HyperTransport, um candidato a sucessor do PCI

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O barramento PCI, que utilizamos hoje em dia para a conexão que quase todo tipo de periférico, com excessão claro das placas de vídeo, que já estão sendo produzidas quase que exclusivamente em versão AGP, está se tornando uma espécie de unanimidade. Ele é
lento, caro, pouco flexível e já limita o desempenho de vários periféricos.

Os slots PCI de 32 bits que equipam as placas mãe atuais permitem a transmissão de apenas 133 Megabytes por segundo, que são divididos entre todos os periféricos PCI, as interfaces IDE e até mesmo eventuais Slots ISA, portas USB, seriais, paralelas e, na
maioria dos chipsets, acumula ainda toda a comunicação entre as pontes norte e sul do chipset.

Não é à toa que os Americanos chamam o PCI de “all purposes Bus”, que poderíamos traduzir para “pau pra toda obra”. Atualmente, o PCI parece um cabo de alta tensão, que se ramifica até se transformar em milhares de gatos na favela mais próxima.

Veja por exemplo o caso das placas de rede Gigabit Ethernet (que transmitem até 125 MB/s) e das Placas Ultra 3 Wide SCSI (até 166 MB/s), estes periféricos são produzidos quase que exclusivamente em versão PCI 64, uma versão de 64 bits do PCI, que
transmite 266 MB/s, encontrada apenas em algumas placas mãe para servidores.

É de se esperar que dentro de mais um ou dois anos, periféricos rápidos, como as interfaces USB 2.0 (400 megabits por segundo), serial/ATA (até 400 Megabytes por segundo), Fireware, etc. comecem a tornar-se populares. Ou seja, não poderemos contar com o
barramento PCI por mais muito tempo.

A solução pode vir da AMD, que atualmente lidera um consórcio de fabricantes que vem desenvolvendo o HyperTransport, um barramento de dados ultra rápido, que já existe em versões de 200, 400, 500, 566 e 800 MHz, sempre com duas transferências de dados por
ciclo.

Em apenas uma trilha de dados, é possível transmitir até 1600 megabits por segundo, a 800 MHz. Juntando 32 trilhas, a mesma quantidade usada no barramento PCI, é possível transmitir incríveis 12.8 Gigabytes por segundo, banda suficiente para acomodar
todos os periféricos que possam a surgir nos próximos anos.

É so fazer as contas. Mesmo juntando uma Interface Ultra 3 Wide SCSI (160 MB/s), duas placas gigabit Ethernet (125 MB/s cada), uma interface Serial ATA (400 MB/s), duas portas USB 2.0 (400 megabits, ou 50 MB/s cada) e mais periféricos corriqueiros como
placa de som, modem, etc., dificilmente chegaríamos a 1 gigabyte de dados por segundo. O PCI já teria pedido água a muito tempo, mas o HyperTransport ainda estaria trabalhando com apenas uma fração da capacidade.

Apesar de ainda estar em fase de padronização, o HyperTransport já equipa o chipset nForce desenvolvido pela Nvidia. Se você ainda não o conhece, o nForce é um chipset com vídeo GeForce, som, modem e rede integrados, um chipset para placas mãe de baixo
custo, mas que promete um bom desempenho.

No caso do nForce, o HyperTransport é usado apenas para a comunicação entre os componentes do chipset. Os slots de expansão continuam sendo os slots PCI e AGP.

São os primeiros passos de uma tecnologia que promete para os próximos anos.

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