Intel enfrenta (até o momento) 32 processos por falhas de segurança Meltdown e Spectre

Intel enfrenta (até o momento) 32 processos por falhas de segurança Meltdown e Spectre

A Intel está bem longe de passar pela gigantesca repercussão negativa que as falhas de segurança Meltdown e Spectre trouxeram não só aos seus processadores, mas também a identidade da companhia. Ainda mais com alguns fatos que reforçam a maré de críticas, como, por exemplo, o caso do CEO, Brian Krzanich, que vendeu 11 milhões em ações a um mês da revelação ao mundo sobre o problema, e o lançamento da 8ª geração Intel Core (Coffe Lake), que chegou ao mercado mesmo com a Intel sabendo que eles eram suscetíveis às vulnerabilidades descobertas pelo jovem alemão Jann Horn, que integra o Google Project Zero. 

Embora afete também processadores de outros fabricantes como a AMD, a Intel tem carregado o fardo da revelação dos problemas, em virtude de ser a principal fornecedora de CPUs, e também pela forma como vem tratando o caso, com uma dose desmedida de parcimônia, para um caso tão sério.

Linus Torvalds, criador do Linux, chegou a declarar que os primeiros patches liberados para a correção são um completo lixo, e que a Intel deveria admitir que suas CPUs estão com problema, e parar de dizer que tudo funciona como o esperado, já que a gigante de Santa Clara tem tentado ao máximo descartar que se trata de um erro de design, uma falha de projeto. Recentemente a 6ª geração Intel Core (Skylake) recebeu um novo update.

Mesmo não sendo clara nesse ponto, a Intel nas entrelinhas revela que é justamente esse o caso, um problema de design, já que os próximos processadores lançados contarão com correções aplicadas via hardware, direto no desenvolvimento. Mas e os processadores anteriores? A falha afeta CPUs lançadas desde 1995. Nesse caso o que sobra são correções via software, altamente questionáveis por especialistas em segurança.

Por essas e por outras, pilhas de ações judiciais começam a chegar. A Intel declarou que já está enfrentando 32 ações, 30 judiciais civis, e 2 coletivas. Os queixosos das ações civis […] geralmente alegam que foram prejudicados pelas ações da Intel e por omissões ligadas às vulnerabilidades de segurança e afirmam uma variedade de leis ordinárias e reivindicações estatutárias em busca de danos monetários e alívio equitativo”, declarou a Intel para a Comissão de Câmbio e Valores Imobiliários (SEC).

A Intel também disse que ainda não consegue estimar o valor das potenciais perdas que possam surgir com essas ações. Além de ações de diversos consumidores, há 2 ações coletivas que são voltadas diretamente para a parte diretiva. Os 3 acionistas que entraram com essas ações coletivas alegam que a Intel e certos diretores executivos da companhia violaram leis de segurança ao fazer declarações sobre os produtos e os controles internos que acabaram sendo reveladas como falsas ou enganosas na divulgação das vulnerabilidades de segurança”.

As ações coletivas estão inteiramente relacionadas com a decisão do CEO, Brian Kraznich em vender 11 milhões em ações em dezembro do ano passado, faturando a bolada de US$ 39 milhões. Um mês depois a Intel se pronunciou oficialmente sobre a vulnerabilidade Meltdown e Spectre em seus processadores.

Embora a Intel garanta que a venda das ações de Kraznich já faziam parte de um plano pré-estabelecido, os advogados de valores imobiliários consideram que a transação pode ser examinada pela Comissão de Câmbio e Valores Imobiliários (SEC). Kraznich manteve apenas 250.000 ações, o mínimo necessário para manter sua posição de CEO.

Muitos consumidores temem também pela queda de performance que os patches podem ocasionar ao processador. Em testes realizados aqui no Hardware.com.br comprovamos que o Core i5-7300HQ, da geração passada, Kaby Lake, não sofre nenhuma queda de performance que possa ser sentida pelo usuário final porém o x da questão fica em relação aos processadores bem mais antigos. Em carta aberta divulgada mês passado, Kraznich declarou que a queda na performance varia de acordo com a carga de trabalho e e configuração, mas que a Intel está comprometida em entregar relatórios sobre o progresso que eles estão tendo com os patchs. 

Caso queria conhecer mais detalhes sobre do que se trata as falhas Meltdown e Spectre confira as matérias abaixo.

Empresa de segurança esclarece pontos interessantes sobre as vulnerabilidades Meltdown e Spectre

Meltdown e Spectre: segurança não está contra a produtividade – por Cleber Brandão, gerente da Blockbit Lab


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Editor-chefe no Hardware.com.br, aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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