Telas grandes e chips quad-core

Continuando, o Galaxy Nexus marcou a terceira geração dentro da linha de aparelhos do Google. Assim como nos modelos anteriores, ele é conservador em relação ao hardware, com um SoC dual-core de 1.2 GHz e 1 GB de RAM. Apesar disso, ele introduziu uma série de mudanças que ditaram novos rumos para a plataforma.

A principal delas é a adoção de uma tela AMOLED de 4.65″ com resolução de 1280×720 (720p, com proporção 16:9), que ocupa toda a parte frontal do aparelho, eliminando o espaço dos botões capacitivos, que passaram a ser exibidos em uma barra na base da tela. Este layout permite tornar os aparelhos um pouco mais compactos, mas em troca sacrifica parte do espaço útil da tela, além de aumentar a possibilidade de os botões pararem de funcionar devido a panes e bugs do sistema, forçando um reset. Embora seja a visão do Google para o futuro do sistema, o uso dos botões virtuais por parte dos fabricantes é opcional:

Embora inclua uma câmera de apenas 5 MP, o Galaxy Nexus é capaz de gravar vídeos a 1080p. Na verdade, o suporte à gravação de vídeos full-HD depende mais do poder de processamento do SoC usado do que da câmera, já que os 1920×1080 equivalem a apenas 2 MP, que são supridos com facilidade por qualquer câmera atual. A parte complicada fica por conta do SoC, que precisa processar e codificar os dados brutos capturados com a câmera, gerando um arquivo comprimido a uma razão de 24 a 30 quadros por segundo. Apenas recentemente os SoCs passaram a incluir o poder de fogo necessário, mas esta acabou sendo mais uma mudança abrupta, que passou a ser oferecida por quase todos os aparelhos high-end lançados a partir daí.

O Galaxy Nexus introduziu também suporte ao NFC, uma solução para transmissão de dados a curtas distâncias que permite que o telefone seja usado para realizar pequenos pagamentos em equipamentos compatíveis. O Google têm interesse em entrar no mercado de pagamentos, por isso está investindo pesado no NFC, mas a adoção ou não do padrão depende de uma série de ouros fatores, incluindo o interesse do público e das instituições financeiras.

Concluindo, temos o Galaxy S III, o primeiro smartphone a vir com um SoC quad-core, que tende a se tornar norma nos aparelhos high-end lançados a partir dele. Ele também incorpora várias das tendências dos aparelhos com o Android em geral, como a transição da tela de 800×600 para a de 1280×720, telas com bezel mais fino para aumentar o tamanho da tela sem aumentar muito as dimensões do aparelho. Apesar de rodar o Android 4.0, assim como o Galaxy Nexus, ele mantém o uso do botão home via hardware e dos botões menu e voltar capacitivos, assim como nas gerações anteriores:

O Galaxy S III é baseado no Exynos 4412 Quad, que além dos 4 núcleos ARM Cortex A9, inclui uma versão mais rápida da GPU Mali400 MP4, do Galaxy II, com um clock mais alto e um barramento mais largo com a memória. Assim como os processadores, as GPUs móveis têm passado por uma evolução notável nos últimos anos, não apenas oferecendo um melhor desempenho 3D, mas também acumulando mais funções de decodificação de vídeo e outros formatos de mídia.

Infelizmente, o aumento na resolução fez com que a Samsung voltasse a adotar um layout pentile na tela AMOLED do Galaxy S III (SAMOLED HD, sem o “plus”), trazendo de volta o mesmo problema de legibilidade que tínhamos no Galaxy S original. Para alguns, a tela pode soar como um downgrade em relação ao modelo anterior, apesar do aumento na resolução.

Em relação ao software, o Galaxy S III mantém o uso da interface TouchWiz, que inclui uma série de mudanças incluídas pela Samsung como uma forma de diferenciar seus produtos. No Galaxy S original, o TouchWiz deliberadamente imitava o look-and-feel do iPhone (o que levou a uma batalha jurídica com a Apple) enquanto nas versões subsequentes ela ganhou uma aparência mais própria. Apesar de algumas mudanças serem justificáveis, o TouchWiz é uma camada adicional rodando sobre o Android, que consome memória e recursos do sistema. Quem prefere a interface padrão do Android acaba migrando para o CyanogenMod ou outras imagens alternativas. Além da Samsung, praticamente todos os outros fabricantes aplicam personalizações sobre o Android, criando uma fragmentação artificial da plataforma, embora esta prática venha decaindo nos últimos tempos. 

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