Linux Foundation fornecerá bootloader assinado para o Secure Boot do UEFI

O “Secure Boot” do Windows 8 dará as caras logo, logo, visto que o sistema será lançado comercialmente no dia 26. Quem for instalar o novo Windows num PC ou notebook atual não precisará lidar com nada de especial, já que praticamente todas as máquinas atuais usam o velho BIOS. Já os compradores de novos equipamentos “projetados para Windows 8” poderão ter alguma dificuldade para rodar outros sistemas, como o Linux ou até mesmo versões anteriores do Windows. A Linux Foundation estuda licenciar uma chave da Microsoft para permitir que qualquer distro possa ser iniciada sem ser necessário desativar o Secure Boot. Outros fornecedores de distros já divulgaram planos parecidos por conta própria, como a Red Hat, Canonical e SUSE.

Nas máquinas vendidas com Windows 8 com o sistema de boot UEFI o modo Secure Boot deverá vir ativado por padrão. O computador só poderá passar o comando a um bootloader ou sistema operacional assinado digitalmente. Isso impede um tipo de malware que se instala como bootloader, podendo causar danos ou interceptar dados antes que estes sejam enviados ao sistema operacional. Em contrapartida, um bootloader não-nocivo sem uma assinatura digital válida não poderá ser carregado, dificultando um pouco a vida dos usuários de Linux, BSD ou qualquer outro sistema operacional, inclusive versões antigas do Windows.

Nos equipamentos com processadores x86/64 o Secure Boot poderá ser desativado no painel de configuração do UEFI, algo como o conhecido Setup. Embora possível, desativá-lo será um passo a mais, indesejável para boa parte do público de Linux (uns por ideologia, outros por conhecimento técnico mesmo, caso dos iniciantes). Por isso alguns produtores de distros e a própria Linux Foundation buscam meios de iniciar o pinguim nessas máquinas sem que o Secure Boot precise ser desativado. Seria uma experiência mais natural, bastando iniciar pelo CD/DVD ou dispositivo USB, ou mesmo uma partição do HD, depois de instalado.

O que a fundação fará é adquirir uma chave válida da Microsoft para assinar um bootloader simples, que basicamente repassará o controle a outro bootloader, este não assinado – seja o Grub ou qualquer outro. O carregador leve assinado será disponibilizado publicamente para qualquer um que queira inclui-lo na sua distro, o que deverá beneficiar muitos produtores de distros menores, que não teriam como adquirir uma chave por conta própria.

Como forma de impedir abusos, como o uso deste bootloader em malwares, ele exibirá uma interface que não deixará dúvidas do seu carregamento. A Linux Foundation espera assim resolver o problema, permitindo que qualquer máquina com UEFI e Windows 8 possa iniciar uma distro Linux.

Alguns dizem que a medida é desnecessária, visto que é possível comprar computadores sem Windows ou com Linux de fábrica. O problema é que as condições comerciais não são as mesmas: há muito mais modelos de equipamentos à venda com Windows do que sem sistema ou Linux, especialmente computadores “de marca” e notebooks. Diversos deles chegam ao varejo inclusive mais baratos com Windows. A venda “casada” com o hardware pode ser pejudicial (muitos já conseguiram até reembolso do valor do Windows), e essa limitação técnica atrapalharia ainda mais.

Felizmente nos PCs e notebooks comuns o Secure Boot poderá ser desativado, senão em todos, em boa parte dos computadores novos. Isso não é válido para produtos com o Windows RT, a edição ARM, que será utilizada nos tablets. De qualquer forma trocar o sistema operacional dos tablets não é uma tarefa tão popular e aceita (pelas empresas) como no mundo dos PCs, então o impacto desta limitação dos produtos com Windows RT será pratciamente nulo.

Confira o post no site oficial da Linux Foundation.

Sobre o Autor

Redes Sociais:

Deixe seu comentário

X