Consumo de energia nos tablets com Windows 8

Consumo de energia nos tablets com Windows 8

O post de ontem no blog do Windows 8 comenta uma das principais mudanças do sistema: o gerenciamento de energia. Tradicionalmente criado para desktops (e levemente adaptado a notebooks/netbooks) o Windows nunca foi tão eficiente em termos de consumo de energia para ir para um tablet. Com o Windows 8 esse cenário muda. Há toda uma necessidade de mudar os velhos hábitos. Junto com a interface Metro vem um novo modelo de programação, novas APIs e uma campanha de educação para os programadores.

Nos tablets o consumo de energia é bastante crítico. O Windows 8 funcionará de forma parecida com o iOS e Android: ele entrará num estado de baixo consumo quando ocioso, já que os tablets, assim como os smartphones, normalmente nunca são desligados voluntariamente.

Windows ligado. Programas em segundo plano rodando. O que esperar disso?

A princípio nada muda para os programas tradicionais, até porque eles não têm como ser alterados – e esperar novas versões de todos os aplicativos Windows existentes é impraticável. Eles continuarão rodando em segundo plano, consumindo preciosos ciclos de processamento, acessando o dispositivo de armazenamento e efetuando operações e alterando dados na memória. E isso consome energia. Ocorre que não dá para mudar isso de uma hora para outra, já que em processadores x86 pelo menos, muita gente vai precisar usar programas tradicionais. Mas eles são desencorajados a favor dos aplicativos Metro. E aí entram grandes mudanças. Durante o estado ocioso (quando a tela é desligada e o tablet fica por horas em repouso) os programas tradicionais serão suspensos. E os apps Metro… Bem, eles são suspensos bem antes disso.

As APIs do WinRT, novo sistema de programação para o Windows, oferecem diversas facilidades voltadas especialmente aos tablets – mas que também trarão otimizações para os notebooks/netbooks e até mesmo computadores. Os aplicativos Metro não precisarão ser fechados pelos usuários. Apenas o programa em uso receberá recursos de processamento. Os outros ficam congelados na memória, usando uma carga mínima de energia. Ao alternar para outro app Metro ele é retomado instantaneamente, e o anterior é suspenso. Isso torna a experiência bem fluida, sem travadinhas nem efeitos colaterais ao abrir muitos programas Metro.

Quando o Windows precisar de mais memória (quando muitos apps estarão abertos) ele começará a fechar os aplicativos mais largados, que não foram acessados recentemente. Em teoria pelo menos, nos aplicativos bem feitos não ocorrerá perda de dados: os apps Metro podem salvar o estado em que estão e retornar a eles rapidamente na abertura. O sistema também tenta tratar isso como um “cache”, mantendo o programa “hibernado”, salvo no disco em seu estado atual.

Gerenciador de tarefas do Developer Preview, exibindo os apps Metro suspensos. Eles praticamente não consomem energia: só memória RAM.

Gerenciador de tarefas do Developer Preview, exibindo os apps Metro suspensos. Eles praticamente não consomem energia: só memória RAM.

Dessa forma somente o que estiver na frente consumirá recursos de processamento. Mas fica uma outra questão, é claro: e o que fazer com as tarefas de segundo plano? Downloads, músicas, cópias de arquivos… Claro que foi pensado um jeito para isso. As novas APIs incluem funções para lidar com as atividades mais comuns de segundo plano. Entre as ações possíveis que os programas podem registrar no sistema estão itens como download e upload, reprodução de música, atividades com arquivos, compartilhamento, impressão, sincronização com dispositivos, etc. No caso de download e upload a transferência é feita diretamente por um recurso do Windows, o que evita rodar código aleatório que varia de desenvolvedor para desenvolvedor. Coisas como essa otimizam ainda mais o consumo de energia.

A atualização dos “tiles” também é gerenciada pelo sistema, o app envia um comando com os dados e o próprio Windows se encarrega de atualizar o quadro. Isso permite otimizar totalmente as notificações, evitando códigos diversos nas rotinas dos programas. Algo parecido é feito no Windows Phone. Ainda assim de tempo em tempo os programas poderão executar alguns códigos para atividades rotineiras, mas isso precisará ser feito com cuidado. Como haverá um processo de aprovação para inclusão de apps Metro na loja de programas isso não deverá ser um problema. Acabou o tempo que um instalador jogava vários processos que se iniciam com o sistema e ficam usando a conexão e processamento sem utilidade a todo instante – pelo menos para os apps Metro.

Além dos estados tradicionais dos computadores (ligado / repouso / desligado), os tablets com Windows 8 incluirão um estado “connected standby”. Nesse modo o tablet está conectado e os apps podem realizar algumas ações (verificação de email, mensagens, recebimento de chamadas VoIP, etc), mas os aplicativos desktop (x86 ou ARM) ficarão completamente suspensos.

Nos desktops, ao "dormir" todos os apps são suspensos, incluindo os Metro

Nos desktops, ao “dormir” todos os apps são  suspensos, incluindo os Metro

No modo "conectado, em standby" os aplicativos desktop são suspensos completamente, embora os apps Metro possam receber notificações e acordar o sistema - caso de chamadas VoIP, mensagens, etc.

No modo “conectado, em standby” os aplicativos desktop são suspensos completamente, embora os apps Metro possam receber notificações e acordar o sistema – caso de chamadas VoIP, mensagens,  etc.  

Essa foi a forma encontrada pela Microsoft para tornar o Windows 8 o mesmo sistema para tablets e PCs. A interface para desktops é mantida e a compatibilidade com aplicativos tradicionais x86 é certa para tablets Intel/AMD (em ARM ainda há a dúvida, apesar das negações anteriores). Só que do momento que for lançado para frente, toda uma nova safra de apps será criada. A tendência é que os usuários utilizem aplicativos desktop enquanto não existirem apps Metro que fazem as ações correspondentes, mas no futuro a maior parte estará usando apps Metro nos tablets com Windows. Pelo menos é isso que a Microsoft espera.

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