A safra de 2011

Continuando a saga, temos o Galaxy S II (I9100), sucessor direto do I9000, que se tornou o aparelho mais popular dentro da safra de 2011. Ele é baseado no Exynos 4210, um SoC que combina dois processadores Cortex-A9 operando a 1.2 GHz com uma GPU Mali400MP, que atualmente já pode ser encontrada em diversos aparelhos, mas que na época do lançamento era a mais rápida entre os smartphones, perdendo apenas para a GPU do iPad 2, que por trabalhar em uma faixa de consumo muito mais alta, estava em outra categoria de desempenho. Ele foi também um dos aparelhos a usar 1 GB de RAM, que acabaram se tornando norma daí em diante.

Como o Android mantém todos os aplicativos recentemente abertos na memória RAM, o uso de mais memória acaba resultando em uma pequena redução no consumo elétrico, já que o sistema não precisa mais fechar e abrir aplicativos como faria normalmente, passando a simplesmente mantê-los em estado de hibernação, onde continuam carregados na memória, mas não consomem processamento. Para quem gosta de fuçar, mais memória é também uma boa notícia, já que abre as portas para rodar distribuições Linux completas nos aparelhos onde é possível destravar o bootloader, sem falar no uso de iniciativas como o Ubuntu for Android.

Além de marcar a transição para os SoCs dual-core, o Galaxy SII trouxe outra tendência que inspirou outros aparelhos, que é a combinação de telas muito grandes, acima de 4 polegadas, com um layout fino, que permite que o aparelho continue fácil de carregar, apesar das dimensões avantajadas. Graças à combinação da tela AMOLED com um corpo plástico, o I9100 possui apenas 8.5 mm de espessura e pesa apenas 130 gramas:

Aparelhos com telas tão grandes acabam sendo um pouco desconfortáveis para chamadas telefônicas, mas a tela torna o uso para navegação, redes sociais, leitura, mídia e jogos bem mais confortável, mostrando outra tendência, que é o fato de cada vez mais usuários priorizarem estas atividades em detrimento das velhas chamadas telefônicas, que estão perdendo espaço para o uso das redes sociais e mensagens de texto.

Apesar de adotar uma tela AMOLED, o Galaxy S II não sofre do problema da perde de nitidez, já que o aumento no tamanho da tela permitiu que a Samsung adotasse um layout RGB-RGB em vez do pentile (tecnologia batizada de Super AMOLED Plus pela Samsung), chegando a uma tela AMOLED que oferece apenas vantagens em relação ao LCD. Olhando a tela em um microscópio você pode notar a familiar disposição de sub-pixels vermelhos, azuis e verdes:

A maior densidade dos sub-pixels também faz com que a tela do S II seja mais luminosa que uma tela AMOLED pentile típica, o que permite usar a tela bem mais confortavelmente sob o sol. Por outro lado, a tela também consome mais energia limitando um pouco a autonomia.

Embora tenha abandonado o uso da saída de vídeo analógica através do conector de som, o I9100 oferece uma saída MHL, que combina o conector micro-USB com uma saída de vídeo digital com suporte a 1080p. O MHL é um padrão criado por um consórcio de fabricantes, que passou a ser usado em grande parte dos aparelhos lançados a partir de então.

Além da aplicação óbvia de usar o telefone para exibir vídeos HDs na TV, a saída digital abre também as portas para usar o telefone como um substituto de emergência para um desktop, combinando a TV com um teclado e mouse bluetooth. O Android 4 oferece suporte nativo ao uso do mouse e as teclas de atalho do Android (home, menu, etc.) são mapeadas para teclas do teclado físico, permitindo que você efetivamente use todas as funções da interface sem precisar tocar na tela.

O MHL utiliza a mesma sinalização do HDMI, o que torna os dois padrões diretamente compatíveis, ao mesmo tempo em que permite que o aparelho seja carregado enquanto transmite o sinal de vídeo. TVs com suporte ao MHL podem ser conectadas ao telefone diretamente, usando um cabo adaptador simples, porém ao usar uma TV sem suporte ao padrão você precisa de um cabo especial, que combina a saída HDMI com um conector micro-USB fêmea, que permite conectar um carregador externo. Inicialmente eles eram relativamente caros, mas atualmente existem várias opções de cabos alternativos com preços baixos:

O sistema completo inclui também o uso de um controle-remoto HDMI-CEC para controlar a interface do telefone enquanto ele reproduz, sem que você precise ficar com ele na mão ou levantar do sofá para pausar o filme, por exemplo. Entretanto, ainda não existe interoperabilidade entre os fabricantes, de forma que por enquanto o controle HDMI-CEC de uma TV da Samsung vai funcionar apenas com um telefone da Samsung, um da Sony funcionara apenas com um telefone da Sony e assim por diante.

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