A era Symbian

 

O primeiro sistema a fazer sucesso nesse novo mercado foi o Palm OS, mas ele foi rapidamente substituído pelo Symbian, descendente do velho EPOC que equipava os organizadores da Psion, que encontrou um terreno fértil dentro da Nokia, que era na época a força dominante nos celulares. O Symbian oferecia uma combinação de recursos que combinou muito bem com os aparelhos da época, rodando em configurações muito modestas de hardware (processadores ARM 9 de 220 MHz ou menos, com meros 32 ou 64 MB de RAM) e se adaptando bem a aparelhos com teclado numérico e telas pequenas, com resolução de apenas 320×240. Um bom exemplo é o velho Nokia E61, que é baseado em um SoC ARM 9 de 220 MHz (com um segundo processador dedicado ao processamento de sinais para o transmissor 3G), com 64 MB de RAM. Ele é um aparelho surpreendentemente flexível para a época em que foi lançado (início de 2006), com boas opções de aplicativos de comunicação, edição de documentos, etc.

O Symbian possuía boas ferramentas de desenvolvimento e um bom conjunto de APIs, o que possibilitou o surgimento de um grande acervo de aplicativos. Entretanto, eles ainda continuam sendo oferecidos através de um modelo fragmentado, com cada desenvolvedor criando seu próprio site e sistema de distribuição e diferentes sites de download tentando atuar como fontes centralizadas.

A época de ouro do Symbian foi durante o reinado de aparelhos como o N95 e do E71, que levaram o sistema às massas. Embora ainda utilizassem processadores ARM 11 de baixo clock e telas QVGA, estes modelos ofereciam um bom conjunto de funções, a ponto de ainda continuarem a ser largamente utilizados mesmo depois a entrada de aparelhos mais modernos no mercado. Aparelhos da geração do E71 são muito bons como comunicadores, combinando um teclado QWERTY completo com um design compacto, enquanto aparelhos como o N95 são fortes em relação às fotos e vídeos. Os aparelhos dessa geração oferecem um desempenho bem melhor que os da classe do E61 devido à combinação de processadores mais rápidos (a maioria é baseada em chips ARM11 na casa dos 330 MHz) e melhorias no sistema operacional.

A Microsoft tentou concorrer com o Windows Mobile, sucessor do Windows CE usado nos organizadores pessoais, mas o sistema nunca foi muito popular, mal chegando a ocupar 15% do mercado. O sistema era pesado, carecia de bons aplicativos e a interface era pouco intuitiva, parecendo mais um cruzamento do Windows 3.11 com o Palm:

O sistema conseguiu um relativo sucesso no meio empresarial, devido à boa disponibilidade de aplicativos de uso profissional, mas nunca foi muito popular entre os usuários finais. Eventualmente o sistema acabou sendo eliminado em favor do Windows Phone 7 e sucessores. 

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