Um passo importante ao reciclar máquinas antigas é fazer uma boa limpeza, limpando o dissipador do processador e substituindo a pasta térmica, removendo a poeira acumulada dentro da fonte (tome cuidado com a carga residual dos capacitores, eles são perigosos mesmo com a fonte desligada da tomada) e assim por diante. A poeira prejudica a dissipação de calor, reduzindo a margem de overclock do processador e afetando até mesmo a capacidade de fornecimento da fonte, que decresce com o aumento da temperatura.
Feita a configuração inicial, o próximo passo é extrair um pouco mais de desempenho da máquina usando o bom e velho overclock da GPU e GPU. Afinal, em se tratando de um PC modesto, qualquer ganho de desempenho é bem vindo.
O Athlon 64 3000+ é um exemplar baseado no core Venice, que trabalha a 2.0 GHz, com uma tensão default de 1.4V. Por ser um dos caçulas dentro da série, ele oferece uma margem de overclock relativamente alta para um processador AMD. Com um pouco de sorte, é possível atingir de 2.6 a 2.7 GHz usando uma tensão de 1.5 ou 1.55V.
O grande problema é que a margem de overclock do processador decresce com o tempo e o espécime do teste já é um ancião, com 3 anos de uso. Mesmo aumentando a tensão para 1.55V, ele exibe erros esporádicos a partir dos 2.4 GHz.
Como a estabilidade é importante mesmo em um PC de jogos, optei por limitar o overclock a 2.3 GHz, com tensão de 1.5V, rock-solid:
O próximo passo é o overclock da GPU, que vai garantir alguns FPS adicionais em altas resoluções. Como o PC usa um LCD de 17″, com 1280×1024 e pretendo rodar o Call of Duty 5 na resolução nativa do monitor, toda ajuda é bem vinda. O teste do auto-tune resultou em uma sugestão de 700 MHz para a GPU e 510 MHz para a memória, mas ela se revelou um pouco otimista demais. A placa funcionava em 2D, mas travava ao tentar rodar qualquer jogo ou aplicativo 3D.
Na prática, ela se manteve estável usando 660 MHz para a GPU e 460 MHz para a memória, o que corresponde a um overclock de respectivamente 10 e 15%, o que está dentro da média. É possível usar 670/480 ou mesmo 680/480, mas nesse caso a placa deixa de ser estável, com falhas nas texturas e glitches visuais diversos.
Como estamos trabalhando em overclock, adicionei um exaustor de 80 mm na abertura traseira para eliminar o ar quente do processador e um bay cooler para forçar a circulação de ar sobre a GPU, ambos forçando o ar para fora. Para aumentar a entrada de ar (sem precisar fazer furos na tampa) deixei uma das baias de 5 ¼ abertas, facilitando a entrada de ar.
Depois de tanto lero-lero, você deve estar curioso de como ficou o desempenho final do PC. Considerando as limitações do processador e o fato de ele possuir só 1 GB de memória o desempenho realmente me surpreendeu.
Rodando o Call of Duty World at War a 1280×1024, ele é capaz de manter uma movimentação bem fluída, com uma média de 36 FPS, nada mau para um PC de 2006 recauchutado. Aqui você pode ver um vídeo com um trecho de uma partina no mapa Shi No Numa (no zombie mode) mostrando a movimentação, com o medidor de FPS do Fraps ativo no canto superior direito:
https://e.cdn-hardware.com.br/static/media/cod.avi
Devido ao processador single-core, a gravação de vídeo do Fraps reduz muito o FPS (que cai para a casa dos 15 a 20, causando muitas engasgadas), por isso ele foi gravado usando uma câmera, deixando apenas o medidor ativo.
Para obter este FPS, desativei o uso de sombras, Specular Map e o uso de Anti-Aliasing e reduzi a qualidade das texturas de “super” para “high”, respeitando as restrições da 4650 com relação ao barramento com a memória:
Naturalmente, poderia obter um FPS mais alto reduzindo mais a qualidade das texturas ou reduzindo a resolução, mas no caso do Athlon 64 isso acaba não fazendo tanta diferença, pois logo o gargalo passa a ser o processador.
Ao contrário do que esperava, a pouca memória RAM acabou não atrapalhando tanto o desempenho quanto esperava. O carregamento inicial do Call of Duty WW demora quase dois minutos, pois ele precisa fazer quase 300 MB de swap, lendo e gravando de volta os dados no HD. O carregamento dos estágios é também um pouco mais lento que de costume (novamente, devido ao uso de swap), mas o desempenho dentro do jogo em si não é afetado (como pode ver no vídeo).
De qualquer maneira, o upgrade para 1.5 GB resolve ambos os problemas, no caso do CoD 5 e melhorando o desempenho em jogos que utilizam mais memória, como o Empire total War.
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