Processador, HD, Bateria e Vídeo

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Processador

Antigamente, os processadores AMD não eram exatamente uma boa opção para portáteis, pois a AMD não possuía um sistema eficiente de gerenciamento de energia. Antes do Turion e do Athlon 64, os processadores “Mobile” da AMD eram basicamente versões de baixo consumo dos chips para desktops, fazendo com que o aquecimento e consumo elétrico ficassem longe do ideal. A Intel também andou derrapando, com os horríveis Pentium 4 Mobile e os modelos correspondentes do Celeron Mobile, mas atualmente também conta com processadores mais eficientes, na forma dos Pentium M e Core Duo.

O Turion 64 é um processador muito superior ao Mobile Celeron da Intel, pois além de ser substancialmente mais rápido, é um processador de 64 bits e suporta o PowerNow!, oferecendo um sistema consistente de gerenciamento de energia. Embora ele enfrente dificuldades se comparado aos Core Duo, ele é sem dúvida o melhor processador entre as opções de baixo custo.

O 5043WLMI usa um Turion ML-32, que é baseado no core Lancaster (soquete 754). Ele é fabricado numa técnica de 0.09 micron, assim como todos os processadores AMD da safra atual. Como de praxe, os 128 KB de cache L1 são divididos em dois blocos de 64 KB, um para dados e outro para instruções, ao contrário dos processadores Intel, que utilizam um cache unificado. Devido a desta divisão, é comum ouvir dizer que o Turion possui 64 KB de cache L1, neste caso fazendo referência apenas ao cache de dados. Ao contrário dos Turions mais recentes, baseados nos cores Richmond, Taylor e Trinidad, o Turion Lancaster não possui suporte ao AMD-V, a tecnologia de virtualização desenvolvida pela AMD.

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A freqüência nominal do processador é 1.8 GHz, mas ele possui dois modos de baixo consumo, onde opera a 1.6 GHz ou 800 MHz, com reduções substanciais na tensão usada e consumo. O gerenciamento de energia é bem suportado também no Linux, através do powernowd, como veremos a seguir.

A 1.8 GHz, o Turion ML tem um TDP de 35 watts, contra 21 watts de um Celeron M de 1.4 GHz. Entretanto, o Turion consome substancialmente menos nas freqüências mais baixas (a 800 MHz o consumo para para menos de 10 watts), enquanto o Celeron trabalha sempre na freqüência máxima.

Embora a capacidade nominal da bateria continue a mesma, graças ao uso do Turion o 5043WLMI possui uma autonomia bem maior que os Acer mais antigos (baseados no Sempron) ultrapassando a faixa das duas horas, dependendo do perfil de uso.

HD

O HD é um Seagate ST980829A, um modelo de 4200 RPM, com 80 GB, 8 MB de cache e tempo de acesso de 12.5 ms. Ele está acima da média em relação à maioria dos notebooks de baixo custo, onde os HDs de 40 e 60 GB ainda são norma. O desempenho também é bom para um drive de notebook, com 57 MB/s teóricos e 32 MB/s reais (segundo o teste do hdparm) de taxa de transferência em operações de leitura. Note que este ainda é um drive IDE, que usa uma interface ATA 100. O ATI RS482 é um chipset relativamente antigo, que ainda não possui suporte a SATA nem PCI Express.

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Bateria

A bateria é uma Li-ion de 6 células, com tensão nominal de 11.1V (células de 3.4V ligadas em duas séries de 3) e 4000 mAh. Isso resulta numa carga de 44 watts hora. Calcule que a bateria é suficiente para duas horas de autonomia com um consumo médio de 22 watts. 🙂

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Aqui vão três simulações de perfis de consumo, medidos no Linux.

No primeiro screenshot, estava lendo um texto longo, com o brilho da tela reduzido, ao mesmo tempo em que fazia um download usando a rede wireless, simulando um perfil com aplicativos leves. No meu teste, o consumo oscilou entre 1481 e 1500 mA (que correspondem a 16.5 watts, já que a bateria utiliza tensão de 11.1v). Neste perfil de uso temos uma autonomia de 2:42 horas.

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No segundo perfil, estou assistindo um DVD, com o brilho da tela no máximo e o wireless desativado. Neste caso o consumo sobe para 2312 mA, o que resulta numa autonomia de 1:44 horas.

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Finalmente, temos aqui uma simulação de uso intenso, onde estou rodando o teste do super PI, mantendo o processador 100% ocupado, com brilho da tela no máximo, wireless ativo e copiando arquivos a partir do CD-ROM. Neste perfil o consumo total atinge 4330 mA, fazendo com que a autonomia caia para menos de uma hora. Naturalmente, este teste é exagerado: em situações reais, você dificilmente manteria este perfil por mais do que alguns minutos. Apesar disso, o 5043WLMI aguentou firme, esquentando bastante, mas sem travar ou congelar até que a bateria se esgotasse.

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É importante notar que com o passar do tempo, temos um acúmulo de poeira no exaustor do cooler, o que reduz sua eficiência e faz com que o processador possa travar em momentos de atividade intensa. É importante realizar uma manutenção preventiva a cada 6 meses, desmontando e limpando o cooler.

Vídeo

O vídeo onboard é o ATI Radeon Xpress 200M, uma versão do ATI X300, otimizada para uso em notebooks. Este chipset é compatível com o DirectX 9, ele opera a 300 MHz e possui 2 pixel pipelines, resultando num fill rate de 600 megapixels. Os 200 MHz são a freqüência da memória do sistema, usada diretamente pelo chipset de vídeo.

Neste notebook não existem opções no setup para brincar com a freqüência da memória ou fazer overclock. Basicamente, você não faz nada através do setup além de definir a ordem de boot e ajustar a quantidade de memória reservada ao vídeo ;).

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O Xpress 200 permite o uso de 128 MB de memória de vídeo dedicada, soldada diretamente à placa mãe (tecnologia chamada de hyper memory). Com o uso da memória dedicada, o desempenho é muito similar ao de uma X300 offboard, mas este não é o caso do Acer 5043WLMI, onde é usada memória compartilhada. Note que reservando 128 MB para o vídeo, você fica com apenas 384 MB livres, o que é pouco para a maioria dos games atuais. É recomendável que você instale pelo menos mais 256 MB.

Do ponto de vista do desempenho, o Xpress 200M é uma boa opção, pois, mesmo com o uso de memória compartilhada, consegue ser mais de duas vezes mais rápido que o Intel GMA900, o chipset de vídeo onboard usado nos notebooks Intel Centrino. Isto torna o Acer 5043 uma boa opção de notebook para quem quer jogar ocasionalmente. Reservando 128 MB para o vídeo (usando 768 MB de memória total), obtive 15 FPS no Doom3, a 1024×768 (com qualidade média) e 11 FPS no HALO (também a 1024×768). Ou seja, embora o 200M tenha potência suficiente para rodar estes games, você só obtém um FPS razoável usando resoluções mais baixas e desativando efeitos visuais. Reduzir a qualidade das texturas é especialmente efetivo, pois, como todos os chipsets que usam memória compartilhada, o X200M é severamente limitado pelo desempenho da memória.

Com relação a games mais antigos, rodei Rome Total War Barbarian Invasion com um bom desempenho a 1280×800 (usando 768 MB de memória), precisei apenas reduzir a qualidade das texturas e desativar os efeitos de luz e fumaça. Usando apenas os 512 MB de fábrica, o sistema passa a usar muita memória swap e o desempenho fica bem ruim. Embora o 200M suporte antialiasing de até 6X e anisotropic filtering de até 16X, falta potência para usá-los na grande maioria dos games.

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Para quem só vai usar o notebook no Windows, a qualidade e estabilidade dos drivers é satisfatória, não existe muito a dizer. Entretanto, o suporte no Linux está longe de ser completo. Mesmo instalando os drivers proprietários da ATI, você não consegue usar o AIGLX (desktop 3D), por exemplo, devido a deficiências do driver. Outra questão é que a ATI tente a abandonar o suporte aos chipsets antigos muito rapidamente, ao contrário da nVidia, que ainda oferece drivers até mesmo para as antigas Riva TnT.

As versões atuais do driver Linux da ATI já não oferecem suporte às Radeon 9250, placas que podiam ser encontradas à venda a apenas dois anos atrás! O Xpress 200M, junto com as Radeon X300 são atualmente os chipsets mais simples produzidos pela ATI; não me admiraria se daqui a um ano resolverem encerrar o suporte a eles.

Através do setup, você pode reservar de 16 a 256 MB de memória para a placa de vídeo. Você tem problemas no Linux ao usar 16 MB (o ambiente gráfico simplesmente não abre), de forma que é recomendável reservar pelo menos 32 MB, mesmo que você não pretenda rodar nenhum game 3D. É possível também alterar o valor através do Catalyst (por enquanto apenas no Windows), de forma que você pode deixar reservados apenas 32 MB, para manter mais memória disponível enquanto estiver trabalhando e aumentar o valor quando for jogar.

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Uma observação importante é que existem variações deste mesmo modelo, o mesmo Aspire 5043WLMI com vídeo SiS Mirage II (uma solução pobre, que sequer possui suporte 3D no Linux) e também com o Mobility Radeon X1300, um chipset de vídeo mais parrudo, que vem com 128 MB de memória dedicada (este terceiro modelo é mais caro e bastante raro aqui no Brasil). É importante prestar atenção nas especificações, pois não existem diferenças externas entre os três modelos. Confirme a configuração usando um CD do Kurumin, ou através do gerenciador de dispositivos do Windows.

O mesmo problema da variação dos chipsets de vídeo se aplica a diversos outros modelos da Acer. O 5023WLMI, por exemplo, pode vir com um ATI Mobility X600, X700 com 128 MB ou X700 com 256 MB, embora o processador (Turion 1.8) e outros componentes continuem os mesmos

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