Canonical: O Ubuntu em breve estará em 5% dos PCs

Canonical: O Ubuntu em breve estará em 5% dos PCs

Não é segredo para ninguém que a Canonical vem há tempos trabalhando junto aos fabricantes para que o Ubuntu venha pré-instalado em seus PCs. Um bom exemplo é a Dell, que oferece notebooks com o Ubuntu pré-instalado, oferecendo inclusive suporte ao sistema (muito embora com preços bem similares aos das linhas com o Windows, com a justificativa do custo agregado do suporte). O que pode surpreender é o fato de a Canonical ter conseguido colocar no mercado “de oito a dez milhões” de PCs com o Ubuntu pré-instalado em 2011, bem como em um grande volume de servidores, totalizando cerca de US$ 7.5 bilhões em hardware que saiu da fábrica com o sistema pré-instalado. Grande parte destes números foram obtidos na Ásia, onde linhas de baixo custo com o sistema pré-instalado estão se tornando bastante populares, a ponto de a Canonical estar planejando abrir um escritório em Beijing.

“Oito a dez milhões” de PCs vendidos equivalem a cerca de 2% do mercado mundial, o que ja é uma marca bastante respeitável. É bem verdade que muitos destes PCs provavelmente acabam formatados, rodando cópias piratas do Windows, mas por outro lado temos também todos os usuários que baixam o sistema e o instalam em PCs que originalmente rodavam o Windows.

Ontem, no Ubuntu 12.10 Developer Summit, Chris Kenyon, o VP do departamento de vendas da Canonical se gabou sobre estes números, e afirmou que a empresa pretende aumentar em 150% do total de PCs com o sistema pré-instalado ao longo dos próximos anos, chegando a 5% do mercado mundial. Esta é uma meta ambiciosa, mas ainda bem mais comedida que a promessa de Mark Shuttleworth de que o sistema terá 200 milhões de usuários até 2015.

É improvável que a Canical consiga aumentar tanto a base de PCs com o sistema pré-instalado em países como os EUA e Inglaterra, onde a questão do custo do Windows não é um grande problema para os consumidores e a Microsoft tem um lock-in mais forte. Por outro lado, em países mais pobres, especialmente na ásia a fidelidade à Microsoft muito menor e a empresa tem chances reais de continuar a crescer. O Brasil fica no meio do caminho entre os dois extremos, o que significa que podemos ter algum crescimento por aqui também, mas não tão dramático.

Ao que tudo indica, a Microsoft está prestes a entrar em uma época de retração, similar à que tivemos na época do Vista com o Windows 8, que com suas grandes mudanças deve despertar uma certa resistência no grande público. A empresa tem mantido uma tradição de intercalar sistemas problemáticos com sistemas mais estáveis (Windows 95 e 98, ME e XP, Vista e Windows 7) e tudo indica que o Windows 8 apenas marca o início de um novo ciclo. A Canonical por outro lado está na maré oposta, tendo encerrado um ciclo de fortes dificuldades com o Ubuntu 11.04 e 11.10 (que trouxeram versões inacabadas do Unity) e estar agora colhendo os frutos com o lançamento do bem acabado 12.04. 

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