As “Double Precision Streaming SIMD Extensions” do Pentium 4 são 144 novas instruções de ponto flutuante de dupla precisão. Elas tem basicamente a mesma função das instruções SSE do Pentium III e do 3D-Now! Do Athlon: melhorar o desempenho do processador em aplicativos de ponto flutuante. A diferença é que as instruções do Pentium 4 são muito mais poderosas que os conjuntos anteriores, o que pode literalmente salvar a pátria do Pentium 4 caso realmente um grande número de aplicativos sejam bem otimizados para as novas instruções. A grande dúvida é que assim como nos conjuntos anteriores, é necessário que os aplicativos sejam reescritos a fim de utilizar as novas instruções. E isso, claro, pode demorar um bom tempo, dependendo de como for a vendagem do processador.
A AMD anunciou que sua próxima geração de processadores, o ClawHammer e Sledgehammer também suportarão o SSE2, mas eles devem estar no mercado apenas no final de 2001. Por enquanto o Pentium 4 ainda tem exclusividade. Vale lembrar que o Pentium 4 mantém compatibilidade com as instruções SSE do Pentium III, aproveitando a base de aplicativos otimizados que já existe.
Apesar de trazer como desvantagem o fato de usar as caras memórias Rambus, o Pentium 4 está indiscutivelmente bem posicionado do ponto de vista do desempenho de acesso à memória. Acessando simultaneamente dois módulos RIMM temos um barramento de dados de 3.2 GB/s usado módulos PC-800, o que corresponde a três vezes o acesso permitido por módulos de memórias PC-133 comuns. Mesmo o Athlon usando memórias DDR fica para trás neste quesito
Por um lado isto ajuda bastante o processador em aplicativos dependentes da velocidade de acesso à memória, como programas de edição e compressão de vídeo e alguns jogos. Por outro causa no mínimo um certo desconforto no bolso, já que além de usar memória Rambus é preciso usar os módulos em pares. Se quiser 128 MB de memória, terá que usar obrigatoriamente dois módulos de 64 MB da mesma marca e velocidade. Não existe a possibilidade de usar módulos RIMM de velocidades diferentes ou números ímpares.
O Pentium 4 utiliza como encaixe o soquete 423, semelhante ao soquete 370 utilizado pelo Pentium III e Celeron, mas naturalmente com mais contatos. A novidade fica por conta da instalação do Cooler.
No Pentium 4, além de ser preso ao soquete através de presilhas, o cooler utiliza dois encaixes parafusados diretamente à chapa do gabinete, através de 4 orifícios na placa mãe:
O problema aqui é que os gabinetes atualmente no mercado não possuem os 4 furos necessários para instalar os suportes. A solução para usar um gabinete antigo aqui é marcar a posição da placa mãe na chapa do gabinete e em seguida fazer você mesmo os furos usando uma furadeira.
Estes suportes tornam-se necessários devido à monstruosidade que são os coolers para Pentium 4, o cooler original da Intel, que acompanha os processadores Boxed por exemplo pesa quase meio quilo!. Definitivamente vai ser o fim dos coolers de 10 reais made in Paraguai 🙂
Uma novidade bem vinda é que o Pentium 4 trás de volta a chapinha metálica sobre o processador, o que acaba com os problemas de rachaduras no processador ao ser instalado o cooler, como vem acontecendo com alguns processadores Pentium III, Celeron, Duron e Athlon, soquetados, onde temos a parte traseira do processador (que é bem frágil) diretamente exposta.
caso o cooler seja instalado com muita força
Juntamente com o Pentium 4, A Intel lançou também um novo padrão de fontes de alimentação, o ATX 2.03. O problema neste caso é que o Pentium 4 consome uma quantidade muito grande de eletricidade. O padrão consiste em fontes que comprovadamente podem suportar esta demanda, e como garantia futura, as novas fontes trazem um novo conector de 12 volts. Este conector seria ligado diretamente a placa mãe visando aumentar o fornecimento elétrico para o processador. Este conector pode vir a ser necessário nas futuras gerações do Pentium 4.
Por enquanto você pode continuar utilizando fontes ATX normais no Pentium 4, apenas certifique-se de adquirir uma fonte de pelo menos 300 Watts e de boa qualidade, caso contrário pode ser que o micro montado não ligue ou fique travando devido à deficiência no fornecimento elétrico da fonte.
As primeiras placas para o Pentium 4 incluem a Intel D850GB da própria Intel, assim como as placas P4T da Asus e a GA-8-TX da Gigabyte. Todos estes modelos são baseados no chipset i850 da Intel, o único disponível antes do lançamento do Pentium 4.
Como já citei, o maior defeito deste chipset, e consequentemente das placas mães com ele é o suporte exclusivo a memórias Rambus, que custam bem mais caro e, pior, precisam ser usadas em pares no Pentium 4 devido ao acesso a 32 bits. Nos próximos meses devemos ver chipsets tanto da Via quanto da Intel que suportem tanto memórias DDR quanto memórias SDRAM normais, o que ajudará a baratear bastante os micros baseados no Pentium 4.
Como disse no início deste artigo, a maioria das inovações trazidas pelo Pentium 4 visam diminuir a queda de performance causada pelo uso do Pipeline de 20 estágios. Este é o grande problema do Pentium 4: apesar de estar disponível em versões de clocks altíssimos, o processador perde tanto para o Pentium 3 quanto para o Athlon em uma base clock por clock em praticamente todos os aplicativos. É preciso um Pentium 4 de 1.4 GHz para conseguir superar o Pentium 3 de apenas 1 GHz por uma margem considerável, e mesmo assim, em alguns poucos aplicativos o Pentium 4, mesmo operando a uma freqüência 40% superior chega a ficar muito próximo do seu antecessor. Comparado com o Athlon de 1.2 GHz, que seria seu concorrente direto, novos vexames: mesmo operando a uma freqüência 200 Mhz superior, o Pentium 4 de 1.4 GHz, perde na maioria dos aplicativos. Na verdade, os únicos aplicativos atuais em que o Pentium 4 mostrou um desempenho convincente foi no Quake 3 (apenas no Quake 3, não em outros jogos) e na compressão de vídeo.
No futuro este cenário continuará se repetindo, pois devido à sua arquitetura, o Pentium só conseguirá superar os Athlons e Pentiums 3 numa base clock por clock em aplicativos extremamente otimizados para o SSE2, ou em aplicativos que sejam muito dependentes da velocidade de acesso à memória, como os aplicativos de compressão de vídeo e jogos que manipulem uma quantidade muito grande de texturas, com o Quake 3, já que graças ao uso de dois canais de memória Rambus, o Pentium 4 é o campeão neste quesito.
Como disse, a arquitetura do Pentium foi claramente desenvolvida para operar a altas freqüências, e não necessariamente para competir com processadores do mesmo clock. Isto significa que o Pentium 4 sempre operará a freqüências superiores às dos concorrentes, mas não necessariamente os superará em desempenho. O pior é que a estratégia pode dar certo já que ainda hoje muita gente acredita que “quanto mais Megahertz, mais rápido”.
O Athlon atualmente opera a 1.2 GHz e estão agendados os lançamentos do Athlons de até 1,5 GHz e do Palomino. O Palomino é essencialmente um Athlon com modificações que visam alcançar freqüências bem mais elevadas. As primeiras versões do Palomino operarão a 1.2 e 1.33 GHz, e serão lançadas entre fevereiro e março de 2001. Em maio/junho deverá ser lançada a versão de 1.5 GHz, seguida pela versão de 1.7 GHz.
Seguinte este cronograma, teremos no final de 2001 uma competição direta entre o Pentium 4 de 2 GHz e o Athlon Palomino de 1.7 GHz, isto às vésperas do lançamento do Intel Itanium e do AMD ClawHammer. Provavelmente em Novembro de 2001 estarei justamente aqui escrevendo outra análise sobre o desempenho destes novos processadores. 🙂
Como o Pentium 4 acabou se ser lançado, não tive a oportunidade de realizar testes detalhados de desempenho do novo processador, mas você pode checar os benchmarks feitos por outros sites especializados. Todos mostram o desempenho do Pentium 4 em várias aplicações diferentes, incluindo jogos, e foram feitas por sites que considero confiáveis.
Deixe seu comentário