Asus K8N4-E SE

A Asus K8N4-E SE é o modelo mais caro entre os três, por isso é de quem se espera mais em termos de recursos e compatibilidade.

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Ela possui três slots PCI Express x1, um slot x16, para a placa de vídeo, e mais três slots PCI tradicionais.

Já a algum tempo, o slot PCI-Express x16 se tornou padrão nas placas atuais, substituindo o AGP. A migração das placas de vídeo já está ocorrendo. Nos EUA já é relativamente raro ver uma placa AGP à venda e isso não vai demorar muito para se refletir por aqui.

Os slots PCIe 1x por sua vez, permitem a conexão de periféricos diversos, como placas de som, rede, modems etc., oferecendo um barramento de 200 MB/s. Na prática, a principalmente vantagem do PCI 1x não é o desempenho (pois mesmo os 133 MB/s do PCI são suficientes para a maioria dos periféricos “lentos”, como placas de som). A questão principal é o custo: por possuir menos contatos, os slots e placas PCIe 1x são baratos para os fabricantes (pelo menos se produzidos em quantidade), sem falar que o menor número de trilhas facilita o desenvolvimento da placa mãe.

Apesar disso, os periféricos PCI Express 1x ainda são bastante raros, já que o volume de placas mãe com slots x1 ainda é relativamente pequeno. Tudo indica que assistiremos uma migração lenta, assim como no caso do ISA x PCI.

Se você não possui nenhuma placa de som, rede, ou modem PCIe, o fato da placa possuir três slots soa mais como uma desvantagem, já isso implica num menor número de slots PCI, mas isso não deixa de ser uma vantagem do ponto de vista das expansões futuras. Hoje em dia, os avanços nos PCs de mesa estão se tornando cada vez mais incrementais, sobretudo nos processadores, por isso não existe uma pressão tão forte para atualizar o micro todo ano, como antigamente.

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A Asus utiliza uma nomenclatura padrão em todas as placas. O “K8” indica uma placa para os processadores Athlon/Sempron 64. O “N4” indica que a placa é baseada no chipset nForce 4 (a K8N-E (sem o 4), por exemplo, é baseada no antigo nForce 3). O “E” vem de “Ethernet”, antigamente era usado nas placas que vinham com rede onboard, mas nos modelos atuais indica que a placa tem rede gigabit.

O “SE” e o “Deluxe” indicam o volume de opcionais. A K8N4-E e a K8N4-E SE possuem as mesmas especificações, mas a disposição dos componentes nas duas placas é diferente e a SE tem um acabamento melhor. A Deluxe por sua vez é uma versão “luxo”, que tem 10 portas Serial ATA (a SE possui apenas 4), duas portas Firewire (a SE não possui nenhuma, já que o controlador firewire aumenta substancialmente o custo de produção) e suporta FSB de até 400 MHz (contra 300 MHz da SE), o que adiciona mais possibilidades de overclock. Naturalmente, existe uma grande diferença de preço entre as duas placas, o que faz com que a SE ofereça um custo-benefício melhor.

Em qualquer um dos casos, a placa suporta módulos de memória de até 1 GB (DDR 1), permitindo um máximo de 3 GB. É interessante notar que embora os processadores de 64 bits tenham derrubado o limite dos 4 GB, ainda continuamos limitados a 2 ou 3 GB por causa dos chipsets.

Uma curiosidade é que o painel com os pinos para os LEDs do painel usa um código de cores para facilitar a identificação dos contatos, facilitando a montagem:

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De uma forma geral, as placas com chipset nForce são as mais compatíveis com o Linux dentro da plataforma AMD, pois parte das especificações são abertas e a nVidia colabora com o desenvolvimento dos drivers.

Naturalmente, nem sempre as coisas acontecem de forma tão imediata quanto poderiam, mas no geral o suporte da nVidia é satisfatório, tanto que a empresa foi a escolhida na categoria “Melhor suporte a hardware” na pesquisa anual da revista Linux Format, publicada em Setembro de 2006.

A principal dificuldade nesta placa é fazer a placa de rede funcionar. As placas de rede integradas aos chipsets “nForce” são ativadas no Linux através do driver “forcedeth”, incluído no Kernel. Como o chipset nForce 4 é relativamente recente, você precisa de uma distribuição baseada no Kernel 2.6.17 ou mais recente. As versões mais recentes do 2.6.16 incluem uma versão parcialmente compatível, onde a placa funciona a apenas 100 megabits, enquanto nas distribuições baseadas em versões mais antigas (a menos que tenham sido usados patches com atualizações do driver), a placa de rede onboard não funciona de forma alguma.

Ao usar uma distribuição antiga, existem duas soluções possíveis:

A mais óbvia seria simplesmente desativar a placa de rede no setup e espetar uma placa de rede offboard, até que seja possível atualizar o sistema para uma distribuição mais recente, que inclua suporte a ela.

A segunda opção é instalar o driver proprietário da nVidia para placas nForce, disponível no: http://www.nvidia.com/object/linux_nforce_1.0-0310.html. Este driver da nVidia não é atualizado desde novembro de 2005 e só compila em distribuições com o Kernel 2.6.16 ou anterior. Ou seja, dependendo da versão do Kernel, ou você usa o driver da nvidia, ou usa o forcedeth. Não é possível escolher qual dos dois usar, como em versões anteriores.

Relembrando, você pode checar a versão do Kernel em uso através do comando:

# uname -r
2.6.14-kanotix-6

Uma queixa relativamente comum com relação a rede é que ela às vezes para de funcionar depois de reiniciar a máquina. Existem vários reports deste problema em fóruns, geralmente relacionando o problema a um boot no Windows (ao inicializar o XP e depois reiniciar, carregando uma distro Linux, a placa de rede não funciona), mas notei o problema duas vezes mesmo tendo instalado apenas o Kurumin e Ubuntu: a placa para de funcionar depois de algumas horas de uso contínuo e só volta a funcionar depois de desligar o micro da tomada (mesmo um reset via software não resolve).

Este problema da placa de rede não é causado pelo sistema, mas sim pro um bug no BIOS da placa. O modelo que recebi, veio com o BIOS versão 0106. Depois de atualizar para a versão 0110 (disponível no http://support.asus.com/download/download.aspx), o problema foi resolvido de forma definitiva.

Para atualizar o BIOS, salve o arquivo “0110.bin” num disquete, ou grave-o num CD (dá pena de usar uma mídia para gravar um arquivo de 512 KB, mas você pode gravar outras coisas no CD, desde que o arquivo fique no diretório raiz). Deixe o disquete ou CD no drive, reinicie a máquina e pressione “ALT+F2” na tela de boot, para abrir o utilitário de gravação.

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Ele localiza, checa e grava o arquivo automaticamente, reiniciando a máquina no final do processo. Com o BIOS atualizado e o problema de estabilidade da placa de rede resolvido, podemos passar para o resto da configuração :).

Esta placa não vem com vídeo onboard, nem suporte a SLI (que está disponível apenas nas placas com chipset nForce 4 SLI, ou nForce4 Ultra). A única opção é mesmo usar uma única placa PCI Express. Naturalmente, também é possível usar uma placa de vídeo PCI, mas isso estragaria completamente o conjunto :).

No teste, utilizei uma GeForce 6200TC PCI Express. Desde que você utilize uma distribuição minimamente atual, você não terá muitos problemas com a configuração do vídeo.

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Por padrão, o sistema configura o vídeo usando o driver “nv”, que é o driver open-source incluído no X. Muitas distribuições falham em detectar a placa corretamente e configuram o vídeo utilizando o driver “vesa”. Ele também funciona, mas é bastante lento e não suporta resoluções maiores que 1024×768 nem telas wide. Para corrigir a configuração nestes casos, basta abrir o arquivo “/etc/X11/xorg.conf” num editor de textos qualquer (como root) e alterar a linha:

Driver “vesa”

por:

Driver “nv”

De qualquer forma, o driver “nv” não oferece aceleração 3D, de forma que ainda precisamos instalar o driver da nVidia para aproveitar todos os recursos da placa. Hoje em dia, com o avanço do Cedega e a disponibilidade de cada vez mais jogos nativos, jogar no Linux é uma opção cada vez mais comum.

Você pode ler um guia detalhado de como instalar o driver da nVidia aqui: https://www.hardware.com.br/guias/video-linux/. Porém, a maioria dos passos não são mais necessários a partir da versão 8762, que incorporou um instalador melhorado, que faz as configurações no arquivo /etc/X11/xorg.conf automaticamente.

Baixe o driver no: http://www.nvidia.com/object/unix.html

A versão “Linux AMD64/EM64T” é só para quem utiliza uma distribuição compilada especificamente para processadores de 64 bits. Na maioria dos casos, você utiliza a versão “Linux IA32“, mesmo ao usar um Athlon 64.

Para instalar o driver, o primeiro passo é fechar o ambiente gráfico, usando um dos comandos abaixo:

# /etc/init.d/kdm stop (maioria das distribuições)
# /etc/init.d/gdm stop (Ubuntu)
# service dm stop (Mandriva)
# init 3

Logue-se como root no console, acesse a pasta onde salvou o arquivo (cd pasta) e execute-o, como em:

# ./NVIDIA-Linux-x86-1.0-8762-pkg1.run

Responda “Yes” quando ele perguntar sobre a configuração do X, para que a configuração seja feita automaticamente:

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Para reabrir o X e testar, use os comandos “/etc/init.d/kdm start” ou “/etc/init.d/gdm start“, ou simplesmente reinicie o micro.

Você pode testar o 3D rodando o chromium (um game 3D simples, que está disponível nos repositórios da maioria das distribuições), ou qualquer outro game 3D que tenha em mãos. Aqui estou jogando o Neverball:

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O som funciona através do módulo “snd_intel8x0“, que dá suporte a uma grande quantidade de chipsets diferentes. Não tive problema com a detecção em nenhuma das distribuições testadas, mas, na pior das hipóteses seria só questão de configurar o som usando o alsaconf.

Tanto as portas USB quanto as portas SATA também funcionaram sem problemas. Até onde sei, o suporte ao controlador Serial ATA do chipset nForce 4 é suportado no Linux desde 2004, com a inclusão deste patch no Kernel 2.6.7: http://lwn.net/Articles/89967/. Ou seja, salvo problemas esporádicos ou bugs no BIOS da placa mãe (como o problema com a placa de rede), você pode instalar qualquer distribuição Linux recente num HD serial ATA sem maiores problemas. No caso do Slackware, é necessário escolher o Kernel com suporte a SATA durante a instalação.

A principal observação é os drivers para HDs SATA no Linux são implementados através do libata, que faz parte do subsistema de drivers SCSI. Isso faz com que, do ponto de vista do sistema operacional, os HDs SATA sejam vistos como se fossem HDs SCSI e recebam devices como “/dev/sda” e “/dev/sdb”, assim como no caso dos pendrives. Se por acaso você tiver um gravador de DVDs SATA, ele será visto como “/dev/sr0”.

Finalmente, temos o suporte ao Cool n Quiet, o sistema de gerenciamento de energia encontrado nos processadores AMD de 64 bits, que reduz a freqüência do processador enquanto ele está ocioso, reduzindo brutalmente o consumo de energia e a temperatura de operação do processador.

No meu caso, estou utilizando Athlon 64 3000+ (2.0 GHz, soquete 754), com core Venice, que possui um TDP de 51 Watts. Com o Cool and Quiet ativado, o clock do processador é reduzido para 1.0 GHz, acompanhado por uma redução substancial na tensão elétrica. Isso faz com que o consumo do processador seja reduzido para pouco menos de 10 watts nos momentos de ociosidade (que num PC típico, representam de 95 a 99% do tempo…).

Além de deixar o processador muito mais “frio” e prolongar a vida útil do equipamento, isso representa também uma boa economia na conta de luz. Se o PC fosse usado 12 horas por dia, teríamos uma economia de aproximadamente 15 kW por mês. Em dois anos, isso representa uma economia de R$ 180 na conta de luz, suficiente para pagar parte do próximo upgrade :).

Como a freqüência do processador muda muito rapidamente, de acordo com a demanda (segundo a AMD, até 30 vezes por segundo), você mal percebe a redução de clock. Demora exatamente o mesmo tempo para ripar um DVD, compilar o Kernel, ou qualquer outra tarefa pesada e demorada com o Cool n Quiet ativado ou desativado, pois logo que o processador percebe o aumento no load, passa a operar na freqüência máxima automaticamente.

O Cool and quiet é suportado no Linux através de um módulo de Kernel, combinado com um pequeno daemon, o “powernow“, que se encarrega de ajustar a freqüência do processador dinamicamente. A maioria das distribuições atuais o incluem, se não pré-instalado, pelo menos como um pacote instalável através do gerenciador.

No Kurumin 6.0 você ativa o powernow usando a opção “kurumin powernow” no boot. No 6.1 ele é ativado automaticamente.

Em outras distribuições, comece carregando o módulo “powernow-k8“, que dá suporte aos processadores Athlon 64 e Sempron 64:

# modprobe powernow-k8

Agora instale o pacote “powernowd” e inicialize o serviço. Nas distribuições derivadas do Debian e no Ubuntu os comandos seriam:

# apt-get install powernowd
# /etc/init.d/powernowd start

Para que a configuração torne-se definitiva, adicione os dois comandos no final do arquivo “/etc/init.d/bootmisc.sh” (ou “/etc/rc.d/rc.local”, se estiver usando o Fedora ou Mandriva), para que eles sejam executados durante o boot.

Você pode verificar a velocidade atual do processador a qualquer momento vendo o conteúdo do arquivo /proc/cpuinfo:

$ cat /proc/cpuinfo

O Cool and Quiet é suportado pelos processadores Athlon 64 e também pelos Semprons soquete 754, a partir do 3000+. A exceção é uma série de Semprons 2800+ mobile que também já incluem suporte.

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