ANÁLISE: teclado mecânico HyperX Alloy FPS RGB

Em 2016 a HyperX entrou para o mercado dos teclados gaming, com o lançamento do mecânico Alloy FPS – tem análise dele aqui no Hardware.com.br. Esse modelo ostenta uma estrutura em metal, iluminação por LEDs na cor vermelha e switches Cherry MX Blue, Red ou Brown.

Em 2017 foi a vez do Alloy FPS Pro e em 2018 o AlloyFPS RGB, que mantém algumas características em relação ao de 2016, mas que também traz novidades significativas: o uso de switches Kailh Silver Speed e a iluminação RGB, artificio que virou sensação entre boa parte do público gamer. Chegou a hora de conferir do que é capaz este novo modelo da HyperX. Confira abaixo nossas impressões com o Alloy FPS RGB.

Design e construção

O design do Alloy FPS RGB é exatamente o mesmo do Alloy FPS, a única adição é a iluminação RGB. No mais, o teclado mantém a excelente – mas pesada (1,1 Kg), estrutura em metal e porta USB para o carregamento da bateria de um celular, por exemplo. Além do RGB, a iluminação do Alloy FPS RGB é bem mais intensa e marcante que o Alloy FPS. Para os fanáticos por LEDs este modelo é um prato cheio.

Mesmo com a adição do RGB, que por si só é um item espalhafatoso, dá pra considerar o HyperX Alloy FPS RGB um teclado discreto, sua estrutura é uma peça retangular sem linhas estilizadas e composições. O objetivo da HyperX com essa série é oferecer um modelo compacto, para ambientes com restrição de espaço. O objetivo é cumprido!

O cabo do teclado mede 1,8m e é destacável, um ponto positivo para a portabilidade, já que cabo e teclado podem ser transportados de forma independente. A porta de conexão no teclado, uma mini-USB, está posicionado ao lado da porta USB 2.0 voltada para o carregamento da bateria do smartphone. Assim como em outros teclado da HyperX, o cabo é revestido com uma malha. Infelizmente o teclado não é vendido no padrão brasileiro ABNT2. Na base do teclado há pés emborrachados e controle de altura nas laterais.

Enquanto no Alloy FPS o kit inclui uma bolsa para transporte, 8 teclas extras e uma ferramenta para a remoção de teclas, a versão Alloy FPS RGB é completamente simplista. Nada disso está incluso. Há apenas o teclado e uns folhetos. Decepção!

Desempenho

Durante minha análise do Alloy FPS destaquei que seria interessante se, além da proposta de configurações diretamente no periférico, a HyperX apostasse em um software, um painel que poderia garantir muito mais controle e facilidade na configuração dos efeitos de iluminação. E, felizmente, isto aconteceu. O Alloy FPS RGB já está enquadrado na leva de periféricos da HyperX compatível com o software HyperX NGenuity.

Embora um pouco truncado em alguns pontos, o HyperX NGenuity é um bom complemento para a experiência com o teclado. No primeiro contato ao inicializar o software com o teclado espetado foi sugerida uma atualização de firmware, e assim o fizemos.

Com o software o usuário consegue determinar a iluminação do teclado, criar macros e configurar o modo game -recurso que desabilita certas teclas que possam interferir na experiência in game, e, é claro, determinar como funcionará a iluminação do teclado.

Além do 7 padrões de efeitos de iluminação pré-definidos – dentre eles os clássicos respiração e onda, o RGB também pode ser configurado por zonas, que podem ser ajustados de acordo com tipos de games (FPS, MOBA, MMO e RTS). Há também o estilo livre, em que o usuário determina a iluminação de forma individual, em cada tecla.

O teclado também oferece uma memória interna que permite que sejam salvos 3 perfis de iluminação e macro. Isto permite que você jogue com suas configurações mesmo em uma situação que o software de configuração da HyperX não esteja disponível.

Agora vamos para os switches. Este é o primeiro teclado mecânico da HyperX que não apostou na Cherry MX. O Alloy FPS RGB adota a solução da chinesa Kailh. A HyperX optou pelo Kailh Speed Silver, equivalente ao MX Speed da Cherry.

Para o meu perfil de uso, muito mais voltado para digitação incessante, curto switches com feedback tátil e sonoro. No caso do Alloy FPS RGB essas características não são encontradas, estamos diante de um swittch linear.

O switch adotado neste modelo direciona o teclado para jogos competitivos, como Moba, que exigem mais velocidade no registro de comandos contínuos. O Kailh Speed Silver se enquadra nesse perfil, seu ponto de atuação é de apenas 1,1m, enquanto a força de acionamento é de apenas 40g, menor que as opções mais comumente encontradas com a trinca de Cherry MX mais famosas – Blue, Brown e Red.

Da mesma forma como um teclado mecânico com feedback sonoro exige um certo costume (e alguns nunca se acostumam, simplesmente detestam o efeito sonoro), também é preciso se adaptar a essa velocidade de atuação do Kailh Speed Silver, que pode ser incômodo em alguns momentos, como na digitação

O Alloy FPS RGB também é 100% anti-ghosting e a funcionalidade N-Key Rollover, responsável por reconhecer o uso simultâneo de múltiplas teclas, também está garantida.

A resistência – a vida útil em milhões de cliques – também é superior no Kailh Speed Silver: até 70 milhões de cliques. Nos Cherry MX Brown, Blue e Red a resistência é de até 50 milhões de cliques. Além de soluções de terceiros, seguindo os passos da Razer, a HyperX também colocará no mercado teclado com seus próprios switches. O primeiro será o Alloy Origins. Está previso para chegar ao mercado no terceiro trimestre.

Especificações

• Marca: HyperX
• Modelo: HX-KB1SS2-US
• Cor: Preto com luz RGB
• Switch: Kailh Speed Silver
• Tipo: mecânico
• Backlight: RGB (16,777,216 colors)
• Efeitos de luz: iluminação RGB por tecla e 5 níveis de brilho
• Memória integrada: 3 perfis
• Tipo de conexão: USB 2.0 (2 conectores USB)
•  Passagem USB: sim (apenas carregamento do telefone celular)
• Polling rate: 1.000 Hz
• Anti-ghosting: 100% anti-ghosting
• Função da tecla: modo N-key
• Extras: controle de mídia, modo de jogo
•  Compatibilidade OS: Windows10, 8.1, 8, 7

Pontos positivos

• Construção
• Boa iluminação RGB
• Boa resposta
• Compatibilidade com o software de configuração de suas funções

Pontos negativos

• Nada de teclas extras e nem uma ferramenta para a remoção das keycaps
• Não está disponível no padrão ABNT

Veredito

A abundância de teclados mecânicos com switches Cherry MX no mercado brasileiro é tão significativa que modelos com Kailh podem ser considerados pingos d’água em um oceano. Ao lado do HyperX Alloy FPS RB, o Cosair Rapidfire K70 é outra opção interessante de teclado mecânico com switches Kailh disponível no Brasil.

Com o Alloy FPS RGB a HyperX manteve a boa estrutura, já conhecida do Alloy FPS, e adicionou a iluminação RGB, atributo que vem ganhando cada vez mais espaço no mundo do hardware gaming. A compatibilidade com o software HyperX NGenuity também vale a menção, o programa roda bem e garante ao usuário uma maneira mais completa de configuração, quando comparado com o modo direto nas teclas.

Uma decepção é a forma como a HyperX entrega o produto, em termos de material na caixa. Não há sequer uma ferramenta de remoção de teclas, sendo que versão anterior, o Alloy FPS, até uma bolsa de trasporte foi incluída.

No mais, a performance é satisfatória, uma excelente velocidade no registro de teclas, sensibilidade válida para games mas não tão útil quando se está digitando, mas nada que um processo de adaptação não amenize. Atualmente o HyperX Alloy FPS RGB pode ser encontrado por cerca de R$ 600.