem seus atrativos. Trata-se do Pentium G6950, projetado para sistemas LGA1156.

O Pentium G9650 é análogo aos processadores dual-core Core i5/i3, com funcionalidade extremamente limitada. Ele se baseia em um núcleo de 32 nm, e tem um segundo die semicondutor dentro do mesmo invólucro de processador – o núcleo gráfico que deve operar nas placas-mãe Intel baseadas nos chipsets H57/H55. A CPU não tem suporte a nenhuma tecnologia atual de ganho de desempenho, como Hyper-Threading ou Turbo Boost, e tem um cache L3 menor, com 3 MB. O Pentium G6950 trabalha a uma frequência de clock de 2,8 GHz, e a frequência máxima de SDRAM DDR3 é limitada a 1067 MHz.

Em outras palavras, em termos de especificações formais, o Pentium G6950 é tão atraente quanto suas contrapartes LGA775, especialmente se levarmos em conta que seu preço está se aproximando muito dos 90 dólares. Mas este único processador LGA1156 de preço baixo tem uma vantagem indiscutível: ele também é compatível com a plataforma que aceita as CPUs de alto desempenho atuais. Obviamente, essa vantagem tem um efeito colateral: as placas-mãe LGA1156 custam consideravelmente mais do que as de soquete AM3 e LGA775.

Vamos resumir tudo na tabela a seguir, que lista as especificações de todos os processadores Intel atuais no segmento de baixo custo:

Sobre o Autor

Redes Sociais:

Deixe seu comentário

X