Em um ano mais de 18 mil lojas de informática foram fechadas no Brasil

Em um ano mais de 18 mil lojas de informática foram fechadas no Brasil

De acordo com um levantamento da Confederação Nacional do Comércio (CNC), a situação das inúmeras lojas de informática espalhadas pelo país não está nada boa. Em um ano, cerca de 18.400 lojas foram fechadas, uma queda de 10,3% (bem mais agressiva que a própria queda do varejo em geral que foi de 7,2%, com o fechamento de 144 mil lojas.)

Diferentemente de outras situações, como a queda de 35% no mercado de tablets no segundo trimestre deste ano, devido principalmente a alta do dólar, a queda brusca das lojas de computadores está atrelada principalmente a mudança de interesse do consumidor, que a cada vez vai deixando o computador de mesa (desktop) de lado e adquirindo dispositivos móveis.

Fábio Bentes, economista ligado a CNC, diz que houve uma mudança no padrão de consumo. O consumidor acabou trocando o computador por outro tipo de aparelho e as grandes redes abocanharam os pequenos que não conseguiram sobreviver diante da concorrência e da mudança de hábito.

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Mariano Gordinho, diretor executivo da Associação Brasileira dos Distribuidores de Tecnologia da Informação (Abradisti) diz que o computador de mesa vem perdendo cada vez mais espaço. 

A tendência é cada vez mais usarmos o smartphone. Por centavos ou sem custo algum você baixa aplicativos que, em seu computador, teria de pagar a licença para usar.

O desktop vem representando cada vez menos o montante da produção de computadores (computador de mesa, notebooks e tablets). De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domícilio, essa participação caiu de 35% em 2012 para 20,1% em 2014.

Só no Rio de Janeiro 927 lojas de informáticas foram fechadas, as que conseguiram se manter em pé tiveram que se adaptar as novas regras do mercado. Márcio Eduardo Neves, gerente comercial da Edimaq, explica muito bem essa transição:

Praticamente ninguém entra aqui para comprar computador de mesa, que ficou restrito ao mundo corporativo. Passamos a vender smartphones e acessórios para continuar no mercado

Gerino Xavier, vice-presidente de Comunicação e Marketing da Federação das Associações das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro), diz que esse processo de migração para os dispositivos sem fio é um caminho sem volta:

 Os tablets e smartphones proporcionam o conforto da mobilidade e da funcionalidade, pois fazem tudo o que um computador ou notebook faz e ainda permitem a comunicação gratuita pelo WhatsApp, tirar fotos e gravar vídeos. São mais leves e cabem no bolso ou na bolsa.

O proprietário da  loja Compolass, Marcos Lassala, diz que em 2015 o faturamento caiu 30% em relação a 2014. “ As pessoas estão comprando menos, consertam o computador em vez de comprar um novo. E ainda enfrentamos a concorrência dos grandes magazines que vendem a preço de custo e em muitas parcelas”, explica Lassala.

Fonte: Globo

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