Chega ao Google Chrome um bloqueador nativo da anúncios

Chega ao Google Chrome um bloqueador nativo da anúncios

A cultura ad-blocker chegou oficialmente ao Google Chrome. Anunciado em junho do ano passado, o bloqueador nativo de anúncios que atrapalham a experiência do usuário chega hoje (15) ao browser líder de mercado, com 53.9% de share. 

Para determinar quais anúncios atrapalham a experiência de navegação o Google em conjunto com outras 17 empresas, incluindo o Facebook, News Corp e Reuters, definiram esses parâmetros na organização Coalition for Better Ads. Além do desktop, o bloqueador também está disponível na versão móvel do navegador.

Confira abaixo os diferentes padrões de anúncio que serão bloqueados pelo Chrome, seguindo o que foi definido na organização, baseado em pesquisas com mais de 40 mil usuários de internet na América do Norte e Europa.

Pop-ups, vídeos de reprodução automática, banners que cobrem a tela e anúncios que tomam mais de 30% da tela de um dispositivo móvel, alguns exemplos de publicidade que serão bloqueadas

 

Para chegar a conclusão que os anúncios em uma página precisam ser bloqueados, o Google analisará e classificará as páginas da web atribuindo uma das seguintes certificações: “Passing” (página sem problemas), “Warning” (atenção em alguns pontos) e “Failing” (publicidade invasiva detectada). Os administradores das páginas podem consultar qual foi a certificação atribuida a qualquer momento através de uma API denominada Ad Experience Report.

O Chrome também enviará alertas para o responsável pelo site quando problemas forem encontrados. O prazo para que a publicidade intrusiva seja eliminada antes do bloqueio automático é 30 dias.

De acordo com dados do Google a chance do Chrome bloquear anúncios de uma página é baixa, já que apenas 0,8% dos sites nos EUA e Europa (com base em 100.000 sites analisados) não atendem os parâmetros das “regras de boa conduta” da publicidade.

A campanha de incentivo a mudança também tem funcionado. O Google destaca que 37% dos sites que foram sinalizados desde 1 de junho de 2017, antes mesmo do bloqueador chegar oficialmente, já ajustaram sua forma de distribuir propaganda.

O bloqueador nativo do Chrome mal desembarcou e já está gerando dúvidas em relação a sua “benevolência. Google e Facebook, duas empresas que integram o Coalition for Better Ads, responderam por 63% dos US$ 83 bilhões gastos com publicidade digital nos EUA no ano passado, o que levanta a hipótese que o Google estaria tomando tal medida para se beneficiar, já que é um incentivo para que os usuários parem de usar bloqueadores de anúncio de terceiros.

O vice-presidente do Google, Rahul Roy-Chowdhury, declarou que o objetivo é manter a rede saudável ao filtrar e excluir experiências de publicidade irritante. 

Margrethe Vestager, Comissária da União Europeia, conhecida pelo “braço de ferro” contra empresas que tentam usar sua posição dominante de mercado para prejudicar seus rivais, assegurou que o governo estudará de perto as medidas de bloqueio e seus efeitos para determinar se o bloqueador viola os direitos dos usuários e cria um obstáculo para a livre concorrência de empresas de publicidade na rede.

No ano passado o Google foi multado em € 2,4 bilhões pela União Europeia por favorecer o Google Shopping, um dos seus próprios serviçoss, nos resultados de busca. Vestager declarou que “Google abusou de seu domínio de mercado como uma ferramenta de busca ao promover seu próprio serviço de comparação de compras em seus resultados de busca e removendo os serviços de seus competidores”.


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Editor-chefe no Hardware.com.br, aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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