Vendas do Atom caem 53% em 6 meses: Intel perdendo espaço nos netbooks

Vendas do Atom caem 53% em 6 meses: Intel perdendo espaço nos netbooks

O último relatório financeiro da Intel inclui um insigt importante sobre a saúde do Atom no mercado e sobre os netbooks em geral:

As vendas do Atom, que vinham se mantendo mais ou menos estáveis até a metade de 2011 caíram abruptamente no segundo semestre, especialmente na época das compras de natal, quando elas deveriam subir em vez de cair. Isso ilustra muito do que vimos nas lojas mesmo aqui no Brasil: compradores mais interessados em tablets ou em notebooks (que andaram caindo bastante de preço) em vez dos netbooks.

A verdade é que muito do declínio dos netbooks se deve à relutância da Microsoft em oferecer algum sistema leve destinado especialmente a eles. Mesmo em suas versões dual-core, o Atom se arrasta para rodar qualquer coisa minimamente complexa (incluindo navegadores e suites Office) sobre o Windows 7, já que o sistema sozinho consome boa parte dos parcos recursos oferecidos pelo processador. Os fabricantes passaram a tentar remediar o problema incluindo mais memória RAM e HDs mais espaçosos, sem remediar o problema verdadeiro que é o processador. Em resumo, estão fabricando carros com motores de 125cc e colocando câmbio de 6 marchas.

Os netbooks surgiram como uma classe de dispositivos destinadas a rodarem diferentes distribuições Linux, oferecendo sistemas baratos para acesso à web, sem a taxa Windows que a tanto afeta os PCs. Entretanto, o mercado acabou sendo corrompido pelas ofertas irrecusáveis da Microsoft, combinada com a incapacidade dos fabricantes em oferecerem boas distribuições pré-instaladas e a falta de esclarecimento dos usuários. O casamento deu certo enquanto os fabricantes usavam o Windows XP, já que o sistema rodava com uma certa desenvoltura sobre o Atom, mas começaram a azedar com o encerramento do suporte ao Windows XP e a obrigatoriedade do uso do Windows 7. A situação pode vir a mudar com o Windows 8, que promete ser melhor otimizado para dispositivos com processadores fracos, mas teremos que esperar para ver produtos reais rodando a versão final do sistema em ação. Caso o Atom falhe em oferecer uma boa experiência de uso, as portas estarão escancaradas para a AMD com o C-50 e outros processadores da linha Fusion.

O gráfico ilustra também a verdadeira motivação por trás do esforço da Intel em legar o Atom aos tablets e smartphones, já que o mercado de netbooks com o Atom tem encolhido bastante e ficando cada vez mais restritos aos modelos mais baratos, que conseguem ficar suficientemente abaixo do preço dos tablets e notebooks para não serem diretamente ameaçados por eles. Infelizmente (para a Intel) estes são também os netbooks que dão menos lucro, fazendo com que o filão como um todo pareça menos atrativo. A AMD por sua vez está investindo em netbooks maiores e com processadores mais potentes, que ofereçam uma opção de baixo custo aos ultrabooks. Pode ser que eles riam por último no final. 

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