A evolução dos smartphones – parte 2

A evolução dos smartphones – parte 2
A primeira parte da evolução dos smartphones foi centrada no desenvolvimento dos softwares, com o Symbian e o Windows Mobile dando lugar ao Android, iOS e Windows Phone. A segunda parte foi a rápida evolução do ponto de vista do hardware que tivemos a partir de 2012, representando um ritmo de evolução que superou e muito a evolução dos PCs no mesmo período, diminuindo a diferença entre as duas plataformas do ponto de vista do poder computacional. Em apenas 3 anos, fomos de aparelhos com o E71, que usava um processador ARM11 de 369 MHz e tela QVGA a aparelhos como o Galaxy S III, que usa um SoC com 4 processadores ARM Cortex A9 operando a 1.4 GHz e uma tela HD 720, de 1280×720. Vamos a um relato dessa evolução.

O HTC G1, que pode ser considerado o modelo mais icônico de 2008, era baseado em um SoC Qualcomm MSM7201A, equipado com um processador ARM11 de 528 MHz. Ele usava 128 MB de RAM, mas a maior parte da memória ficava ocupada pelo próprio sistema operacional. O SoC incluía uma GPU Adreno 130, que oferecia aceleração de vídeo para o sistema, bem como recursos 3D básicos para jogos e, assim como o iPhone, ele usava uma tela HVGA (480×320). Assim como em outros aparelhos da primeira safra, ele ainda usava botões via hardware e um trackball para a navegação dentro da interface, que acabou sendo abandonado nas gerações subsequentes, já que a maioria dos usuários preferiam usar o touchscreen.

Um exemplo de aparelho de segunda geração é o Motorola Milestone, lançado em 2009. Ele se tornou rapidamente um dos modelos mais icônicos baseados no Android, combinando uma bela tela capacitiva com Gorilla Glass de 854×480, um processador rápido (para a época), câmera de 5 MP e teclado físico, tudo isso em um aparelho com apenas 13 milímetros de espessura.

Para obter o feito, eles foram obrigados a reduzir o tamanho da placa lógica (para que ela compartilhasse o espaço com a bateria, reduzir a espessura do teclado e do mecanismo de abertura, reduzir a espessura da tela (daí o uso do Gorilla Glass, que é mais fino e resistente) e assim por diante. Para a época, ele foi um verdadeiro milagre da engenharia, como ilustra essa foto do iFixit:

Essa mesma tendência de miniaturização da placa lógica continua sendo seguida em níveis cada vez mais extremos nos modelos atuais, onde temos quase sempre uma placa lógica cuidadosamente desenhada, que ocupa os espaços vagos em torno da bateria, permitindo que ela fique diretamente sob a tela. Isso permite que os fabricantes cheguem a aparelhos com 10 mm ou menos, diferente dos 13 ou 14 mm que teríamos em um aparelho onde a placa lógica ficasse entre a tela e a bateria, como é o caso de muitos dos modelos de baixo custo da Nokia, entre outros. Veja o que temos no caso do Galaxy S II, por exemplo:

De volta ao Milestone, embora a configuração do hardware parecesse satisfatória em um primeiro momento, ela logo começou a parecer deficiente, já que outros aparelhos passaram a vir com SoCs Cortex A8 de 1.0 GHz (contra os 550 MHz do Milestone) e com mais memória RAM (o Milestone vem com apenas 256 MB, que resultam em apenas 68 MB livres para executar aplicativos, o que é uma pesada limitação nas versões atuais do Android).

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