Manutenção de notebooks, parte 3: Manutenção de telas de LCD

Manutenção de notebooks, parte 3: Manutenção de telas de LCD

Depois dos problemas diversos gerados por acúmulo de sujeira e (possivelmente) os HDs, as telas de LCD são os componentes que mais dão problemas nos notebooks.

É possível comprar telas de reposição diretamente com os fabricantes, mas o preço é quase sempre proibitivo. Nos sites de leilão, é possível encontrar algumas telas usadas, geralmente retiradas de notebooks com defeitos diversos e vendidas separadamente. As telas usadas são uma opção mais palatável em termos de custo, mas é difícil encontrar o modelo exato, e você nunca sabe qual é a real condição do equipamento antes de tê-lo em mãos.

Trocar uma tela é um procedimento relativamente simples. Você precisa fazer apenas uma desmontagem parcial do notebook, removendo uma e instalando a outra. Mas, trocar a tela inteira é quase sempre um desperdício, com exceção, claro, de situações onde o notebook cai e o LCD realmente se quebra.

Em primeiro lugar, o LCD em sí é uma espécie de chip. A técnica de fabricação de um processador e de uma tela de LCD são similares, a principal diferença é que o processador é feito sobre o waffer de silício, enquanto uma tela de LCD é feita sobre silício amorfo, ou seja, uma placa de vidro. Numa tela de matiz ativa, temos um transístor para cada ponto da tela (cada pixel é formado por três pontos) e um pequeno sulco, onde é depositado o cristal líquido.

Os cristais líquidos são substâncias que tem sua estrutura molecular alterada quando recebem corrente elétrica. Em seu estado normal, estas substâncias são transparentes, mas ao receberem uma carga elétrica tornam-se opacas, impedindo a passagem da luz. A função de cada transístor é controlar o estado do ponto correspondente, aplicando a tensão correta para cada tonalidade:

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Os LCDs mais simples, como os usados em relógios e palmtops com tela monocromática, utilizam uma camada refletora, instalada na parte traseira, que simplesmente reflete a luz ambiente. Existem casos de LCDs coloridos que utilizam o mesmo princípio (como o usado no Game Boy Advance), mas os LCDs usados nos notebooks sempre utilizam iluminação traseira.

Temos aqui uma tela de LCD de notebook desmontada. Veja que ela é apenas parcialmente transparente. É graças à iluminação que você pode ver a imagem claramente:

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Existem duas tecnologias de iluminação de telas LCD. A mais comum é o uso de lâmpadas de catodo frio, um tipo de lâmpada florescente, ultra compacta e de baixo consumo. Alguns poucos notebooks ultra portáteis, como o Sony Vaio TX2 utilizam LEDs para a iluminação da tela, uma tecnologia que permite produzir telas mais finas, econômicas e duráveis, porém absurdamente mais caras ;). Por enquanto, 99% dos LCDs utilizam as boas e velhas lâmpadas de catodo frio.

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Assim como as lâmpadas florescentes domésticas, as lâmpadas de catodo frio trabalham com uma tensão altíssima (geralmente 1300 volts) necessária para transformar os gases dentro da lâmpada no plasma que gera a luz.

Nas lâmpadas florescentes é usado um reator para gerar a tensão necessária, enquanto num notebook é usado o FL inverter, um tipo de reator ultra compacto, que transforma os 5 volts fornecidos pela placa mãe nos 1300 volts ou mais usados pelas lâmpadas de catodo frio.

Para economizar energia e também para cortar custos, são geralmente usadas apenas duas lâmpadas, nas duas extremidades da tela. Entre as duas, temos uma tela difusora, que se encarrega de espalhar a luz uniformemente por toda a tela.

A tela de LCD em si é extremamente durável, normalmente precisando de troca apenas quando é trincada ou quebrada. As lâmpadas de catodo frio possuem uma vida útil estimada em entre 10 mil horas (nos notebooks mais antigos) e 30 mil horas (nos notebooks atuais) de uso contínuo. Temos ainda o FL inverter, cuja vida útil é quase sempre menor que a da lâmpada e a placa de circuito contendo o controlador da tela.

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