Setor de energia foi o principal alvo dos cibercriminosos em 2017, de acordo com a Kaspersky

Setor de energia foi o principal alvo dos cibercriminosos em 2017, de acordo com a Kaspersky

Quase 40% de todos os sistemas de controle industrial (ICSs) de organizações do setor energético, protegidas pelas soluções da Kaspersky Lab, sofreram pelo menos um ataque de malware nos últimos seis meses de 2017, seguido das redes de integração de engenharia e ICSs, com 35,3%. Essa é uma das principais constatações do relatório mais recente da Kaspersky Lab, ‘Cenário das ameaças a sistemas de automação industrial no segundo semestre de 2017’, que mostrou que o número de ataques nesses dois setores é visivelmente superior ao observado em outros segmentos. Em outros setores, a média de computadores atacados ficou entre 26% e 30%, sendo que a grande maioria dos ataques detectados foi acidental.

A cibersegurança de instalações industriais continua sendo um problema que pode ter consequências muito graves, afetando processos industriais e causando prejuízos para os negócios. Ao analisar o cenário das ameaças em diversos setores, a ICS CERT da Kaspersky Lab registrou que em quase todos há ataques cibernéticos sobre os computadores do ICS. 

No entanto, dois segmentos sofreram mais ataques que outros: organizações do setor energético (38,7%) e empresas de integração de engenharia e ICS (35,3%). O setor que demonstrou um aumento mais notável no número de computadores de ICS atacados durante o segundo semestre de 2017, em comparação com o primeiro semestre do mesmo ano, foi o da construção, com 31,1%. Em todos os outros segmentos em questão (manufatura, transportes, serviços públicos, alimentos, saúde, etc.) a proporção de computadores atacados variou de 26% a 30%, em média. 

De acordo com os especialistas, o setor energético foi um dos primeiros a começar a usar amplamente várias soluções de automação e hoje é um dos mais informatizados. Os incidentes de cibersegurança e ataques direcionados ocorridos nos últimos anos, juntamente com as iniciativas regulatórias, são um ótimo argumento para as empresas de geração e fornecimento de energia começarem a adotar produtos e medidas de segurança online em seus sistemas de tecnologia operacional (OT). 

Além disso, a rede elétrica moderna é um dos maiores sistemas de objetos industriais interconectados, com um grande número de computadores conectados à rede e um nível relativamente alto de exposição a ameaças virtuais, como mostram as estatísticas da ICS CERT da Kaspersky Lab. Por sua vez, a grande porcentagem de computadores de ICS atacados em empresas de integração de engenharia e ICS é outro problema grave, considerando que a cadeia de fornecimento foi usada como vetor em alguns ataques devastadores nos últimos anos.

A porcentagem relativamente alta de computadores de ICS atacados no setor de construção em comparação com o primeiro semestre de 2017 pode indicar que essas organizações não têm maturidade suficiente para cuidar da proteção de computadores industriais. Seus sistemas de automação computadorizada devem ser relativamente novos, e ainda não há uma cultura de cibersegurança industrial desenvolvida nessas organizações. 

  • A Internet continua sendo a principal fonte de infecção, com 22,7% dos computadores de ICSs atacados. Esse número é 2,3% maior que nos primeiros seis meses do ano. A porcentagem de ataques bloqueados originados na Web na Europa e na América do Norte é significativamente inferior do que em outras regiões;
  • Os cinco principais países em termos de porcentagem de computadores de ICSs atacados não mudou desde o primeiro semestre de 2017, incluindo Vietnã (69,6%), Argélia (66,2%), Marrocos (60,4%), Indonésia (60,1%) e China (59,5%);
  •  No segundo semestre de 2017, o número de diferentes modificações de malware detectadas pelas soluções da Kaspersky Lab instaladas em sistemas de automação industrial aumentou de 18 mil para mais de 18,9 mil;
  • Em 2017, 10,8% de todos os sistemas de ICS foram atacados por agentes de botnets, um malware que infecta as máquinas secretamente e as inclui em uma rede botnet para execução remota de comandos. As principais fontes desse tipo de ataques foram a Internet, mídias removíveis e mensagens de e-mail;
  • Em 2017, a ICS CERT da Kaspersky Lab identificou 63 vulnerabilidades em sistemas industriais e sistemas de IIoT/IoT, e 26 delas foram corrigidas pelos fornecedores.

No todo, em comparação com 2016, observamos um leve declínio no número de ataques a ICSs. Isso provavelmente indica que, em geral, as empresas começaram a prestar um pouco mais de atenção aos problemas de cibersegurança nos ICSs e estão fazendo auditorias nos segmentos industriais de suas redes, treinando seus funcionários, etc. Esse é um bom sinal, pois é extremamente importante que as empresas tomem medidas proativas para não precisar , apagar incêndios no futuro, diz Evgeny Goncharov, chefe da ICS CERT da Kaspersky Lab.

A ICS CERT da Kaspersky Lab recomenda que sejam tomadas as seguintes medidas técnicas:

  • Atualize regularmente os sistemas operacionais, software de aplicativos e soluções de segurança nos sistemas que fazem parte da rede industrial da empresa;
  • Restrinja o tráfego de rede nas portas e protocolos usados em roteadores de borda e dentro das redes de OT da organização;
  • Faça auditorias de controle de acesso a componentes de ICSs na rede industrial da empresa e em seu perímetro; 
  • Implemente soluções dedicadas de proteção de endpoints nos servidores, estações de trabalho e HMIs do ICS para proteger a infraestrutura industrial e de OT de ataques virtuais aleatórios;
  • Implemente soluções de monitoramento, análise e detecção do tráfego de rede para se proteger melhor de ataques direcionados.

 


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Editor-chefe no Hardware.com.br, aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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