Mais sobre o Cinnamon e rant sobre o Linux nos desktops

Mais sobre o Cinnamon e rant sobre o Linux nos desktops

O Cinnamon (“canela” em Inglês) é um desktop gráfico baseado no Gnome 3 e no Mutter, oferecendo um desktop funcional e configurável, similar ao Gnome 2 personalizado oferecido no Linux Mint, que promete oferecer refúgio aos usuários desgostosos com os rumos do Gnome 3 e do Unity. Embora tenha sido anunciado a pouco menos de um mês, o Cinnamon já está na versão 1.1.3 e ja é considerável utilizável, muito embora ainda careça de uma ferramenta gráfica de configuração, prometida para a versão 1.1.4.

Um post no Blog do Mint oferece uma visão geral sobre o Cinnamon e o que já foi obtido pelo projeto. Em resumo, o Cinnamon foi uma resposta direta ao lançamento do Gnome 3, que obrigou os desenvolvedores a buscarem uma alternativa viável ao velho Gnome 2, já que o Gnome 3 foi considerado muito simples e limitado para uso na distribuição. Por ter obra dos mesmos desenvolvedores, o Cinnamon compartilha das mesmas ideias fundamentais do Mint sobre como deve ser um desktop, o que fará com que os fãns do Mint automaticamente se interessem pelo novo ambiente:

O Cinnamon é um fork do Gnome Shell, baseado no Mutter e no Gnome 3, que já oferece um desktop moderadamente estável e bastante funcional, já com pacotes disponíveis para o Ubuntu 11.10, Fedora 16, OpenSUSE 12.1, Arch Linux e para o Mint 12, e em breve entrará também nos repositórios do Debian Testing. Ele é instalado através do pacote “cinnamon-session”, que instala o desktop e faz com que ele seja incluído no menu de ambientes gráficos da tela de login.

Pessoalmente eu vejo bastante potencial no Cinnamon, principalmente pelos desenvolvedores estarem focados diretamente na usabilidade do ambiente, desenvolvendo rapidamente uma alternativa ao Gnome 3 a partir da reutilização de código e ferramentas de outros projetos, em vez de tentarem reinventar a roda, criando um novo e revolucionário ambiente a partir do zero, que ficaria pronto apenas depois de dois ou três anos.

Por outro lado, a situação do Gnome 3 mostra mais uma vez um dos grandes problemas do Linux no desktop, que é a falta de continuidade em muitos projetos. Quando um ambiente ou aplicativo atinge um certo nível de maturidade e funcionalidade, e o código começa a se tornar difícil de manter, muitos desenvolvedores resolvem mudar completamente os rumos do projeto, reescrevendo ou portando tudo para uma nova biblioteca gráfica ou linguagem, ao mesmo tempo em que tentam aplicar todos os novos e revolucionários conceitos de interface. Não apenas leva muito tempo até que o novo ambiente se torne estável (veja o caso do KDE 4 por exemplo), como muitas das funcionalidades antigas nunca são portadas, sem falar no fato de que os desenvolvedores muitas vezes priorizam suas preferências e ideais pessoas em vez das preferências da maioria dos usuários. Isso contrasta com o modelo adotado pela Microsoft, por exemplo, que apesar de todos os problemas e abusos pelo menos oferece um desktop que evolui de uma forma mais ou menos previsível, no qual os usuários se sentem confortáveis e podem usar o tempo para realmente trabalhar e executarem suas tarefas computacionais, em vez de se debaterem com as mudanças bruscas e perda de funcionalidade introduzidas pela nova versão do ambiente gráfico ou distribuição usada. 

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