Continuando, outro aparelho que vendeu muito bem no Brasil o Galaxy S I9000, que apesar de ter mais de um ano de idade, se mantém atual em diversos aspectos.
Ele é um pouco maior que o Milestone e o Nexus One, porém é bem mais fino, com apenas 9.9 mm. O maior tamanho trás como vantagem o uso de uma tela de 4″, que representa um ganho considerável em termos de área útil. Você pode tranquilamente usar o LCDDensity para reduzir o DPI da tela em 20 pontos e ainda continuar com texto mais legível que no Milestone. Outro ponto de destaque é o fato de ele usar uma tela Super AMOLED, diferente dos outros aparelhos que citei, que usam telas LCD (as primeiras unidades do Desire e do Nexus One chegaram a ser equipadas com uma tela AMOLED, mas uma quebra no fornecimento fez com que a produção mudasse para telas Super LCD).
O Super AMOLED tem como vantagens um melhor contraste, cores mais vivas, melhor ângulo de visão e um menor consumo elétrico (que se traduz em um ganho de autonomia), mas oferece também uma pequena desvantagem, que é o fato de utilizar um layout Pentile RGBG, em vez do tradicional RGB-RGB do LCD. Com isso, cada pixel possui apenas dois sub-pixels (são alternados pixels com verde e azul e com ver e vermelho) em vez de três sub-pixels como de praxe:
O resultado prático é que as vantagens em termos de cores e ângulos de visão são combinadas com uma certa perda de legibilidade, sobretudo ao ler textos com fontes muito pequenas. Na grande maioria das tarefas isso não é um problema, mas se você tem o hábito de ler no telefone usando fontes pequenas, a troca pode ser desvantajosa.
Continuando, o I9000 é baseado em um SoC Samsung Hummingbird, que apesar de também operar a 1.0 GHz, oferece um desempenho superior ao OMAP 3640 e ao Qualcomm QSD 8250 e conta com uma GPU mais poderosa, que além de oferecer um desempenho superior em 3D é capaz de decodificar um número muito maior de formatos de vídeo, com suporte a até 1080p via hardware. Isso faz com que este seja um aparelho muito bom para reprodução de mídia e jogos, que perde apenas para os aparelhos da safra atual, baseados no Tegra 2 e concorrentes.
Além do suporte à TV digital (1-Sec) na versão nacional, o I9000 possui também um bônus inesperado, que é uma saída de vídeo analógica integrada ao conector de fone de ouvido. Você precisa apenas de um cabo RCA Composite, que custa apenas US$ 2 na DX (SKU 42206):
Embora a qualidade da imagem seja inferior ao que você teria caso fosse utilizada uma saída HDMI, esta solução oferece como vantagem o fato de permitir que você exiba qualquer tipo de conteúdo (desktop, vídeos, jogos, etc.) em vez de ficar limitado à galeria ou outros conteúdos específicos como no caso de muitos aparelhos com saída HDMI. No geral acaba sendo uma solução bastante satisfatória para apresentações e reuniões de família. Para que a saída de vídeo funcione, é necessário ativá-la nas configurações.
O I9000 apresenta especificações bem similares ao Nexus S, que utiliza o mesmo SoC, uma tela Super AMOLED bem similar e tem quase as mesmas dimensões. Entretanto, o I9000 é atualmente bem mais barato (já que foi substituído pelo Galaxy S II, que oferece uma tela maior, SoC dual-core e câmera de 8 MP). Atualmente, é possível encontrar um I9000 novo na faixa dos 950 reais, o que é menos da metade dos R$ 1990 que ele custava no lançamento. Comprando nesse preço ele é possivelmente a melhor opção atualmente.
Pessoalmente, não considero os modelos mid-range do Android (como o HTC WildFire e tantos outros, baseados em telas QVGA ou HVGA e SoCs de baixo clock) boas opções, já que você pode ou optar por um Milestone 1 (que apesar da idade ganha em termos de tela e recursos) ou pagar um pouco mais por um Milestone 2 ou um I9000, que oferecem recursos brutalmente superiores. Eles acabam sendo mais adequados para quem faz questão de um aparelho pequeno, ou para quem estão comprando dentro de alguma promoção da operadora.
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