Já pode enterrar: vendas do Windows Phone caíram 57% no último trimestre de 2015

O novo relatório referente ao último trimestre de 2015 reforça mais uma vez a constatação que o Windows Phone está respirando por aparelhos, juntamente com o grande grupo de moribundos que respondem por Lumia. Aqui no Hardware.com.br em diversas ocasiões comentamos acerca sobre as dificuldades que o sistema vem enfrentando para se manter em um mercado cada vez mais restrito dominado por Google (Android) e Apple (iOS). Parte dessas dificuldades estão ligadas principalmente a carência de opções no que diz respeito aos aplicativos. É bastante constrangedor fazer uma visita à Windows Store e não encontrar grande parte de apps de peso que estão disponíveis para os sistemas rivais. Alguns “heróis” como o desenvolvedor Rud Huyn tentam oferecer alternativas aos usuários desenvolvendo clientes alternativos para apps famosos (que não contam com a sua versão oficial disponível) como o 6tag (cliente alternativo do Instagram), 6sec (cliente alternativo do Vine), 6tin (cliente alternativo do Tinder), entre outros.

E claro que quando não há opções há debandada, e é justamente esse o panorama atual do Windows Phone. No último trimestre de 2015 somente 4,5 milhões de smartphones Lumias foram vendidos em todo o mundo, uma queda de 57% em relação ao mesmo período de 2014, quando os Lumias registraram 10,5 milhões em vendas.

Se juntarmos tanto a Nokia quanto a Microsoft o total de vendas do Windows Phone está na casa dos 110 milhões. Ao compararmos com o Android e iOS ( uma comparação até meio injusta já que junta os dois sistemas) o total de vendas está na casa dos 4,5 bilhões. A IDC aponta que no último trimestre foram vendidos 400 milhões de dispositivos, sendo que apenas 1,1% são aparelhos Lumias.

Já o Gartner, entre abril e junho do ano passado disse que 329,6 milhões de smartphones foram vendidos em todo o mundo, desse montante 319 milhões rodam Android ou iOS (271 milhões com Android e 48 milhões com o iOS), 96,8% do total. Já o Windows Phone e o Blackberry ficaram apenas com 2,8% de participação de mercado (8 milhões de vendas para o Windows Phone  e 1 milhão de vendas para o Blackberry).

Outro fator crucial que acaba impactando nas vendas (e nesse quesito nós da imprensa acabamos tendo uma grande participação) é o próprio curso que as coisas estão tomando, os rumores sobre o abandono da série Lumia e nascimento dos Surface Phone ficam cada vez mais fervorosos. E se você para pra pensar o Surface Phone pode até ser uma boa saída, já que a linha de dispositivos Surface está cada vez mais consolidada no mercado, graças ao lançamento do Surface Pro 4 e Surface Book a Microsoft obteve um aumento de cerca de 29% nessa divisão. 

Surface Book

Embora o Surface Phone possa dar” sangue novo” para o caminho da versão mobile do Windows, acabamos tendo que voltar e bater na mesma tecla: APLICATIVOS. É necessário o apoio massivo dos desenvolvedores para que novos apps de peso possam estar presentes no sistema. Essa situação talvez comece a melhorar com a versão mobile do Windows 10 chegando aos dispositivos, porém ainda vai demorar para que a grande maioria dos Lumia receba a atualização. Recentemente por exemplo a Tencent que é responsável por aplicativos muito utilizados no mercado asiático (QQ e Weechat) declarou que irá abandonar o Windows Phone. O que acaba por diminuir ainda mais as opções em apps para o sistema, deixando os usuários com menos opções.

Além da carência de apoio dos desenvolvedores há também a falta de opções em termos de fabricantes. Basicamente os aparelhos com o Windows são os que são fabricados pela Microsoft, enquanto no Android há um número absurdo de opções que anima qualquer consumidor ou fanboy. Nesse ano durante a CES 2016, a Acer apresentou o Liquid Jade Primo, o primeiro smartphone equipado com o Windows 10 Mobile fora âmbito Microsoft/Lumia. Porém convenhamos que se tratando de smartphone a Acer não é nem décima opção de escolha de smartphone da maioria dos consumidores.

Outra alternativa, (com certeza a mais desesperada, mas que reflete como o mercado está atualmente) seria lançar versões do Lumia ou Surface Phone equipadas com o Android, com certeza o impacto nas vendas seria bem maior, mas por outro lado joga por terra qualquer aspiração à competição, aumentando ainda mais a participação do sistema do Google. 

Continuando ou não no mercado o Windows Phone não deverá sofrer alterações drásticas em sua quota de mercado. No ano passado a IDC fez um estudo em relação à participação de mercado dos principais sistemas mobiles até 2019, o Windows Phone (se chegar até lá) terá em média 2,3% de participação de mercado, contra 82,6% do Android e 14,1% do iOS. É uma pena, mas a compra da Nokia pela Microsoft é o grande “elefante branco” da gigante de Redmond.

Qual a sua opinião em relação ao Windows Phone?  O sistema conseguirá sobreviver? Deixe seu comentário abaixo.

Fonte(s): Engadget